Tecnología España , Valladolid, Jueves, 19 de diciembre de 2013 a las 09:58

Saída sustentável para os resíduos de poliestireno expandido

O centro tecnológico Cartif coordena o projeto europeu Colreceps, que propõe reaproveitar o material para fechar seu problemático ciclo de vida

Cristina G. Pedraz/DICYT O poliestireno expandido (EPS, em suas siglas em inglês) é um material plástico conhecido normalmente como isopor e utilizado em diversos setores como o da embalagem ou construção. No caso da embalagem, é frequente o uso de bandejas de poliestireno expandido como suporte de alimentos perecíveis por suas qualidades de higiene, isolamento, leveza e resistência. Contudo, um dos principais problemas deste material é sua reciclagem, já que é um plástico derivado do petróleo e que, portanto, não é biodegradável.

 

Atualmente somente recupera-se aproximadamente 50% dos resíduos de poliestireno expandido, que acabam em um aterro sanitário ou incinerados, uma saída pouco sustentável ambientalmente. Com o objetivo de valorizar estes resíduos para que possam ser reaproveitados novamente na indústria e, assim, fechar o ciclo de vida deste problemático material, o centro tecnológico Cartif, junto com a empresa Turqueplast, o Grupo El Árbol e a Quercus, desenvolveram o projeto Colreceps.

 

Colreceps foi aprovado na ultima convocatória de projetos europeus LIFE+, com um orçamento próximo a 1,2 milhões de euros. Conforme explica à DiCYT José Fermoso, pesquisador da Divisão de Meio Ambiente da Cartif, “o projeto abordará uma nova forma de reciclagem de poliestireno expandido e fará funcionar uma planta protótipo tomando como base a área urbana de Valladolid”.

 

Fermoso detalha os problemas gerados atualmente pela gestão de resíduos de poliestireno expandido. Por ser uma espuma, é um material poroso que pesa pouco e ocupa muito espaço. “Tem muito volume e pouca densidade, de forma que ocupa bastante espaço tanto no momento do transporte, quanto ao deposita-lo no aterro. Ademais, com este resíduo não é possível fazer nada, pode ser incinerado ou depositado no aterro, em que não sofre biodegradação”, afirma.

 

Gerar novos grânulos

 

O poliestireno expandido é fabricado a partir de grânulos, um composto de poliestireno em forma de “bolinhas” preparado com um agente dilatador (geralmente pentano, um hidrocarboneto saturado). O objetivo dos pesquisadores é coletar a maior fração possível de resíduos de poliestireno expandido gerados e fabricar com eles novos grânulos, isso é, uma nova matéria prima. “Faremos uma mistura de reciclado físico e químico para gerar novos grânulos sem que o material perca suas propriedades, de modo que pode ser utilizado novamente e, inclusive, agregar outras propriedades, como a cor”, indica o pesquisador de Cartif.

Para tanto, nos próximos três anos (o projeto começará no próximo mês de outubro, prolongando-se até dezembro de 2016) Turqueplast e Cartif colocarão em funcionamento uma planta demonstrativa nas instalações da empresa, em que tratarão de industrializar este sistema de reciclagem de forma piloto tomando como base a área urbana de Valladolid. Segundo Fermoso, a ideia é planificar plantas de um tamanho adequado para cada zona, ainda que primeiro “serão avaliados os resíduos gerados em Valladolid, classificados para saber quais porcentagens podem ser utilizadas diretamente, quais devem ser limpas e quais não podem ser reaproveitadas, já que algumas apresentam danos que não podem ser recuperados”.

A planta piloto, que em principio estaria pronta em 2014, terá uma capacidade de gestão aproximada de 500 quilos por dia de resíduos de poliestireno expandido, o que representa cerca de 146 toneladas ano. Se o modelo for economicamente e ambientalmente viável, a planta ampliará sua capacidade para administrar todos os resíduos gerados em Valladolid.