Salud España , Valladolid, Martes, 04 de octubre de 2011 a las 11:22

“Síndrome da Fadiga Crônica impede a realização de trabalho físico e intelectual”

Coordenador da Unidade da Síndrome da Fadiga Crônica do Hospital Valle de Hebrón, de Barcelona, participa do Congresso Espanhol de Medicina do Trabalho

CGP/DICYT Trata-se de uma doença relativamente nova, já que foi descrita em 1994, mas o perfil das pessoas que possuem a Síndrome da Fadiga Crônica é claro. Assim revelou no dia 30 de setembro José Alegre Martín, coordenador da Unidade da Síndrome da Fadiga Crônica do Hospital Valle de Hebrón de Barcelona, que participou hoje em Valladolid no Congresso Espanhol de Medicina e Enfermagem do Trabalho. Segundo explicou a DiCYT, as pessoas que sofrem desta doença são normalmente “mulheres jovens, dentre 25 a 40 anos, que começam com um quadro de cansaço extremo pela manhã”. Estas mulheres são, ademais, “extremamente perfeccionistas, muito brilhantes em sua vida e o mecanismo que desencadeia a Síndrome é múltiplo”.

 

Como detalha o especialista, o cansaço que sofrem estas pacientes dura mais de seis meses e, após consultar diferentes especialistas, “não encontram nenhuma doença definida”. “A doente tem também um problema grave consistente na impossibilidade de concentrar-se”. Esta pessoa não pode aprender coisas novas, quando lê tem muitos problemas para integrar os conhecimentos e, portanto, tem enormes dificuldades para realizar atividade intelectual”. Do mesmo modo, afirma, um dos sintomas que se repete nestas pacientes é que não recuperam o sono, ainda que durmam muito. “Mais que isso, quanto mais dormem, mais cansadas ficam, e o exercício físico tampouco é tolerado”, insiste. Desse modo, a Síndrome da Fadiga Crônica impede a realização de trabalho físico e intelectual.

 

Durante sua palestra, Alegre destacou que existem aspectos relacionados com o trabalho que podem desencadear a patologia. “Pesticidas, determinados ambientes, vírus ou acidentes de trânsito podem estar relacionados. A doença se desencadeia em um momento determinado e é invalidante, a grande maioria dos pacientes não pode realizar seu trabalho”, afirma, e agrega que é muito importante fazer com que a administração reconheça a incapacidade destas pessoas, “porque se trabalharem, claramente piorarão”. Para detectá-la os especialistas utilizam elementos de medição do grau de deterioração cerebral e física.

 

Ainda que falte muita pesquisa, indica Alegre, quando existam medicamentos para que a doença tenha outro curso os especialistas do campo trabalhista “terão que trabalhar muito, porque será necessário reintroduzir os doentes pouco a pouco”.

 

Pesquisa no auge

 

De acordo com o especialista, a pesquisa sobre a Síndrome da Fadiga Crônica está no auge. “Parece que esta doença está ligada aos genes e estamos controlando cerca de 200 famílias com mais de três gerações doentes”, destaca. Outro aspecto freqüente é que a Síndrome aparece depois da recuperação do câncer. “Um grupo importante, quase 10%, apresenta um quadro semelhante após sobreviver ao câncer”, assegura.

 

Também existem estudos com atletas de elite. Como afirma o especialista, “ainda que o mundo acredite que o atleta de elite é uma pessoa saudável, ocorre totalmente o contrário, porque ele se submete a um estresse brutal todos os dias”. “Outra coisa em que se acredita é que para que uma equipe funcione se deve suar a camisa, e isso é um grande erro. A equipe tem que estar muito bem treinada e o treino deve ser curto”, afirma.

 

De outro lado, María Modroño Masferrer, que trabalha na criação de uma fundação de pessoas afetadas pela Síndrome da Fadiga Crônica, considera que ainda falta muita informação sobre a doença. “A pessoa afetada é a que busca meios de informar-se, porque realmente no ambiente em que vive não existe muita explicação ao que lhe acontece”, enfatiza, ao tempo em que agrega que “deve-se continuar trabalhando e criando associações, que é de onde parte a maior informação, constituindo fundações e apoiando todos os médicos do mundo da pesquisa que necessitam recursos e apoio de todas as instituições”.