Tecnología España , Salamanca, Martes, 29 de mayo de 2012 a las 14:34

“Somos capazes de fazer dispositivos eletrônicos menores do que um vírus”

O físico Javier Mateos, pesquisador da Universidade de Salamanca, fala sobre a importância da Nanotecnologia e, neste campo, da Nanoeletrônica, sua especialidade

SICE/ACV/DICYT Nanopartículas que servem para repelir a água ou nanotubos de carbono utilizados para fabricar elementos fortes e leves. De acordo com o físico Javier Mateos, professor de Eletrônica do Departamento de Física Aplicada da Universidade de Salamanca, estes são apenas dois exemplos de aplicações práticas que a Nanotecnologia desenvolveu atualmente.

 

“Esta tecnologia reúne todas os campos da Ciência que trabalham com coisas muito pequenas, envolve disciplinas tão diversas como Medicina, Química, Eletrônica, Fotônica ou Biologia”, afirmou o especialista em declarações a DiCYT.

 

A Nanotecnolgia também é compreendida como a manipulação controlada de átomos e moléculas para produzir materiais, substâncias e dispositivos em níveis muito pequenos. Sua unidade de medida é o nanômetro, que eqüivale a milionésima parte de um metro, isso é, 10 -9 metros. “Para ter uma idéia, seu tamanho é menos que um glóbulo vermelho ou um cabelo humano”, comenta. De outro lado, um nanômetro é a largura de uma molécula de DNA e vinte e dois nanômetros são o tamanho dos transistores utilizados atualmente para elaborar os CPU dos computadores ou as memórias USB.


Modelização por computador

 

Precisamente estes últimos são os elementos utilizados para realizar suas pesquisas, os cientistas do grupo de trabalho do qual faz parte Mateos. “Queremos desenvolver circuitos, transistores e dispositivos que sejam mais rápidos, tentamos obter suas características e otimizar seu desenho, fazendo com que produzam menos ruído eletrônico e funcionem melhor. Como não é possível fabricar este tipo de dispositivos, nosso grupo de pesquisa realiza modelizações, isso é, processos de simulação através do computador”, afirma.

Para este pesquisador, a Eletrônica é uma área de grande aplicação e interesse para a Nanotecnologia, já que facilitou o desenvolvimento de circuitos e transistores muito pequenos que mudaram a forma com a qual atualmente utilizamos os computadores. Nos últimos 20 a 30 anos, os estudos nanotecnológicos avançaram na visão prática destas tecnologias, desenvolvendo aplicativos tão relevantes quanto a Nanoeletrônica.

A nanoeletrônica viveu um processo de desenvolvimento contínuo no qual se reduziu o tamanho dos dispositivos. Inclui a eletrônica de 50 anos atrás, na qual os dispositivos possuíam tamanhos da ordem de dois milímetros, transitando pela Microeletrônica até alcançar finalmente níveis nanométricos. Graças à Nanoeletrônica “somos capazes de fazer dispositivos eletrônicos menores que um vírus. Os vírus há pouco tempo não podiam ser vistos, não se sabia como eram, mas agora somos capazes de fazer estruturas ainda menores”, afirma o especialista.

 

Projeto europeu

 

Atualmente, Mateos encontra-se envolvido em um projeto europeu no qual seu grupo é o coordenador. Este projeto está orientado ao uso de terahercios, um tipo de ondas que se encontram entre os raios x e os raios visíveis, utilizados na fabricação de sistemas técnicos que permitem ver entre as paredes ou tecidos. Como a Espanha possui condições para produzir este tipo de dispositivos, sua equipe se encarrega de desenvolver a parte teórica do projeto, enquanto quatro laboratórios europeus atuam como contraparte, dedicando-se a implementar seus possíveis processos de produção.

 

Em breve a pesquisa em Nanotecnologia abrirá as portas a um número infinito de utilidades, ainda que algumas delas agora sejam ficção científica. No entanto, é só uma questão de tempo para que sejam realidade. Graças a estes aplicativos, espera-se desenvolver nanomateriais que possam monitorar a temperatura do corpo, nanosensores implantados embaixo da pele para identificar corpos estranhos e instrumentos nanométricos que permitam detectar doenças. Todos tão pequenos que seriam menos invasivos e incômodos para as pessoas, explicou o especialista.