Tecnología España , León, Viernes, 28 de marzo de 2014 a las 17:08

Um projeto europeu melhorará a produção de precursores esteroidais de uso clínico

Os precursores esteroidais são a origem de um grande número de hormônios esteroidais de uso médico

CGP/DICYT O Instituto de Biotecnología de León (INBIOTEC) e a empresa Gadea Biopharma apresentaram hoje o projeto europeu MySterI (Mycobacterial Steroids for Industry) no qual trabalharão durante os próximos três anos. O objetivo da iniciativa, que se enquadra na terceira convocação transnacional da Área Europeia de Pesquisa (ERA-NET, por suas siglas em inglês), concretamente na línea da Biotecnología Industrial, é melhorar a produção de compostos esteroidais de interesse clínico.

 

Como explica à DiCYT o coordenador do projeto, o pesquisador do INBIOTEC Carlos Barreiro, a iniciativa surge da colaboração entre o Instituto e a empresa farmacêutica Gadea. “Estudamos as necessidades e interesses da empresa para melhorar seus negócios e uma das opções que surgiu foi esta, produzir precursores esteroidais, levando-se em conta que são a base de um grande número de hormônios esteroidais de uso clínico e que atualmente se adquirem fora, de modo que produzí-las aqui economizaria custos significativos”.

 

Dessa forma, analizou-se todo o custo para a produção do produto e se formou um consórcio com outros quatro grupos de pesquisa: a empresa russa Pharmins, a Universidade de York (Reino Unido), o centro tecnológico SINTEF (Noruega) e a Universidade Técnica de Dortmund (Alemanha).

 

O núcleo do projeto é a obtenção de precursores de moléculas esteroidais usando uma nova estratégia biotecnológica que reduzirá os custos de produção e o impacto no meio ambiente. Trata-se da bioconversão de fitosterol, un resíduo de origem vegetal semelhante ao colesterol humano, realizada por diferentes espécies de microorganismos. Esta bioconversão permitirá a obtenção dos precursores esteroidais como androstenediona (AD) e dehidroepiandrosterona (DHEA) ou do esteroide comercial testosterona. Estes precursores esteroidais serão a matéria prima para a produção de hormônios sexuais de uso médico e farmacológico mediante síntese química. “Transformaremos fitosterol em outros precursores fáceis de utilizar ou com menos modificações de uso, por exemplo, em hormonios anticonceptivos fememinos, em testosterona que é utilizada em diferentes tratamentos como o da osteoporose, etc”, precisa Barreiro.

 

Diferentes tarefas

 

Para alcançar os objetivos pretendidos pelo MySterI se abordará, por um lado, a sequência de genomas completos de espécies do gênero Mycobacterium, o desenvolvimento de novas ferramentas de engenharia genética que facilitem a manipulação dos microorganismos produtores e, finalmente, o desenho de métodos de produção e purificação amigáveis com o meio ambiente reduzindo os custos da síntese química tradicional.

 

“A INBIOTEC analizará o genoma de linhagens produtoras, em condições de produção e não produção, para determinar quais os genes que podem estar implicados nela. Estamos trabalhando nisto e quase já sequenciamos o genoma do microorganismo que decidimos utilizar como produtor (Mycobacterium). Faremos também estudos proteômicos para conhecer todas as proteínas expressivas. Tudo isso nos ajudará a localizar os genes que favorecem ou dificultam a produção e tentaremos potencializar os primeiros e atenuar ou eliminar os segundos, de tal forma que possamos recanalizar todo o metabolismo do microorganismo para obter os produtos que nos interessam”, detalha o pesquisador.

 

A revista Nature Biotechnology publicou recentemente em um artigo a importância dos hormônios no total de compostos de origem biotecnológica nos Estados Unidos, que ocupam o segundo lugar na ordem de benefícios (16.100 milhões de dólares). Os precursores de substâncias esteroidais que se fabricarão no marco do projeto permitirão à famacêutica Gadea dispor de uma matéria prima que, atualmente, é a origem de um grande número de hormônios esteroidais. Atualmente, existem mais de 300 aprovados para uso clínico.