Alimentación España , Salamanca, Lunes, 19 de septiembre de 2011 a las 12:36

Ciale desenvolve pesquisa para combater a verticilose da oliveira

Cientistas de Salamanca esperam controlar o fungo que causa esta grave doença com “Trichoderma”, outro gênero de fungo com o qual trabalham há muitos anos

José Pichel Andrés/DICYT Um grupo de pesquisa do Centro Hispanoluso de Pesquisas Agrárias (Ciale) da Universidade de Salamanca trabalha para combater a verticilose da oliveira, doença que se converteu em uma grande ameaça para um dos cultivos mais importantes da Espanha do ponto de vista econômico. A contribuição dos cientistas de Salamanca foca-se no desenvolvimento de um método de controle biológico, já que estão realizando testes com um fungo denominado Trichoderma, que poderia defender as oliveiras do fungo responsável pela doença Verticillium.

 

O problema da verticilose é grave e “é preciso solucioná-lo porque ficamos sem oliveiras, sem azeite e sem azeitonas”, afirma o pesquisador que coordena o grupo, Enrique Monte. Os efeitos do fungo patogênico são bem conhecidos pelos agricultores que se dedicam ao olivedo: “As árvores secam rapidamente”, comenta o especialista em declarações a DiCYT.

 

Para buscar uma solução o cientista do Ciale e seu grupo de pesquisa utilizam os conhecimentos acumulados durante décadas sobre um gênero de fungos denominado Trichoderma, que defende muitas plantas de vários organismos patogênicos. Por essa razão pretendem aplicá-lo ao problema da verticilose da oliveira e os primeiros resultados estão sendo prometedores.

 

Para explicar como atua o fungo foco de sua pesquisa nos últimos anos, Enrique Monte gosta de dar um exemplo cinematográfico: “O Trichoderma é como Antonio Banderas quando interpreta o personagem “Zorro”, não tem piedade com os maus, que são os patógenos, mas também protege a mocinha, que é a planta”.

 

Agora o objetivo é aplicar este fungo benéfico para enfrentar o fungo que seca as oliveiras. “Existem patógenos que atacam todos os cultivos, mas outros são muito específicos. É o caso do Verticillium, que ataca a oliveira e o algodão”, afirma. No entanto, até pouco tempo as oliveiras sempre tinham convivido sem problemas com este patógeno, que evoluiu juntamente com elas. De fato, lembra Monte, “há oliveiras milenárias e o Verticillium não as mata”. A pergunta é: porque começou a ser um grave problema atualmente?

 

“O problema é que na Andaluzia começaram a semear a oliveira e o algodão juntos”, relata o pesquisador. Isto aumentou a concentração de inoculação do patógeno, isso é, da quantidade de material fúngico suscetível de desenvolver-se. Ao haver mais raízes de plantas no solo, Verticillium tinha mais rizosferas para multiplicar-se, mais terreno em contato com as raízes das plantas passiveis de serem atacadas. Definitivamente, “o algodão multiplicou a carga de patógeno no solo e a oliveira começou a decair. O que era uma convivência normal, transformou-se em um problema porque as oliveiras secam”, agrega.

 

Há dois tipos de verticilose, a desfolhante, na qual a rama se seca e a oliveira fica sem folhas, e a não desfolhante, que não é tão agressiva, porque a folha não cai, mas a árvore fica danificada. Frente a estas duas variantes, o fungo com o qual trabalha a equipe de Enrique Monte atua como protetor. “No laboratório isolamos cepas de Trichoderma que controlam os dois tipos”, afirma.

 

Possibilidade de aplicação imediata

 

Ademais, “como se trata de um problema imediato, estamos fazendo testes com cepas de variedades de Trichoderma já registradas”, comenta. Não fosse assim, seu trabalho se reduziria a ensaios experimentais sem possibilidade de serem aplicados no campo de forma real até que não fossem submetidos a rigorosos e longos controles. Concretamente, existem duas cepas de fungo registradas, uma delas pela equipe de Enrique Monte. “Vimos que coloniza bem a rizosfera da oliveira, de modo que prepararemos formulados de Trichoderma. Assim, se em uma fazenda de oliveiras detecta-se a doença de forma incipiente, poder-se-ia utilizar preventivamente”.

 

Esta pesquisa faz parte de um Projeto de Excelência do governo da Andaluzia, mas trata de “um problema nacional”, afirma o especialista e, de fato, na procura de soluções participam cientistas de vários lugares da Espanha. Até o momento a alternativa a métodos de biocontrole como o testado por Ciale eram produtos químicos baseados em fosfitos, mas estes “não são totalmente eficazes porque atacam fundamentalmente a outros patógenos, não ao Verticillium, esclarece Monte, além dos problemas de contaminação que podem derivar do uso de praguicidas. Com o método desenvolvido em Salamanca, em doses adequadas, o uso de Trichoderma poderia ser realizado conjuntamente a estes produtos químicos.