Nutrition Spain , León, Monday, November 07 of 2011, 14:58

Reserva da Biosfera Alto Bernesga alberga 12 espécies de flora protegidas

Cinco destas plantas são consideradas como de “atenção preferente” no Catálogo de Flora Protegida de Castela e Leão

RAG/DICYT A Reserva da Biosfera Alto Bernesga, localizada na Cordilheira Cantábrica de León, possui 12 espécies de flora protegidas, das quais cinco são consideradas como de “atenção preferente” no Catálogo de Flora Protegida de Castela e Leão e duas de “aproveitamento regulado”. O patrimônio vegetal é especialmente destacável nesta região em que existem 102 endemismos distribuídos em 33.442 hectares.

 

Entre as espécies que requerem mais atenção encontra-se a orquídea gigante (Barlia robertiana), que cresce em áreas de mato, campos e clareiras de florestas, bem como em sistemas de dunas, partindo do nível do mar a 1.100 metros, de acordo com dados do catálogo de endemismos da Reserva coletados por DiCYT. A planta, que floresce entre fevereiro e maio, cresce em plena luz do sol e é capaz de suportar grandes variações de temperatura, desenvolvendo caules de até 80 centímetros.

 

Outra das espécies vegetais nesta sensível situação é a conhecida como copa de duende (Homogyne alpina), que possui entre 10 e 35 de centímetros de altura, com vistosas flores vermelhas e roxas, distribuídas entre florestas subalpinas, florestas de pinheiro preto e campos úmidos de montanha entre 1.600 e 2.600 metros. Junto a estas, também está presente na Reserva de Alto Bernesga a Hugueninia tanacetifolia subsp. suffruticosa, uma erva de caule longo que cresce nas margens de rios e cachoeiras, em regiões de solos úmidos pouco ácidos e ricos em nutrientes, segundo especifica o catálogo.

 

As outras espécies consideradas como de “atenção preferente” são o trevo aquático (Menyanthes trifoliata) e a Santolina semidentat. A primeira é uma planta perene de rio que se desenvolve em terras turfosas ou pantanosas nas margens de lagos ou lagoas com solos encharcados e cujas flores apresentam cores brancas ou rosadas. A segundo, por sua parte, foi registrada na Reserva da Biosfera em solos pouco profundos, que recebem o sol, secos e semiáridos, e é reconhecida por suas características flores amarelas.

 

Duas espécies de aproveitamento regulado

 

Além destas cinco espécies de “atenção preferente”, a Reserva Alto Bernesga acolhe outras duas consideradas como de “aproveitamento regulado” no Catálogo de Flora Protegida de Castela e Leão. Uma delas é a erva Gentiana lutea, própria de campos de feno, faia, pinheiro, urzes e giestas. A outra, denominada chá de rocha ou rabo de gato (Sideritis hyssopifolia), cresce em pastos de alta montanha, clareiras de florestas e terrenos rochosos; e é conhecida por suas propriedades digestivas.

 

A riqueza vegetal de Alto Bernesga se reflete no elevado número de endemismos com os quais conta, 102 no total. Deles, 72 são endemismos “ibérico-peninsulares”, 25 “cantábricos” e “orocantábricos”, além de 5 “ubiñense-picoeruopeano”, segundo dados do catálogo de endemismos da Reserva.

 

Características da Reserva

 

Encravada na Montanha Central de León, em uma área de transição entre a Espanha seca e a úmida, a Reserva da Biosfera Alto Bernesga possui espécies animais emblemáticas como o urso pardo (Usus arctos) ou o tetraz cantábrico (Tetrao urogallus cantabricus).

 

Dentre as espécies vegetais que possui se destacam os pastos de alta montanha, localizados nos penhascos, terrenos rochosos e passagens de montanha; bem como os campos de carvalho, faias e matas ciliares euro-siberianas de salgueiros e choupos que fazem parte deste espaço, declarado Reserva pela Unesco em julho de 2005.

 

Por seu valor na região, a Área de Meio Ambiente da Prefeitura de La Pola de Gordón destacou a DiCYT o junípero-espanhol (Juniperus thurifera), resistente a duras condições ambientais e capaz de assentar-se de solos pedregosos e pouco evoluídos a ladeiras de forte pendente que recebem a luz do sol. Uma das florestas também característica na região é o azinhal “orocantábrico” endêmico, de grande resistência a condições como a seca.

 

Presentes neste espaço estão também espécies de aves como o milhafre-real (Milvus milvus), o abutre-do-egito (Neophron percnopterus), o falcão peregrino (Falco peregrinus) ou a águia real (Aquila chrysaetos). Mamíferos como o morcego-de-ferradura-pequeno (Rhinolophus hipposideros), o morcego-rato-grande (Myotis myotis) ou a lontra européia (Lutra lutra) também vivem na Reserva, situada em uma região de tradição mineira, nas últimas décadas de extração de carvão, mas também de cobre, níquel ou cobalto no passado.