Salud España , Salamanca, Martes, 19 de marzo de 2013 a las 16:10

Cientistas estudam as moléculas que regulam as células-tronco neurais

As células-tronco do sistema nervoso têm um grande potencial, mas sua aplicação ao tratamento de doenças neurodegenerativas ainda precisa superar muitos obstáculos

JPA/DICYT Isabel Fariñas, pesquisadora do Departamento de Biologia Celular da Universidade de Valência, está dentre os cientistas espanhóis mais relevantes no campo das Neurociências. Há anos estuda as células-tronco neurais, isso é, as células com potencial para formar e regenerar os tecidos do sistema nervoso e do cérebro. Este campo é promissor quando se pensa em futuras terapias contra doenças neurodegenerativas, mas seu desenvolvimento ainda apresenta muitos obstáculos, conforme explicou no dia 15 de março a pesquisadora em Salamanca.

 

“Como todos os trabalhos com células-tronco adultas nos distintos órgãos e tecidos, é um campo de pesquisa muito ativo porque compreendê-las nos permitiria, no terreno da medicina regenerativa, poder cultivá-las para expandi-las e criar células potencialmente aptas para o transplante”, afirma a especialista em declarações a DiCYT. No entanto, para poder utilizar estas células “é preciso saber como funcionam endogenamente, em nosso organismos, o que nos ajudaria a cultivá-las melhor”, e a isso se dedica seu laboratório.

 

Por outro lado, “parece que a perda de atividade destas células poderia estar relacionada com a deterioração dos tecidos pelo envelhecimento, de maneira que entender suas propriedades e como se regulam pode ter efeitos em como entendemos e como podemos abordar os estudos sobre envelhecimento”.

 

Importante em tumores

 

Ademais, hoje em dia se acredita que pelo menos uma boa parte dos tumores em humanos podem proceder de células-tronco que se transformam em células tumorais e que, assim, devido ao seu potencial para proliferar, basta que se desregulem muito poucas células para iniciar um câncer ou provocar uma recaída, também no caso de tumores do cérebro. Assim, “vale a pena estudar o que acontece quando as células-tronco estão desreguladas”, indica Isabel Fariñas, que participou do Simpósio Internacional ‘Mecanismos dos fatores neurotróficos na saúde e na doença’, organizados pela Fundação Ramón Areces nesta semana no Instituto de Neurociências de Castela e Leão (Incyl) da Universidade de Salamanca, e que no dia 15 também deu um seminário de pesquisa no Instituto de Biologia Funcional e Genômica (IBFG), centro misto do CSIC e da instituição acadêmica de Salamanca.

 

Saber mais sobre as células-tronco do cérebro tem diversas implicações e o grupo de Isabel Fariñas está realizando importantes contribuições nos últimos anos, com trabalhos destacados publicados por revistas científicas como Nature. “Somos um grupo de pesquisa básica, trabalhamos com ratos porque nos permite realizar modificações genéticas no animal e estudamos como as moléculas que estão no ambientes destas células-tronco no cérebro adulto regulam seu comportamento. São estudos de base, mas identificam moléculas, vias de sinalização e reguladores intrínsecos que regulam seu funcionamento”, comenta.

 

Biologia humana

 

Em todos os casos, identificar essas moléculas não quer dizer que automaticamente estas descobertas possam ser transferidas à biologia humana. O uso de células-tronco para reparar tecidos do sistemas nervoso se choca com vários problemas, de modo que este tipo de terapia celular “nem mesmo atraiu as companhias farmacêuticas”.

 

O primeiro obstáculo é que muitas doenças neurodegenerativas são “difusas”, por exemplo, no Alzheimer se perdem neurônios em muitas partes do cérebro, de modo que a estratégia do transplante é um pouco difícil de conceber”.

 

Por outro lado, outro dos problemas dos ensaios clínicos realizados na medicina regenerativa é que não pode haver um grupo placebo, isso é, “um grupo de controle que permita obter dados estatisticamente conclusivos dos resultados de uma terapia”, o que é simples de fazer com terapias farmacológicas, nas quais se administram a alguns pacientes substâncias inócuas para comparar com o grupo que recebe o tratamento que se pretende avaliar.

 

Em todos os casos, “vale a pena conhecer melhor estas células-tronco porque podem ter muito potencial”, afirma a pesquisadora da Universidade de Valência.