Universidade de Valladolid está em um projeto nacional que pretende paliar a hipertensão pulmonar
CGP/DICYT A hipertensão pulmonar é uma doença qualificada como rara que afeta as artérias do pulmão, produzindo um estreitamento progressivo destas vias. Costuma ser diagnosticada tarde, quando as possibilidades de tratamento são menores, devido a que não existem ferramentas diagnósticas disponíveis para sua detecção precoce. Em razão do Dia Mundial da Hipertensão Pulmonar, comemorado no dia 3 de maio, a Fundação Contra a Hipertensão Pulmonar (FCHP) desenvolveu uma plataforma de micro-financiamento para custear um projeto de pesquisa denominado Enpathy, cujos principais objetivos são facilitar o diagnóstico precoce desta doença e encontrar a cura definitiva. No projeto estão envolvidos diversos cientistas de hospitais e universidades espanholas, dentre elas a Universidade de Valladolid.
Com os resultados de Enpathy (siglas para New therapeutic targets in pulmonary arterial hypertension, Novos alvos terapêuticos em hipertensão arterial pulmonar) pretende-se beneficiar a mais de 1.000 famílias espanholas e mais de 120.000 em todo o mundo. As distintas seções da pesquisa somam um orçamento total de 1,7 milhões de euros, e já foram conseguidas contribuições de particulares, empresas e instituições através de distintas plataformas.
As pesquisas do projeto se desenvolverão em quatro linhas. A primeira delas se focará nas novas vias de tratamento, tentando de descobrir os procedimentos que atuam sobre as células e moléculas envolvidas no desenvolvimento desta doença, evitando seu desenvolvimento ou, inclusive, conseguindo sua cura. Estas pesquisas serão realizadas através de estudos relacionados com o campo da genômica, a proteômica e a terapia celular, conforme informações da FCHP coletadas pela DiCYT.
O segundo âmbito do trabalho se focará em potencializar novos métodos de analises que permitam avaliar a gravidade da doença e a resposta dos pacientes ao tratamento, através de técnicas de separação celular, genômica e metabolômica. Também se dedicará especial atenção ao papel dos estudos de integridade e função endotelial no diagnóstico e acompanhamento da doença.
A terceira linha estudará a aplicação de técnicas de imagem de última geração no estudo da doença, a fim de visualizar a distribuição da circulação pulmonar, a morfologia e funcionamento do coração. Por último, será criado o Biobanco Espanhol de Hipertensão Arterial Pulmonar, que contará com amostras biológicas de pessoas afetadas por esta doença. O repositório estará vinculado ao registro espanhol de pacientes, de modo que estas amostras e a informação clínica associada poderão ser utilizadas em futuras pesquisas realizadas em qualquer lugar do mundo sobre a doença.
Aumento da expectativa de vida
A hipertensão pulmonar altera a respiração, reduz a tolerância ao esforço e, quando avança, causa uma falha no coração. Os últimos progressos científicos permitiram aumentar a esperança de vida das pessoas afetadas de três anos, que antes se estabeleciam ao determinar o diagnóstico, a mais de 20, conseguidos em alguns casos. Ademais, atualmente existem tratamentos que melhoram a qualidade de vida dos pacientes, melhorando em certa medida a tolerância ao esforço, apesar de que ainda não foi possível curar a doença.
Segundo Enrique Carazo, presidente da Fundação, o Dia Mundial da Hipertensão Pulmonar “é um bom momento para divulgar esta doença e, sobretudo, unir vontades de todas as entidades que representam internacionalmente um grande número de pessoas afetadas por uma doença a qual se busca uma solução definitiva incessantemente”. Sobre a plataforma de micro-financiamento desenvolvida, afirma que “com qualquer pequena contribuição estaremos mais próximos de acabar com esta doença”. “Ninguém deve se preocupar com o fato de que sua doação seja pequena já que entre todos, pouco a pouco, conseguiremos grandes conquistas. De fato, fazendo uma estimativa, com 15 euros já é possível ajudar uma pessoa”, conclui.