Arqueólogos de Burgos estudam os fósseis de um exemplar de Iguanodon Fittoni

MOP/DICYT O Coletivo Arqueológico Paleontológico de Salas de los Infantes, (CAS), está analisando e estudando restos fósseis de vários dinossauros trazidos pelo grupo para a localidade de Burgos, de forma provisória desde o Instituto e Museu de Geologia e Paleontologia de Tubinga (Alemanha), e que foram encontrados na década de sessenta na comarca de Burgos.

Como informou a DICYT o diretor do Museo Dinosaurios de Salas de los Infantes, Fidel Torcida, “são cerca de 30 peças de fósseis de diferentes tamanhos pertencentes a várias espécies de dinossauros”. Alguns restos que podem pertencer a um Iguanodon Fittoni e que podem mudar as identificações que foram feitas até agora desta espécie. Torcida afirmou que “conseguimos trazê-los de forma temporária para estudá-los e determinar se a identificação feita anteriormente foi correta ou está desatualizada em relação aos dados atuais”. Além do mais, o diretor do Museu espera poder expô-los em Salas de los Infantes depois do seu estudo para explicar os progressos aos visitantes.

Os fósseis que se estudam agora foram recolhidos por Gerd Dietl em 1968, quando preparava a sua tese de doutoramento em Geologia, nesta zona de Burgos, e ele pessoalmente os transladou a Alemanha. Torcida destacou que anos depois, o doutor Michael Maisch analisou uma parte dos fósseis, entre eles várias vértebras articuladas, e publicou um trabalho no qual os identificava como pertencentes a um dinossauro herbívoro de tamanho médio semelhante à espécie Iguanodon fittoni. Os restos existentes são vértebras que apareceram articuladas e muito bem conservadas.

Na visita do grupo arqueológico de Burgos à localidade alemã de Tubinga em 2006, comprovou-se que, para além das vértebras, a coleção destes fósseis incluía mandíbulas e dentes de outros dinossauros iguanodontídeos, assim como um dente de dinossauro carnívoro que poderia corresponder a uma espécie pouco freqüente na zona.

Os integrantes do coletivo de Burgos mostraram o seu interesse em analisar estes ossos e solicitar um empréstimo das peças para estudá-las em detalhe em Salas de los Infantes, o que se autorizou agora, “depois de um longo processo burocrático, uma vez que o museu alemão não costuma fazer empréstimos”, destacou Torcida. Em todos os casos, o diretor afirmou que houve “boa disposição”.

Torcida apontou que os “Iguanodontídeos formam um grupo de dinossauros cujo estudo está atualmente sendo submetido a uma revisão profunda, de modo que se discute quantas espécies o constituem, as suas relações evolutivas e a sua própria natureza como família dentro dos dinossauros”. Após as análises que se realizarão a estes fósseis durante os meses em que permanecerão em Salas de los Infantes, a identificação dos Iguanodontídeos pode mudar. Em princípio, as descobertas dos anos sessenta estarão na comarca de Burgos até setembro, mas o diretor anunciou que “tentarão prolongar este tempo até o fim do ano para que sejam expostos depois de analisados”.

Os pesquisadores do Museu de Salas de los Infantes contarão com a colaboração de José Ignacio Ruiz Omeñaca, do Museu do Jurássico Asturiano (MUJA) para os seus estudos; Michael Maisch, do Instituto e Museu de Tubinga, e, provavelmente, Xavier Pereda (Universidade do País Basco).

Simultaneamente, serão feitas réplicas dos fósseis em resina que finalmente serão expostas no Museu de Dinossauros de Salas de los Infantes antes de seu regresso a Alemanha.

Interesse pelos dinossauros em Madrid

Cerca de 150.000 pessoas foram ao Recinto Juan Carlos I de Madrid na exposição “Madrid es Ciência”, realizada do dia 24 ao dia 27 de Abril. Entre elas, foram milhares as que se interessaram em conhecer o patrimônio paleontológico de dinossauros de Cyl, já que foram distribuídos cerca de 4000 exemplares do Diário de los Dinosaurios e foram oferecidas oficinas a centenas de visitantes.

O stand do Museo y la Fundación Dinosaurios, únicos representantes em Madrid de Castela e Leão, alcançou os objetivos propostos: difundir e promover o rico patrimônio de dinossauros, assim como estimular o interesse e a curiosidade pela paleontologia mediante o desenvolvimento de Oficinas Didáticas, mostrar como trabalham os paleontólogos e principalmente aproximar os dinossauros das pessoas para fomentar a sua conservação e o seu estudo, e apresentá-los como um valor cultural, segundo uma nota da imprensa da Fundación de los Dinosaurios de Castela e Leão.