Salud España , Valladolid, Lunes, 26 de noviembre de 2012 a las 15:21

“As vacinas são os produtos que sofrem mais controle de segurança”

Especialistas destacam a eficácia e segurança das vacinas contra a gripe diante da retirada preventiva de alguns lotes no mês passado

Cristina G. Pedraz/DICYT O Centro Cultural Miguel Delibes, de Valladolid, recebeu no dia 21 de novembro a IV Jornada de Atualização de Vacinas de Castela e Leão, na qual participaram destacados especialistas do panorama nacional como o catedrático e chefe de Serviço de Microbiologia Clínica e Controle da Infecção do Hospital de Basurto (Bilbao), Ramón Cisterna. O especialista insistiu que a vacinação contra a gripe é “a primeira solução do ponto de vista coletivo para enfrentá-la”, considerando que a gripe “visita-nos todos os anos de forma constante” e que a vacinação contra ela “demonstrou não apenas sua eficácia, mas também sua segurança”.

 

“Como participantes do estudo da gripe e da vacinação antigripal, insistimos que todas as pessoas que se sentem vulneráveis em razão de sua condição médica, de sua idade ou de sua profissão aproveitem esse benefício das administrações sanitárias, que financiam a aquisição deste tipo de vacinas”, explicou em declarações coletadas por DiCYT.

 

Cisterna afirma que observa com “precaução” que alguns coletivos que usaram a vacina antigripal no ano passado, como os idosos de 60 anos, registrem taxas menores de cobertura atualmente. “O objetivo da OMS e da União Européia é conseguir que pelo menos 75% das pessoas com mais de 60 ou 65 anos estejam protegidas da gripe com relação a sua vulnerabilidade, e não somente isso, também pessoas que têm condições de risco e nas que, quando adquirem a gripe, as complicações são mais frequentes, também estejam nessa margem”, agrega.

 

Com relação ao problema da falta de abastecimento registrado no caso de algumas vacinas devido a problemas com determinados lotes, o especialista enviou uma mensagem de “tranqüilização e confiança”. “Há tempo para vacinar-se da gripe, estes problemas podem aparecer, mas sempre existem soluções e é preciso confiar no sistema público”, indicou, lembrando que as vacinas “sofrem os máximos controles de segurança e com a mínima observação são retiradas do mercado”.

 

Vacinação em crianças

 

Com relação à vacinação infantil, o vice-presidente da Associação Espanhola de Pediatria (AEP), Fernando Malmierca, indica que é “fundamental” que todas as comunidades autônomas tenham um mesmo calendário de vacinas, em dois sentidos. “A Associação espanhola de Pediatria recomenda há anos um calendário único, mas esse calendário tem duas facetas: uma que sejam administrados os mesmos antígenos, isso é, a proteção contra as mesmas doenças, e outra um calendário único de datas, porque hoje a mobilidade das famílias é importante e uma criança pode nascer em uma comunidade e, depois, viver em outra, e algumas vacinas podem ser diferentes”, afirma.

 

Com relação ao número de vacinas administrada à população infantil, tanto as financiadas pela Saúde Pública, quanto as pagas pelos pais, Malmierca esclarece que “existem muitas vacinas no mundo e devem ser administradas, segundo os estudos epidemiológicos, aquelas mais importantes para a área em que vivemos”. No caso da Espanha, continua, “nenhuma vacina é obrigatória”, mas os pediatras “informam aos pais quais são boas para seus filhos e eles devem decidir”.

 

Nesta linha, o especialista adverte que nos últimos anos foram detectados momentos de surtos em determinadas doenças como o sarampo, em Granada, ou a coqueluche, nas Canárias. “Neste ano foram diagnosticados na comunidade mais de mil casos de coqueluche, uma doença séria em crianças pequenas, que devem começar a ser vacinadas com dois meses. As crianças que ainda não receberam nenhuma dose da vacina estão desprotegidas, e se algum recém nascido é contagiado existe inclusive risco de vida”, ressalta. Deste modo, diante de alguns grupos de pessoas “anti-vacinas”, o especialista destaca que junto da potabilização das águas, ao longo da história as vacinas “são as que mais vidas salvaram na humanidade”.

 

O HPV, causa de sete tipos de câncer

 

Por outro lado, Xavier Bosch, do Instituto Catalão de Oncologia e especialista no Vírus do Papiloma Humano (HPV), afirma que o HPV é a causa de sete tipos de câncer, não somente o do colo do útero (além do do pênis, anus ou da cavidade orofaringea, dentre outros), e que em alguns países como a Australia ou os Estados Unidos a vacina contra o vírus começará a ser aplicada também em meninos a partir de 2013.

 

Na Espanha, especificamente em Castela e Leão, a vacinação contra o HPV alcança coberturas de 87%. “Quando vacinamos pessoas que ainda não estiveram em contato com o vírus, a proteção é muito alta, só não se pode considerar completa porque existem tipos de vírus que não estão na vacina, mas a probabilidade de que a pessoa tenha um câncer de colo de útero se reduz em 70-80%, razão suficiente para animar todo o mundo a participar destas campanhas”, incide.

 

Por outro lado, o Conselheiro de Saúde, Antonio María Sáez Aguado, que abriu a Jornada, destaca que a vacinação é uma das atuações sanitárias públicas mais eficientes em relação a custos que se conhece, e destacou os serviços oferecidos pelas vacinas em relação às garantias e saúde. “Em Castela e Leão temos coberturas muito elevadas em relação à vacinação infantil, que oscilam entre 94 e 96%, e a mais alta do país em relação à vacinação contra a gripe, programas que serão mantidos e que desde o ponto de vista científico e profissional queremos aprofundar em jornadas como esta, na qual buscamos um maior conhecimento por parte de nossos profissionais”, conclui.