Salud España , Salamanca, Martes, 18 de octubre de 2011 a las 13:39

Centro de Investigação do Câncer estuda a apoptose do verme ‘C. elegans’

Cientista Adolfo Sánchez Blanco incorpora-se ao CIC para iniciar uma nova linha de pesquisa sobre as terapias que induzem à autodestruição das células cancerígenas

JPA/DICYT O cientista Adolfo Sánchez Blanco, procedente da Universidade de Stanford (California, Estados Unidos), acaba de incorporar-se ao Centro de Investigação do Câncer (CIC) de Salamanca para iniciar uma nova linha de pesquisa. Após estudar a duração da vida do verme Caenorhabditis elegans, seu objetivo agora é utilizar este organismo modelo para analisar a apoptose, isso é, a morte celular programada, um mecanismo biológico que impede que as células cancerígenas sobrevivam e que, portanto, evita o desenvolvimento de tumores. O laboratório do CIC ao qual se incorporou este investigador busca desenvolver novas terapias baseadas na indução desta autodestruição das células do câncer.

 

O verme Caenorhabditis elegan é um nemátodo que mede apenas um milímetro e que possui aspecto transparente. Sua principal virtude para a ciência é servir de modelo para muitas pesquisas biomédicas, porque é fácil de manipular e 80% de seus genes possuem genes homólogos no ser humano. “Durante seis anos estudei o envelhecimento do verme C. elegans na Universidade de Stanford”, explica em declarações a DiCYT Adolfo Sánchez Blanco, licenciado em Biologia na Universidade de Salamanca e que agora retorna à capital do Tormes. O objetivo de seus estudos na Califórnia foi “pesquisar as razões moleculares que levam à variabilidade da vida, ou seja, porquê em um grupo de vermes com a mesma idade cronológica, genótipo e que vivem no mesmo ambiente, sempre há vermes que vivem mais que outros em uma população com todos os parâmetros iguais”.

 

Para pesquisar esta questão “realizamos um odômetro molecular do envelhecimento”, isso é, “um velocímetro que através do uso de genes e marcadores fluorescentes nos permitia prever quais indivíduos viveriam mais, ou menos”. De posse desta informação, os cientistas do grupo em que trabalhou Sánchez Blanco estudaram as causas moleculares que poderiam explicar essas diferenças na duração da vida dos vermes. “O que encontramos foi um fator de transcrição, que é uma proteína que induz a expressão de muitos genes no indivíduo, que neste caso faz parte de uma rota genética conservada nos vermes e nos humanos, que é a rota da insulina e do fator de crescimento IGF-1, muito importante”. Ademais, também comprovaram “a variabilidade patogênica da dieta”, isso é, como uma mesma dieta pode ser mais prejudicial para uns vermes que para outros. “Essas duas são as razões iniciais que induzem à variabilidade da duração da vida”, indica o pesquisador, que publicou seu trabalho na revista científica PLoS Genetics, uma das mais prestigiadas no campo.

 

Adolfo Sánchez Blanco contou os detalhes desta pesquisa, publicada há poucos meses, na conferência realizada no dia 14 de outubro no Instituto de Biologia Funcional e Genômica (IBFG) de Salamanca. No entanto, em declarações a DiCYT afirma que sua incorporação ao CIC dentro do laboratório coordenado por Faustino Mollinedo supõe novos desafios em sua carreira. “Continuarei estudando aspectos do envelhecimento, mas envelhecimento e câncer são duas coisas muito conectadas, caminham de mãos dadas, porque na medida em que o envelhecimento avança, alguma coisa acontece e ficamos mais suscetíveis ao câncer”, indica.

 

Neste sentido, a equipe de Faustino Mollinedo busca novos modelos para estudar novas terapias contra o câncer, especialmente terapias que induzem a apoptose. “O verme C. elegans foi exatamente o modelo em que se caracterizou o controle genético da apoptose, de modo que o usaremos para provar este tipo de novas terapias contra o câncer”, afirma o pesquisador.