Health Spain , Salamanca, Monday, April 15 of 2013, 18:07

Centro do Câncer testa um medicamento contra o sarcoma de Ewing

Testes com animais oferecem bons resultados para um tratamento contra um tipo de câncer pouco freqüente que afeta crianças e jovens

JPA/DICYT O Centro de Investigação do Câncer (CIC) de Salamanca realiza testes com um medicamento que demonstrou sua efetividade em estudos pré-clínicos contra o sarcoma de Ewing, um tipo de câncer que ataca principalmente crianças e adultos jovens. Esta doença rara afeta sobretudo os ossos, mas também atinge outros tecidos, de modo que os cientistas consideram que pelo menos o grupo de pacientes com o pior prognóstico poderia se beneficiar de um tratamento que também é pesquisado contra outras neoplasias.

 

Os pacientes com sarcoma de Ewing têm uma taxa de sobrevivência superior a 70%, mas quando há metástase esta se reduz a 20%, diante do que um grupo de pesquisa do Centro do Câncer tenta identificar aqueles que tem o pior prognóstico para buscar uma terapia. Algumas alterações nos cromossomos determinam o surgimento e evolução deste tipo de câncer e, por sua vez, resultam em certas alterações secundárias que “nos permitem definir grupos de pacientes que podem ter distintos prognósticos”, afirma em declarações a DiCYT Daniel García, pesquisador do CICI que deu no dia 11 de abril uma palestra na conferência sobre este tema.

 

Graças a esta diferenciação, é possível desenhar estratégias terapêuticas mais específicas. De fato, os pesquisadores do CIC comprovaram que um grupo de pacientes com sarcoma de Ewing que apresenta alterações no cromossomo 1 tem um diagnóstico pior. Seguindo esta linha de pesquisa, passaram a realizar estudos com um medicamento denominado MLN4924, que nos Estados Unidos já está em fases avançadas de pesquisa com outros tumores, como melanomas e linfomas, e que está dando bons resultados.

 

No caso do sarcoma de Ewing, os cientistas de Salamanca pesquisaram com modelos in vitro e com ratos, nos quais a doença foi provocada. Nos animais, o medicamento reduz o tamanho do tumor, de modo que sua efetividade foi comprovada in vivo. Do mesmo modo, “em humanos foram superados testes pré-clínicos de toxidade”, explica Daniel García.

 

Assim, “proporemos a realização de um teste clínico”, agrega o pesquisador, que faz parte do laboratório do CIC dirigido por Enrique de Álava. De momento a companhia farmacêutica que desenvolveu o tratamento focou-se mais em outras neoplasias mais prevalecentes, mas os cientistas do Centro do Câncer acreditam que podem contar com sua colaboração para continuar avançando nesta linha de pesquisa.