Salud España , Valladolid, Jueves, 30 de mayo de 2013 a las 10:32

Comprova-se eficácia da terapia celular no tratamento da artrose do joelho

Pesquisadores do Instituto de Biologia e Genética Molecular (IBGM) e do centro médico Teknon de Barcelona o verificaram em um estudo clínico

CGP/DICYT Pesquisadores do Instituto de Biologia e Genética Molecular (IBGM), centro misto da Universidade de Valladolid e do CSIC, e do centro médico Teknon de Barcelona, comprovaram em um estudo clínico com 12 pacientes a eficácia da terapia celular como alternativa no tratamento da artrose do joelho. O tratamento consiste na injeção intra-articular de células tronco mesenquimais autólogas (do próprio paciente), o que melhora substancialmente a dor e a deficiência com relação aos tratamentos convencionais. Do mesmo modo, a terapia celular proposta melhora a qualidade da cartilagem articular na maioria dos casos (11 de 12). O trabalho foi publicado no último número da revista científica Transplantation, órgão de comunicação da sociedade de transplantes dos Estados Unidos.

 

O estudo está encabeçado na Universidade de Valladolid por Ana Sánchez e Javier García-Sancho, membros do IBGM e promotores da spin-off Citospin. Os pesquisadores desenharam um estudo piloto com 12 pacientes que possuíam artrose de joelho crônica resistente aos tratamentos convencionais, nos quais injetaram células tronco mesenquimais autólogas (obtidas da medula óssea do próprio paciente) escolhidas e cultivas na Sala Branca do Parque Científico da Universidade de Valladolid. As céulas tronco são células do tecido conectivo que podem dar origem a distintos tipos celulares, segregam substâncias que estimulam o crescimento e a diferenciação de outras células do tecido conectivo, e têm um potente efeito antiinflamatório.

 

Os pacientes foram tratados, acompanhados e avaliados durante um ano no Centro Médico Teknon de Barcelona, comprovando-se que mostraram uma rápida melhoria da dor e da deficiência. A eficácia média foi de 65-78%, superior à dos tratamentos convencionais em seu uso. Demonstrou-se também uma melhora na qualidade da cartilagem articular (de uma média de 27%) por técnicas de ressonância magnética quantitativa em 11 dos 12 pacientes do teste clínico.

 

Esta modalidade de terapia celular utiliza o mesmo tipo de células tronco utilizadas com sucesso para o tratamento da dor lombar causada por degeneração do disco, em um teste clínico publicado pelos mesmos autores em 2011, conforme informação da Universidade de Valladolid coletada pela DiCYT. Atualmente, os autores da publicação estão realizando alguns casos compassivos (tratamentos autorizados individualmente pela Agência Espanhola de Medicamento quando não se conhece um tratamento melhor) utilizando esta mesma terapia celular.

 

Unidade de Produção Celular

 

Ana Sánchez e Javier García-Sancho são fundadores de uma empresa de base tecnológica denominada Citospín, uma spin-off da Universidade de Valladolid que fabrica células humanas para o uso clínico com a autorização da Agência Espanhola de Medicamento (AEMPS). A empresa foi formada após 10 anos de pesquisa e desenvolvimento no campo da terapia celular com o apoio da Rede de Terapia Celular do Instituto de Saúde Carlos III, da Junta de Castela e Leão e dos Ministérios da Ciência e Tecnologia e da Saúde.

 

A Unidade de Produção Celular (UPC) da Universidade de Valladolid, da qual derivou a Cistospín, foi criada em 2001 no IBGM para motiva e dar suporte científico e técnico aos programas de terapia celular dos hospitais universitários locais e dos outros grupos nacionais de pesquisa clínica associados à Rede de Terapia Celular. A UPC tem atualmente suas instalações no Edifício P&D do Parque Científico da Universidade de Valladolid, no Campus Miguel Delibes. A Unidade subministra células para seis testes clínicos diferentes.

 

Artrose de joelho

 

A artrose de joelho é a degeneração da cartilagem articular, conduzida ao desenvolver fissuras e erosões, que provoca dor e impotência funcional. Cursa com inflamação, de modo que os medicamentos antiinflamatórios estão indicados no tratamento desta doença. A cartilagem articular tem uma capacidade regenerativa muito limitada, de modo que os tratamentos comuns são sintomáticos. A evolução da qualidade da cartilagem articular podem estar acompanhada de métodos avançados de ressonância magnética.

 

Conforme a entrevista ArtRoCad(2) realizada pela Sociedade Espanhola de Reumatologia e pela Sociedade Espanhola de Médicos de Assistência Primária, a artrose do joelho tem uma prevalência de 10% e a da cintura, de 4%. O estudo EPISER, realizado pela S.E. de Reumatologia mostrou que 29% da população espanhola com mais de 60 anos apresentava artrose sintomática (com dor) de joelho. Isto significa que, atualmente, 2 milhões de espanhóis apresentam uma artrose sintomática de joelho. O custo anual do tratamento convencional é, segundo o estudo ArtRoCad, de cerca de 1.500 euros por paciente.

 

Referência bibliográfica

 

Orozco, L., Munar, A., Soler, R., Alberca, M., Soler, F., Huguet, M., ... & García­Sancho, J. (2013). Treatment of Knee Osteoarthritis with Autologous Mesenchymal Stem Cells: A Pilot Study. Transplantation, 95, 00Y00.