Cria-se um sistema que transforma os sinais cerebrais em movimentos
JST-Tec Monterrey/DICYT Um grupo de pesquisa do Tecnológico de Monterrey, Campus Monterrey, trabalha para tonar realidade o sonho de mover objetos com o pensamento. Para consegui-lo, pesquisadores e estudantes uniram-se para integrar a Célula de Incubação HachMind.
Atualmente em estado de pré-incubação, a empresa HachMind trabalha em uma primeira etapa com um aplicativo ou protótipo funcional que permitirá controlar uma cadeira de rodas apenas com a mente.
A Célula está composta por Diego Vidal Escamilla Collí, líder do grupo e estudante do Doutorado em Ciências da Engenharia (DCI), Cristywelina Escamilla, aluna do curso de Engenharia Mecatrônica (IMT), e pelo doutor Ciro A. Rodríguez, professor e assessor do grupo e titular da Cátedra de Pesquisa em Máquinas Inteligentes, associada a esta nova empresa de base tecnológica.
“A idéia de desenvolver um projeto sobre a interface cérebro-computador nasceu durante meus estudos de Engenharia Mecatrônica, nos quais desenvolvi um sistema muito simples para medir os sinais bioelétricos do cérebro e limpar ou acondicionar estes sinais, para logo convertê-los em algoritmos que pudessem ser traduzidos em ações, idéia que surgiu quando comecei a estudar o DCI e que derivou na criação desta empresa”, afirma o engenheiro Escamilla.
Protótipo em desenvolvimento
O ponto de partida da HachMind se fundamenta em um sistema de comunicação que, a partir do registro de sinais cerebrais, traduz as intenções do usuário em sinais de controle (neste caso, o piscar dos olhos), que decifram ordens executadas por uma cadeira de rodas.
Atualmente a Célula de Incubação já pesquisou os sinais cerebrais requeridos para o movimento da cadeira, de modo que é possível dizer que a etapa de processamento já foi realizada com o desenvolvimento de algoritmos que permitem traduzir as intenções do usuários em ações executáveis.
“A vantagem de utilizar um Sistema Interface Cérebro-Computador é que, através deste, é possível criar um canal de comunicação dos usuários com seu entorno físico praticamente sem ter que utilizar o sistema nervoso periférico, nem o sistema muscular, isso é, somente através da detecção da atividade cerebral, de modo que não são necessários grandes movimentos físicos para sua manipulação”, indicou o CEO da célula.
O primeiro protótipo de uma cadeira de rodas controlada pela mente do usuário já está em fase experimental.
“Foi comprovado que os pensamentos do usuário podem controlar o movimento. Com um piscar de olhos que demonstre a intenção do usuário, lança-se um sinal de alerta ou de ativação e, logo, o sistema espera um lapso aproximado de três segundos e detecta o segundo sinal: outro piscar de olhos simples para mover a cadeira de rodas à direita, e dois para a esquerda”, explica o líder da Célula de Incubação.
Ampliar aplicativo
Para desenvolver este e outros aplicativos benéficos para o usuário, a equipe HachMind contempla distintas linhas de pesquisa, dentre elas a instrumentação, o desenho eletrônico, a computação e o desenvolvimento de diferentes aplicativos.
Além deste primeiro aplicativo que está sendo desenvolvido, dentre os planos futuros deste grupo de pesquisa encontra-se o desenho de outras interfaces cérebro-computador como, por exemplo: eletroencefalogramas portáteis, videogames interativos baseados em interfaces cérebro-computador, e o comércio de eletrodos e equipamentos médicos para encefalogramas.