Alimentación España , León, Lunes, 11 de marzo de 2013 a las 11:26

Demonstra-se que o Google Street View permite caracterizar o hábitat de espécies silvestres

O trabalho do CSIC publicado no PLOS ONE foi realizado em uma área da Cordilheira Cantábrica da província de León para estudar o ecossistema do abutre-fouveiro e do abutre-do-egito

JPA/CSIC/DICYT A ferramenta Google Street View, que permite ver fotografias de alta resolução de muitos lugares e está disponível de forma gratuita na internet, serve para estudar o hábitat de espécies silvestres permitindo economizar tempo e dinheiro, conforme demonstraram cientistas do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC). No artigo publicado na revista científica PLOS ONE, os pesquisadores utilizam este sistema para analisar o ecossistema do abutre-fouveiro e do abutre-do-egito em uma área de 7.000Km2 correspondente à Cordilheira Cantábrica da província de León.

 

O Google Street View guarda imagens georreferenciadas, com suas coordenadas geográficas de ruas, estradas, mas também de pistas e caminhos no campo, o que permite numerosas possibilidades. “É como ter várias fotos ao mesmo tempo estando no campo, mas esta ferramenta representa uma economia de 36% do tempo utilizado para fazer estes estudos e de até 49,5% de dinheiro”, explicou a DiCYT Pedro Pérez Olea, cientista do Instituto de Investigação em Recursos Cinegéticos, centro misto do CSIC, da Universidade de Castilla-La Mancha e da Junta de Castilla-La Mancha, que focou este trabalho na “parte sul da Cordilheira Cantábrica”.

 

Até agora a única possibilidade que tínhamos de realizar este trabalho era visitar o campo com veículos, mas após os resultados desta pesquisa a ferramenta do Google apresenta-se como a melhor alternativa. “O único problema é que ainda não chegou a todos os lugares, de modo que suas possibilidades ainda são limitadas, mas já estão chegando com carro e, inclusive, andando em quase todas as partes. Assim, será de grande utilidade para biólogos e ecologistas”, afirma o pesquisador, autor do artigo com Patricia Mateo-Tomás, também cientista do Instituto de Investigação em Recursos Cinegéticos.

 

Especificamente, o artigo da PLOS ONE mostra uma importante economia de tempo e dinheiro no estudo das crateras rochosas nas quais fazem seus ninhos o abutre-fouveiro (Gyps fulvus) e o abutre-do-egito (Neophron precnopterus). Através de fotografias, os pesquisadores identificaram o tipo de substrato rochoso, a presença de cavernas para a nidificação, bem como a vegetação do lugar e manchas de excrementos. Isso é, que é possível coletar a mesma informação que em uma visita de campo.

 

Conseguir mais dados

 

O objetivo deste tipo de análise dos ecossistemas de determinadas espécies é avaliar a quantidade e qualidade do hábitat disponível para elas. As imagens de satélite e as fotografias aéreas, que podem ser encontradas em outras ferramentas como o Google Earth e o Google Maps, oferecem parte da informação necessária, mas não tanta como o Google Street View, que atualmente se integra às anteriores e simula uma presença real sobre o terreno, já que tira fotografias da altura de uma pessoa.

 

O caso das crateras rochosas é paradigmático por sua estrutura vertical. A teledetecção por satélite não serve para nada neste caso, mas se trata de ecossistemas muito ricos em diversidade, cujo estudo necessita ser feito de maneira precisa, porque a degradação deste tipo de ecossistemas é uma das principais causas da extinção de espécies.

 

Referência bibliográfica

 

Olea, P.P., Mateo‐Tomás, P. Assessing species habitat using Google Street View: a case study of cliffnesting vultures. PLOS ONE. 10.1371/journal.pone.0054582.