Salud España , Valladolid, Miércoles, 07 de diciembre de 2011 a las 11:28

Desenvolve-se um dispositivo que permite medir com grande precisão a sensibilidade da retina

Grupo de Técnicas Óticas de Diagnóstico da Universidade de Valladolid utilizará o sistema para estudar, de forma experimental, pacientes com retinose pigmentária

Cristina G. Pedraz/DICYT Pesquisadores do Grupo de Técnicas Óticas de Diagnóstico (TOD) da Universidade de Valladolid desenvolveram um dispositivo experimental e uma técnica que permite medir, com grande precisão, a sensibilidade da retina. Após testar o dispositivo, estudaram as evoluções temporais da incidência da luz em diferentes áreas da retina ante distintas condições de luminosidade, e iniciaram uma pesquisa mais aplicada em pacientes que sofrem de retinose pigmentária, um grupo de doenças degenerativas que afeta a retina e ocasiona uma progressiva perda de visão.

 

O trabalho parte da tese doutoral da pesquisadora do grupo Beatriz Martínez, que afirma que a parte mais complexa foi a construção do dispositivo. “Tivemos que montar uma mesa cheia de elementos óticos como lentes, espelhos e lâmpadas halógenas, tudo de forma artesanal com a colaboração de um técnico, e colocá-lo para funcionar, o que nos exigiu cerca de três anos”, explica a DiCYT.

 

O objetivo principal, agrega, era criar “um campo redondo com uma intensidade luminosa concreta e apresentar neste campo um determinado estímulo de luz”. Diante de diferentes condições, pretendia-se medir se o observador é capaz de detectar esse estímulo de luz ou não, isso é, “sua sensibilidade retiniana”. “O teste não é fácil porque todos os observadores têm que permanecer imóveis, pois necessitamos muita precisão, e deve-se controlar a quantidade de luz que entra na retina”, afirma a especialista.

 

Em relação à precisão, atingiram uma resolução temporal de milissegundos e níveis de meio grau a partir do olho do observador e de um grau no campo de adaptação. Para verificar a validade do dispositivo e da técnica, reproduziram testes que já haviam sido comprovados. Uma vez comprovado, realizaram provas psicofísicas de sensibilidade retiniana na fóvea e na retina periférica com observadores normais, “sempre poucos porque são testes muito longos que requerem um aprendizado”.

 

Os resultados destes testes revelaram que “a sensibilidade da retina diante de um campo de adaptação com luminosidade mesópica é maior na fóvea do que na retina periférica, ainda que o deslumbramento seja maior na retina periférica do que na fóvea”. Do mesmo modo, a velocidade de adaptação diante de um campo com luminosidade mesópica “aumenta a partir da fóvea até os três ou seis graus e diminui dos seis ou nove até a retina periférica mais afastada”.

 

Neste sentido, o fato de a velocidade de adaptação da retina periférica ser menor implica que a detecção de objetos ou pedestres, com o contraste adequado, “seja mais rápida na área da retina”. Do contrário, o fato da retina periférica mostrar informação visual mais deficiente que a retina foveal “implica um problema na detecção periférica destes objetos ou pedestres”.

 

Retinose pigmentária

 

Por outro lado, os pesquisadores introduziram o estudo de pacientes com doenças retinianas. Concretamente, analisaram um caso de retinose pigmentária e pretendem ampliar o estudo. “Em observadores normais é possível obter dados relevantes, mas a pesquisa deve ter um futuro, uma aplicação mais relevante. Não tão clínica, porque os estudos são ainda muito básicos, mas uma parte mais aplicada, afirma Martínez.

 

No paciente com retinose pigmentária analisado observou-se um comportamento “totalmente diferente” em relação a velocidade de adaptação. “Foi possível observar que a velocidade de adaptação mudava bastante, em vez de diminuir a velocidade nos 6 graus da retina periférica, sua velocidade diminuía apenas na retina periférica mais afastada”. Este fato é bastante relevante, pois poder-se-ia averiguar, em pacientes com retinose pigmentária incipiente, se a doença irá se desenvolver.

 

A retinose pigmentária é uma doença de caráter hereditário do modo que as pessoas com antecedentes familiares poderiam ser os destinatários destes testes. No entanto, como afirma a especialista, ainda se deve estudar mais pacientes com retinose pigmentária. Esta doença degenerativa tem como sintoma mais freqüente a cegueira noturna ou a dificuldade para ver em lugares pouco iluminados, um campo de visão limitado, ou incômodos e deslumbramentos ante uma luminosidade excessiva.