Elaborado antídoto para secreção venenosa do Monstro-de-Gila
AGENCIA ID/DICYT Quando o lagarto morde (mais para defender-se do que para atacar) fica preso na pele de sua vítima e mastiga para que sua saliva entre na corrente sanguínea da pessoa. O veneno deste lagarto contém diversas enzimas e 30 componentes diferentes, no entanto, a maioria deles não foi analisada e talvez possa ajudar a tratar diversas doenças humanas.
Seu veneno é neurotóxico: afeta ao sistema nervoso central, produz paralisia cardiopulmonar e é citolítico (destrói as células com as quais a saliva entra em contato). Ademais, provoca manchas no tecido mordido e rompe as membranas celulares. Estas são algumas das conseqüências provocadas pela mordida do Monstro-de-gila, lagarto que vive em regiões áridas e cálidas do norte mexicano.
Atualmente não existe nenhum medicamento destinado a combater o veneno deste carnívoro, razão pela qual um grupo de acadêmicos do herpetário (viveiro para répteis) da Universidade de Guadalajara (UdeG) pretende encontrar o antídoto para neutralizar as conseqüências da mordida do Monstro-de-gila e, futuramente, desenvolver um medicamento.
De acordo com Eduardo Fanti Echegoyen, encarregado do herpetário do Centro Universitário de Ciências Biológicas e Agropecuárias (Cucba) da instituição, é necessário ter o antídoto disponível no país.
“O veneno deste lagarto contém diversas enzimas e 30 componentes diferentes, no entanto, a maioria destes não foi analisada e talvez possa ajudar a tratar diversas doenças humanas”, disse o especialista da UdeG.
Ainda que a espécie somente seja encontrada de maneira natural no sudoeste dos Estados Unidos e na vertente do Pacifico até Chiapas, foram localizados lagartos nas zonas montanhosas da Guatemala. Contudo, existem exemplares em zoológicos e universidades para estudo.
Do Monstro-de-gila existem duas espécies: Heloderma suspectum, no sul dos Estados Unidos e nordeste do México e Heloderma horridum, dividido, por sua vez, em cinco subespécies que habitam do sul de Sinaloa até Chiapas.
O biólogo considerou que a obtenção do antídoto não será complicada, pois há três décadas esta substancia foi produzida por pesquisadores do então Instituto Nacional de Higiene, uma instância federal que produziu 20 doses.
“Esta proposta é uma oportunidade da UdeG de difundir sua pesquisa de forma global”, concluiu o pesquisador.