Salud España , Valladolid, Viernes, 29 de noviembre de 2013 a las 18:44

Empresa de Valladolid desenvolve um exame para o diagnóstico do Alzheimer no sangue

Biocross, localizada na Bio-incubadora do Parque Tecnológico de Boecillo, realizará um estudo multicêntrico europeu para a validação final do exame

Cristina G. Pedraz/DICYT O mal de Alzheimer é um processo patológico difícil de diagnosticar. Atualmente, o diagnóstico está baseado em exames de tipo radiológico (como a ressonância magnética ou a tomografia por emissão de pósitrons), na análise de líquido cefalorraquidiano (o líquido que circunda o encéfalo e a medula espinal) e na coleta de dados sobre o paciente. Com o objetivo de contribuir com o diagnóstico do Alzheimer, a empresa Biocross, localizada na Bio-incubadora do Parque Tecnológico de Boecillo, desenvolve um exame de sangre.

 

Como explica à DiCYT Carlo Zanotti, diretor geral de Biocross, a empresa nasceu em 2008 como uma spin-off do Centro Nacional de Biotecnologia (CNB), entidade pertencente ao Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC), em concreto, a partir do trabalho de três pesquisadores sobre o desenvolvimento de um anticorpo específico para o mal de Alzheimer.

 

“Desde o começo a empresa está focada no diagnóstico do mal de Alzheimer no sangre. Trata-se de um enfoque único, já que o problema do diagnóstico no sangue do Alzheimer é complexo e, por este motivo, ninguém conseguiu até agora um exame de sangue para poder realizar um screening (triagem) massivo no futuro”, detalha.

 

Segundo o especialista, o que ocorre no sangue dos doentes de Alzheimer é mais difícil de detectar do que o que acontece no cérebro. “A abordagem que seguimos na Biocross é multi-paramétrica. Nossa hipótese é que realmente o diagnóstico no sangre não é possível, a não ser que sejam combinados marcadores de diferentes naturezas. No nosso caso, além disso, combinamos marcadores de diferentes famílias: proteínas, metabolitos e um gene informativo do Alzheimer, e escolhemos os melhores de cada grupo para realizar a regra de classificação final”, afirma.

 

Os pesquisadores observaram que esta abordagem tem como vantagem poder classificar a doentes de Alzheimer em comparação com controles (pessoas não doentes), e pacientes com outras doenças com um número pequeno de marcadores. Desta forma, evita-se o problema corrente da abordagem multi-paramétrica no caso das doenças complexas, em que são necessárias “combinações de 20 ou 30 marcadores, o que não é viável em um laboratório padrão e, muitas vezes, é fruto do chamado superajuste estatístico”, precisa.

Diferenciação entre outras doenças e diagnóstico precoce

 

Dois aspectos fundamentais no exame do sangue que está sendo desenvolvido pela Biocross são a diferenciação do Alzheimer em comparação com outras doenças e a capacidade de realizar um diagnóstico precoce. Com relação ao primeiro, indica Zanotti, “no exame de sangre o fundamental não é que o paciente tenha a doença, já que isso pode ser detectado pelo médico, mas distinguir se essa doença é realmente Alzheimer, o que é difícil”.

Com respeito ao diagnóstico precoce, é necessário considerar que o mal de Alzheimer começa 15 ou 20 anos antes de que os sintomas sejam visíveis e que atualmente não existe tratamento para parar a progressão da doença. “O diagnóstico sempre está unido ao tratamento e, portanto, é muito importante detectar a doença em fases precoces. Tudo indica que os tratamentos futuros serão administrados a partir dos primeiros sintomas e, assim, deve-se identificar o quanto antes a pessoa que está vivenciando o processo”, assegura.

Validação final

 

A empresa concluiu recentemente um estudo exploratório multicêntrico, em colaboração com sete hospitais espanhóis, a fim de identificar marcadores. Do estudo participaram 306 personas e, para o final deste ano, esperam ter os resultados publicados e solicitar uma patente. Atualmente os pesquisadores visam à padronização do exame e preparam já outro estudo multicêntrico, desta vez no âmbito europeu, com 760 pacientes e controles, para realizar a validação final.

 

Nesta fase de desenvolvimento a empresa conta com o respaldo de Cross Road Biotech, da ADE Financiamento e da Fundação Cien (Fundação Centro de Pesquisa de Doenças Neurológicas).

 

Zanotti conclui que em 2015 seria possível ter um exame padronizado e disponível. “Em um primer momento acreditamos que será um serviço prestado por nós, mas o objetivo final é desenvolver um produto que possa ser utilizado nos hospitais como qualquer outro exame”.