Technology Spain , Valladolid, Tuesday, February 09 of 2010, 12:57

Engenheiros da cidade de Valladolid empregam visão artificial ao sistema de orientação de robôs industriais

Objetivo é automatizar linhas de produção de artigos de diferentes tamanhos e aparência e que muitas vezes se encontram em movimento

CGP/DICYT A automatização das linhas de produção tradicionais tem sido relativamente fácil. Tratando-se de ambientes estruturados onde as peças se encontram perfeitamente posicionadas, o robôs tem a única tarefa de aproximar-se destas, reconhecer a peça e colocá-la em outro lugar. No entanto, as linhas de produção mudaram muito nos últimos anos. Segundo Eusebio de la Fuente, professor do Departamento de Engenharia de Sistemas e Automação da Universidade de Valladolid, nas mais modernas “existem vários produtos misturados, de tamanhos e aparência diferentes, muitas vezes em movimento”, cuja manipulação automática é possível graças aos sistemas de visão artificial.

 

Membros do Departamento trabalham neste campo e desenvolveram com sucesso projetos de grande complexidade. Tal como afirma o pesquisador, “a orientação por visão artificial consiste em, utilizando-se câmeras, conseguir que um robô não só imita o braço do operário, mas também os olhos”. Desta forma, se resolve o problema surgido com algumas indústrias nas quais se trabalha ao mesmo tempo em diversas linhas de produção, onde o uso do robô tradicional para a automatização de processos não é válido.

 

“O robô deve dispor de uma capacidade sensorial que lhe permita posicionar-se em frente ao objeto”, assegura, seja pela alta variabilidade de produtos com os quais trabalha, seja porque estes se encontram em movimento ou em posições aleatórias. Os equipamentos de visão proporcionam ao robô, no momento de agarrar, as coordenadas e orientação do produto, o que possibilita “uma manipulação precisa e fiel”. “Em linhas nas quais o produto movimenta-se ou existem várias misturas, o mesmo robô pode diferenciar onde tem que ir para capturar o produto e processá-lo”, afirma o especialista.

 

Os sistemas de visão artificial partem sempre de uma representação digital. “Uma câmera atua como um olho, a íris corresponde ao diafragma, a retina ao sensor e o cristalino à lente, que permite afastar ou aproximar a câmera do objeto para conseguir um bom enfoque”, precisa. Comparada à visão humana, a artificial depende muito das condições de iluminação, posto que “não pode se adaptar às mudanças como o olho humano”. Por isso, seu maior uso está no campo da indústria, onde podemos conseguir uma iluminação estável.

 

Aplicação na fabricação de radiadores

 

Em concreto, um dos projetos nos quais trabalhou a equipe de pesquisadores foi com o fabricante de radiadores Raico, com sede na localidade de Briviesca, Burgos. “Este projeto supõe o desenvolvimento de um sistema de visão para guiar um robô industrial em condições muito complexas”, assinala Eusebio de la Fuente. Neste caso, o robô deve fazer o seguimento de distintos modelos de radiadores que se transportam pendurados pela cadeia de fabricação e colar adesivos sobre cada uma de suas entradas e saídas.

 

“A finalidade é tapar estes buracos porque quando os radiadores passam para a cabine a tinta entra por eles e depois não se fecham bem”, detalha o especialista, que afirma que a realização deste trabalho pelo operário é algo complicado se não se dispõe de um robô com sistema de visão que se posicione em frente aos buracos e direcione automaticamente os adesivos.