Salud España , Salamanca, Jueves, 13 de diciembre de 2012 a las 14:21

Especialista destaca o potencial do verme ‘C. elegans’ na pesquisa contra o câncer

O IBFG recebe uma conferência do especialista Juan Cabello sobre morte celular, aspecto que estuda graças a um nematódeo

JPA/DICYT Apesar de que evolutivamente estão muito distantes, o verme Caenorhabditis elegans e o ser humano compartilham 60% de seus genes. Ademais, para a pesquisa biomédica este nematódeo é facilmente manipulável, de modo que é um bom modelo para realizar muitos estudos como, por exemplo, sobre o câncer. Juan Cabello, cientista do Centro de Pesquisa Biomédica de La Rioja (CIBIR), desenvolveu boa parte de sua carreira em Salamanca e no dia 7 de dezembro retornou à capital do Tormes para apresentar avanços recentes neste campo.

 

C. elegans é um modelo muito utilizado em outros países, mas chama a atenção que aqui na Espanha existam pouco grupos que trabalhem com ele, porque tem muito potencial e é barato para ser trabalhado no laboratório, de modo que é muito rentável”, afirmou Juan Cabello em declaração a DiCYT momentos antes de dar uma palestra no Instituto de Biologia Funcional e Genômica (IBFG, centro misto do CSIC e da Universidade de Salamanca).

 

Salamanca possui vários laboratórios que utilizam o nematódeo em suas pesquisas e, de fato, Juan Cabello desenvolveu sua tese doutoral no Departamento de Microbiologia e Genética da Universidade de Salamanca e trabalhou como pesquisador no grupo de Sergio Moreno no Centro de Investigação do Câncer (CIC), de modo que agora transferiu sua experiência à Área de Oncologia do CIBIR, em Logroño. “Usamos o verme como modelo para entender o que acontece com humanos, de modo que nos focamos nos genes que existem tanto no verme, quanto no ser humano, e que têm a mesma função em ambos”, explica.

 

Seu laboratório tem duas linhas de pesquisa, uma sobre regulação da expressão gênica e outra sobre apoptose ou morte celular programada. “A morte celular é um processo muito importante durante o desenvolvimento e para manter o bem-estar de um organismo. Isto tem muitas implicações na saúde humana e o verme é um modelo muito bom para entender como acontece esse processo”, indica o cientista.

 

Sem apoptose, proliferação de células tumorais

 

As anomalias no processo de morte celular são especialmente significativas no caso do câncer. As células tumorais, ao invés de destruir-se, são capazes de fugir desta morte e se proliferam em excesso, isso é, “tornam-se imortais e se dividem muito mais”. Entender como acontecem estes processos é essencial para desenvolver tratamentos contra o câncer.

 

“Os progressos não têm uma tradução direta no desenvolvimento de medicamento, mas em colaboração com outros grupos fomos os primeiros a caracterizar alguns reguladores negativos da apoptose”, indica Cabello. Especificamente, “caracterizamos alguns elementos que em condições normais impedem que ocorra a apoptose. Se excluímos estes elementos, o que acontece é que todo o processo ocorre de um modo muito mais rápido”, afirma o especialista. Atualmente “conhecemos os dois tipos de elementos reguladores, os positivos e os negativos, no processo da morte celular”.