Salud España , Salamanca, Viernes, 03 de mayo de 2013 a las 16:50

“Fazendo boa pesquisa no hospital, melhoramos o atendimento”

Rogelio González Sarmiento, novo diretor científico do Instituto de Investigação Biomédica de Salamanca (IBSAL)

José Pichel Andrés/DICYT Rogelio González Sarmiento, catedrático de Medicina Molecular da Universidade de Salamanca e cientista do Centro de Investigação do Câncer (CIC), substitui a Jesús San Miguel como diretor científico do Instituto de Investigação Biomédica de Salamanca (IBSAL). O objetivo imediato é conseguir o credenciamento, por parte do Instituto de Saúde Carlos III, que a longo prazo deveria servir para melhorar a pesquisa realizada por esta entidade, fruto da união dos esforços do Hospital Universitário de Salamanca, da Universidade de Salamanca, do CIC, do Instituto de Neurociências de Castela e Leão (Incyl) e de profissionais de Atenção Primária.

 

“Para entender o instituto biomédico é preciso entender para onde vai o futuro da pesquisa dos hospitais espanhóis”, afirma Rogelio González Sarmiento em declarações a DiCYT. Se até pouco tempo o Instituto Carlos III fomentava as redes temáticas de pesquisa, agora “aposta pelos institutos credenciados, com um mínimo de qualidade assistencial, de pesquisa e professores, para serem considerados líderes na Espanha”, agrega.

 

Até agora existem 18 em todo o território nacional e, após os processos de avaliação realizados atualmente, espera-se que cheguem a 25. Se todas as expectativas forem cumpridas, um deles será o IBSAL, já que as únicas objeções recebidas por seus responsáveis até agora estão relacionadas com questões administrativas que podem ser resolvidas. Assim, acreditam que depois do verão o objetivo será atendido.

 

“Os institutos credenciados serão referência em âmbito nacional. Que Salamanca disponha de um instituto credenciado pelo Carlos III representa que terá mais facilidades na pesquisa biomédica”, comenta Rogelio González.

 

Ademais, para o Hospital Universitário, “representa uma importante vantagem porque é a confirmação nacional da qualidade da pesquisa até o momento realizada em Salamanca”. A isso se soma que o instituto estimulará a pesquisa naqueles serviços que até agora não se destacavam nesta seção.

 

Neste sentido, “os hospitais que façam parte de um instituto credenciado serão os que receberão a maior parte do financiamento e não ficarão marginados”. Ainda que atualmente o fato de estar entre os escolhidos pelo Carlos III não represente receber muito mais financiamentos, implica “semear para o futuro”, afirma o novo diretor científico.

 

“Há um axioma pelo qual o hospital que não pesquisa é um hospital ruim. Portanto, quando um hospital potencializa sua pesquisa, potencializa seu atendimento. São fenômenos interrelacionados. As autoridades sanitárias e a gerência do hospital acreditam que se somos capazes de fazer uma boa pesquisa no hospital, seremos capazes de melhorar a assistência”, afirma.

 

Potencializar o Cietus e o Incyl

 

A criação do IBSAL não representa dar menor valor às partes que não o compõem, muito pelo contrário. Por exemplo, o CIC continuará liderando a pesquisa contra o câncer em Salamanca. “Não se trata de desvestir a um santo, para vestir a outro, mas de melhorar as roupas de todos”, comenta. Ademais, o Incyl poderia potencializar sua faceta clínica, pouco desenvolvida até agora, e o Centro de Investigação em Doenças Tropicais da Universidad de Salamanca (Cietus) será convertido também em um instituto que será “outra base importante do IBSAL”.

 

Do mesmo modo, para a Universidade de Salamanca, fazer parte do projeto representa reforçar sua área biomédica, um dos pilares de seu Campus de Excelência Internacional, junto com o ensino do espanhol. Também para o Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), que junto à Universidade sustenta o CIC, representa uma oportunidade de transferir sua pesquisa ao âmbito clínico.

 

“A vantagem de Salamanca é a tradição de anos na qual a fronteira entre a Universidade, o CSIC e o Hospital é muito tênue. Em outros institutos participam as três instituições com certa separação, e aqui não. Estamos todos envolvidos há anos em melhorar a pesquisa feita em Salamanca, e esse capital precisa ser aproveitado porque poucos hospitais o possuem. Como exemplo, todas as sextas-feiras se reúnem no Conselho Genético do Câncer oncologistas clínicos do hospital e pesquisadores do Centro do Câncer para discutir os casos vistos em cada semana no hospital”, agrega.

 

Reconhecimento a Jesus San Miguel

 

Rogelio González Sarmiento destacou também a importância de seu antecedente no cargo de direto científico do IBSAL, Jesús San Miguel, bem como dos professores Ángeles Almeida e Miguel Marcos, que continuarão em seus cargos acompanhando-o na direção científica. “Devemos reconhecer o esforço titânico que realizaram por este projeto”, afirma.

 

Após o previsível credenciamento, os objetivos a médio prazo serão potencializar a pesquisa clínica e a pesquisa translacional no Hospital Universitário. “Se somos credenciados, dentro de cinco anos serão avaliados novamente e todos os parâmetros de publicações científicas devem melhorar”, indica.