Salud México , México, Jueves, 28 de abril de 2011 a las 15:00

Novas descobertas em pesquisa orientada ao controle da dengue

Resultados s茫o de um estudo realizado em Morelos, M茅xico

AC/INSP/DICYT Pesquisadores do Centro Regional de Pesquisa em Saúde Pública (INSP), junto a especialistas dos Serviços de Saúde de Morelos, do Departamento de Zoologia da Universidade Autônoma de Yucatán e dos Serviços Estatais de Saúde de Guerrrero, publicaram recentemente na revista Saúde Pública do México os resultados de um estudo que desenvolveram no ano 2008 para determinar a importância dos tipos de criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. O objetivo é propor instrumentos para intervenções de controle voltadas ao estado de Morelos, unidade federativa que este ano registrou o surto de dengue mais importante de sua história, com 5.953 casos acumulados de dengue e 2.165 de dengue hemorrágica, com uma taxa de incidência de 489 por 100.000 habitantes e uma letalidade de 0.7 por cada 100 casos.

 

O estudo, considerado o primeiro do tipo no centro do país, consistiu na realização de duas amostras transversais (uma realizada na época da seca e outra em época de chuva) com coleta de pupas (mosquitos em fase prévia à adulta) em Cuautla, Jojutla e Tlaquiltenango. Com respeito à importância de cada tipo de criadouro, essa foi determinada por sua contribuição à produção pupal total por localidade.

 

No artigo sobre o trabalho, intitulado Control enfocado de Aedes aegypti en localidades de alto riesgo de trasmisión de Dengue en Morelos, México, os autores assinalam que o Programa de Prevenção e Controle da Dengue a nível nacional está baseado na redução de criadouros de Aedes aegypti através de controle físico (eliminação, remoção e proteção) e químico (aplicação de larvicida com visitas casa à casa e sprays especiais para a eliminação de adultos), complementado com campanhas de eliminação de criadouros como, por exemplo, pneus velhos ou latas que acumulem água, anunciadas nos meios de comunicação. Ademais, afirma que, a partir de 2008, o programa estatal de Morelos repensou parte de suas estratégias com base em novas estratégias para o controle de vetores, como o “manejo integrado da dengue” e a “estratificação dinâmica de casos prováveis (risco epidemiológico) com ações imediatas e integrais”.

 

Além disso, foram selecionados métodos que incidem nas populações do inseto a nível local, o que “marca a pauta para o controle enfocado” e “potencialmente” permite reduzir “a níveis significativos a transmissão da doença e a mortalidade”. Mas, apesar da participação comunitária e a aplicação de larvicidas serem intervenções de baixo impacto ambiental, os autores afirmam que “seu efeito sustentado nas populações do mosquito vetor é limitado se aplicado de forma generalizada” e sem considerar as variações geográficas e temporais mas, sobretudo, que a importância dos tipos de criadouros de Aedes aegypti não é a mesma com relação à sua produtividade.

 

Essa é razão pela que se recomenda o uso de evidência local e consistente da produtividade pupal na seleção dos criadouros que serão controlados nas campanhas contra a dengue, estratégia que foi avaliada positivamente em diferentes países para identificar os tipos de criadouros mais produtivos do mosquito, também chamados de contêineres chave. Principalmente, assinalam, quando no México foram realizados dois estudos recentes em Chiapas e Yucatán, nos quais se informou que os tanque e os baldes, respectivamente, foram os criadouros mais produtivos, cujo controle não é conseguido em sua totalidade durante as campanhas atuais baseadas na eliminação de criadouros potencias e controle químico.


Busca por larvas e pupas

 

A busca ativa por larvas e pupas de mosquitos foi realizada em todos os recipientes com potencial para tornarem-se criadouros de mosquitos, de acordo com as recomendações da Organização Panamericana de Saúde (OPS). Cada um foi considerado positivo quando pelo menos uma larva em qualquer estágio ou pupa estivesse presente e foram classificados de acordo com sua localização dentro ou fora das casas.

 

Em temporada de secas foram revistadas 1.713 casas das três localidades, com 97.142 recipientes caracterizados e classificados em 22 categorias gerais. Em 11,2% dos recipientes foi encontrada água. Na temporada de chuvas foram revistadas 1.677 moradias nas três localidades, com 113.417 recipientes de 22 categorias. Neste caso, 13,1% do total de recipientes continha água.

 

Em Cuautla, a maioria das pupas foi coletada, em temporada de seca, de tanques/pias (48,5%); e, em tempo chuvoso, dos outros diversos recipientes (21,3%). Em Jojutla e Tlaquiltenango, 97% das pupas foram coletadas de vasos de plantas em temporada de seca e, durante o tempo chuvoso, de outros recipientes (26,3%).

 

No laboratório comparou-se as abundancias de estágios larvais imaturos, particularmente sua contribuição porcentual de pupas entre os tipos de criadouros encontrados nas casas. Algumas das conclusões mais relevantes dos resultados obtidos são as seguintes:

 

1. Um controle eficaz direcionado aos criadouros mais produtivos de pupas poderia ter maior impacto sobre as populações do vetor.
2. A localização, uso e temporalidade parecem ser fatores determinantes da produção pupal dos recipientes, uma vez que do total de criadouros com pupas, 93% localizava-se nos pátios das casas; direcionar e centralizar os esforços nestes recipientes, portanto, pode representar importantes vantagens logísticas de controle e vigilância entomológica da dengue.
3. É impossível eliminar os tanques e recipientes nas campanhas de remoção de criadouros, uma vez que sua existência está associada à deficiência no abastecimento de água potável, evidenciado pelos padrões culturais sobre o uso inapropriado dos recipientes que armazenam água.
4. Os baldes (de plástico) e os vasos de plantas são (em épocas secas) os tipos de criadouros mais abundantes, responsáveis pela produção da maior porcentagem de pupas.
5. Os tanques, recipientes, baldes e vasos de plantas são os tipos de recipientes sobre os que a população não tem o cuidado e a prevenção para evitar que se convertam em criadouros de mosquitos, de maneira que o programa de controle da dengue em Morelos deverá explorar novas alternativas para o controle deste tipo de recipientes com maior participação comunitária.
6. O tratamento preventivo ou de controle para os baldes e vasos de plantas deverá estar enfocado no desenvolvimento de programas educativos que considerem a promoção da saúde e a comunicação social, assim como a avaliação da adoção das medidas preventivas por parte da população.
7. Na temporada de chuvas, os quatro tipo de contêineres mais importantes em termos de produtividade pupal foram, em ordem de importância, os diversos recipientes, os baldes, vasos de plantas e utensílios de cozinha e limpeza. Por tanto, uma estratégia de controle enfocada nestes tipos de recipientes durante a época de chuvas poderia impactar a 63% da população adulta de Aedes aegypti.
8. Os criadouros produtivos podem variar geograficamente, de maneira que estratégias o campanhas de prevenção e controle deverão estar baseadas em informação e evidência de controles locais, a fim de conseguir um controle mais eficaz e econômico de indivíduos em estágio imaturo e seus criadouros.

 

Os resultados anteriores, concluem os autores, demonstram a utilidade deste tipo de pesquisas no contexto operativo, para guiar e otimizar o controle dos criadouros onde se desenvolve o vetor da dengue, aspecto que pode conduzir a uma redução do risco entomológico.