Tecnología España , Salamanca, Viernes, 15 de noviembre de 2013 a las 11:00

O CLPU desenvolve um laser de femtosegundo de baixo custo para a indústria

O Centro de Lasers Pulsados trabalha em um projeto que pretende tornar acessível, manejável e aplicável uma tecnologia que até agora se restringe ao âmbito científico

José Pichel Andrés/DICYT O Centro de Lasers Pulsados (CLPU) de Salamanca está desenvolvendo um projeto de pesquisa que pretende conseguir um laser de femtosegundo de baixa potencia, tamanho reduzido e baixo custo. O objetivo é que esta tecnologia avançada seja acessível para ser aplicada em industrias de diversos setores. “O mais interessante é que, com este projeto, gera-se tecnologia laser na Espanha”, afirma em declarações a DiCYT o diretor do CLPU, Luis Roso.

Um femtosegundo é a quadrilionésima parte de um segundo, isso é, os pulsos emitidos por estes lasers são extremamente curtos. Este tipo de tecnologia é utilizada atualmente para realizar pesquisa, mas também poderia ser utilizada pela indústria. “Nós a utilizamos para gerar outros lasers, mas é aplicável a técnicas industriais relacionadas com a interação de materiais”, indica Roso.

Uma das possibilidades é realizar micro perfurações ou micro usinagem, o que pode ser útil para fabricar peças em industrias de grande precisão, como as utilizadas na indústria automobilística. Outro campo muito interessante é o das novas aplicações médicas, por exemplo, em tratamentos dentais com laser.

“Quando pensamos em um laser, imaginamos que gera calor; isto porque sob seu efeito os átomos se movem e trocam de ordem”, afirma o especialista. Contudo, neste caso o pulso laser interage de uma forma extremamente breve e à baixa intensidade, de modo que é possível modificar justamente a parte do material que interessa, como o esmalte de um dente, não afetando o resto porque os átomos não são alterados.

Estas utilidades são “surpreendentes”, mas estão “previstas”, assegura Luis Roso, no sentido de que a tecnologia atual já as torna possíveis. O problema é que o grande custo dos potentes lasers com os que os cientistas trabalham impede que uma empresa normal possa adquirir estes avanços. Ademais, sua configuração atual, devido ao seu, tamanho e manuseio torna impossível que o laser de femtosegundo seja uma técnica passível de ser utilizada em um consultório.

Baixo preço

Por isso, o desafio deste projeto é fabricar estes lasers com um custo e tamanho acessíveis. “Existem tecnologias que somente são uteis quando seu preço baixa”, comenta o cientista pensando em aplicações médicas, por exemplo, por um dentista. Para tanto ainda há “muito caminho” por percorrer, mas ideias não faltam, como a possível combinação de laser e fibra ótica para viabilizar determinados dispositivos.

Até agora não foi desenvolvido um sistema laser completo, mas houve avanços na construção na fase de testes do oscilador, o laser propriamente dito, que gera os pulsos ultracurtos, e comprovou-se que “é confiável e funciona bem”.

Esta iniciativa é um dos três projetos INNPACTO nos quais está trabalhando atualmente o CLPU, centro que depende do Ministério de Economia e Competitividade, da Junta de Castela e Leão e da Universidade de Salamanca. Deste projeto participam também a empresa Easy Laser, o Instituto de Ótica ‘Daza Valdés’ do CSIC, o Instituto de Ciência de Materiais do CSIC, o Instituto de Ciência de Materiais de Aragão e a Universidade de Valencia. A conclusão deste trabalho está prevista para o final de 2014.

“Na minha opinião, o que pode tirar a Espanha da crise é criar tecnologia”, indica o diretor do CLPU, que destaca o grande salto que pode representar o desenvolvimento uma tecnologia totalmente espanhola em um campo tão avançado.