Salud España , Salamanca, Martes, 19 de julio de 2011 a las 12:01

Pesquisa analisa a sinapse neuronal e sua relação com o mal de Alzheimer

Especialista do Centro de Biologia Molecular Severo Ochoa explica em Salamanca alguns mecanismos dos neurônios relacionados com a doença

Alberto Órfao/DICYT Uma equipe de pesquisa do Centro de Biologia Molecular Severo Ochoa (CBMSO) estuda atualmente as conexões sinápticas dos neurônios e seu papel em doenças como o mal de Alzheimer. Um de seus pesquisadores principais, José Antonio Esteban, ofereceu um seminário sobre “Maquinaria Molecular de Plasticidade Sináptica” no Instituto de Neurociências de Castela e Leão (Incyl), com sede em Salamanca.


“Neste momento estamos estudando os mecanismos da memória e como agem os neurônios quando aprendemos ou memorizamos algo novo”, explica José Antonio Esteban em declarações a DiCYT. “O que estamos descobrindo, tanto nosso grupo de pesquisa como outros em todo o mundo, é que os neurônios modificam as conexões sinápticas existentes entre eles”, afirma. A sinapse é uma união intercelular especializada entre neurônios, um contato através do qual se transmite o impulso nervoso. Segundo estudos, estas conexões poderiam ser modificadas pelos próprios neurônios.


De acordo com o pesquisador do CBMSO, os neurônios são plásticos, isto é, através dessas conexões sinápticas estas células são capazes de adaptar-se a diferentes situações. Algumas ficam mais fortes, outras mais fracas, e esse código é o utilizado pelo cérebro para codificar informação e aprender. “O mais interessante destes mecanismos de plasticidade é que são afetados no mal de Alzheimer. Nos momentos anteriores à morte neuronal [característica das patologias neurodegenerativas] os neurônios perdem esta plasticidade, ficam mais rígidos e não podem modificar suas conexões”, explicou Esteban. Por isso, “estamos tentando entender estes mecanismos de plasticidade e saber o que é que falha, já que a resposta a essa pergunta poderia servir para encontrar os alvos possíveis para melhorar, desacelerar ou evitar este fenômeno”.


Nos últimos anos a neurociência avançou muito graças às novas técnicas que a fazem possível e facilitam a pesquisa. “Os avanços tecnológicos, desde Ramón y Cajal, que conseguiu identificar a estrutura dos neurônios, são fundamentais. Neste momento estamos em um nível no qual podemos identificar circuito de neurônios que se ativam quando estamos realizando determinadas atividades, aprendendo algo ou tomando uma decisão”, comentou José Antonio Esteban, e isso permite saber “que circuitos de neurônios são os encarregados de distintos tipos de condutas”.


Neurociência de sistemas


Esta área é conhecida como Neurociência de sistemas e é fundamental para entender como funciona o cérebro. Por um lado, um neurônio pode ser estudado como uma célula concreta, algo fundamental para conhecer as mudanças que sofre; mas, ao mesmo tempo, os neurônios também funcionam em conjunto, formando circuitos. Apesar de que esta análise é muito complexa e se converteu atualmente em um tema de destaque neste campo.


Sobre possíveis colaborações com pesquisadores do Instituto de Neurociências de Castela e Leão, Esteban afirmou manter uma “ótima relação” com Juan Carlos Arévalo, professor da Universidade de Salamanca e pesquisador do Incyl. “Não temos um trabalho de colaboração direto, apesar de possuirmos interesses de pesquisa muito similares. Estamos em contato e espero poder concretizar estas relações em projetos de pesquisa específicos em um futuro próximo”, concluiu o pesquisador.