Tecnología España , Burgos, Jueves, 26 de julio de 2012 a las 13:14

Pesquisa analisa e classifica óleos lubrificantes por espectroscopia de absorção atômica

O trabalho se foca no projeto de fim de curso do aluno da Universidade de Burgos, Sergio Moral Gómez

Cristina G. Pedraz/DICYT Os óleos lubrificantes, essenciais no âmbito industrial e do transporte, são compostos aplicados entre duas ou mais peças metálicas móveis a fim de evitar um contato excessivo e, consequentemente, seu desgaste prematuro, a corrosão e oxidação das peças, e impedir uma produção de calor excessiva ou perda de energia. Para medir sua qualidade, as empresas analisam normalmente os parâmetros de viscosidade e densidade, sem considerar outro aspecto importante como a concentração de aditivos. Os aditivos tratam, fundamentalmente, de limitar a deterioração do lubrificante, proteger a superfície lubrificada, melhorar suas propriedades naturais ou proporcionar outras novas.

 

Um estudante da Universidade de Burgos defendeu recentemente seu projeto de fim de curso sobre um tema inovador, a análise e classificação de óleos lubrificantes através do método químico de espectroscopia de absorção atômica. “As empresas normalmente têm como padrões a densidade e viscosidade dos óleos lubrificantes e se estes parâmetros funcionam, consideram que o óleo está perfeito”, afirma a DiCYT o jovem pesquisador, que explica o propósito de seu trabalho.

 

“Os objetivos do trabalho foram a quantificação de metais utilizados como aditivos e dos que surgem pelo desgaste do próprio óleo. Logo, essas concentrações de metais são utilizadas como variáveis em uma classificação e desenvolvemos uma ferramenta de ajuda em pesquisas forenses”, afirma, agregando que o projeto não era tão amplo no começo, quando o principal fim era quantificar as concentrações.

 

Em relação ao desenvolvimento da pesquisa, agrega, primeiro realizou-se um desenho Plakett-Burman “para saber se os metais eram interferentes no momento de medí-los”, o que finalmente aconteceu. “Por exemplo, se analisávamos cálcio, tínhamos como interferente magnésio ou zinco, que aumentavam o sinal do instrumento”. Para eliminar essa interferência causada pelos distintos fatores presentes no óleo, utilizaram um método padrão.

 

Assim, o processo de medição realiza-se selecionando uma quantidade determinada de óleo, que é aquecida em uma placa aquecedora “para eliminar os possíveis dissolventes voláteis”. Depois, calcina-se a 500 graus “para mineralizar a amostra, isso é, para oxidar todos os metais, e a partir de então filtrar as cinzas obtidas na calcinação e obter uma dissolução líquida para poder medir com absorção atômica”.

 

Sobre a espectroscopia de absorção atômica, afirma, consistem em “excitar um átomo do analito que está sendo medido. Este átomo, ao ser excitado, não se encontra em um estado estável e vai perdendo energia, a qual se coleta em um detetor e é medida”.

 

Aplicações

 

Em relação às possíveis aplicações da metodologia desenvolvida, Sergio Moral Gómez afirma que é possível utilizá-la “tanto como método de qualidade para os óleos, já que estimar a concentração de metais utilizados como aditivos determinaria se esse óleo está falhando e se deve ser trocado”, como no campo forense, pois graças à classificação desenhada “conseguimos um modelo que permite estabelecer diferenças entre óleos novos e usados, e de quais veículos provêem”.

 

O projeto de fim de curso foi apresentado recentemente após seis meses de trabalho. Agora o objetivo é publicá-lo, já que “ninguém conseguiu fazer uma classificação destes óleos pela concentração de metais”, indica o jovem cientista.