Salud España , Valladolid, Martes, 22 de abril de 2014 a las 16:43

Pesquisa revela como o uso de lentes de contato afeta a c贸rnea

O trabalho baseia-se na tese de doutorado da pesquisadora do IOBA Ana del R铆o, que estuda estas altera莽玫es a partir da medida da imped芒ncia com um novo dispositivo

Cristina G. Pedraz/DICYT A córnea é uma das partes mais importantes do olho. Está formada por cinco camadas (epitélio, membrana de Bowman, estroma, membrana de Descemet e endotélio) e, além de proteger outras estruturas oculares, ajuda o olho a focar as imagens na retina. Atualmente, existe uma carência no que diz respeito a dispositivos de diagnóstico no invasivo da córnea, o que limita seu estudo perante determinadas patologias ou em como algumas situações, como o uso de lentes de contato, o afeta.

 

Com o objetivo de trazer para a prática clínica novos métodos diagnósticos, o Instituto de Oftalmobiologia Aplicada (IOBA) de Valladolid e o Instituto de Microeletrônica de Barcelona (IMB-CNM-CSIC) colaboraram na criação de um dispositivo capaz de diagnosticar in vivo alterações da córnea a partir da medida da impedância, isto é, a resistência dos tecidos com a passagem da eletricidade.

 

A optometrista do IOBA Ana del Río San Cristóbal analiza atualmente, no marco de sua tese de doutorado, como as lentes de contato afetam a córnea aplicando este dispositivo. “Na córnea, a camada que reveste o exterior (o epitélio) e a que reveste o interior (o endotélio) têm certa permeabilidade, contudo têm que ser suficientemente fortes e formar uma barreira para proteger a córnea do exterior, como no caso do epitélio, e para protegê-la para que não escoe muita água da câmara anterior de tal forma que se produza um edema corneano, como no caso do endotélio”, explica à DiCYT a pesquisadora.

 

Deste modo, trata-se de conhecer como uma lente de contato afeta a permeabilidade destas duas camadas, o epitélio e o endotélio. “Agora mesmo existe uma técnica mais ou menos popular na prática clínica, a fluorofotometria, que permite estudar a córnea, contudo há bastantes desvantagens. Entre elas que a medida no paciente dura muitas horas e que tem pouca confiabilidade, já que existem vários estudos e parece que ninguém está de acordo no que realmente acontece com as camadas de epitélio e do endotélio quando se coloca uma lente de contato”, recorda.

 

Diante da falta de ferramentas que permitam medir, de forma objetiva e direta, a permeabilidade destas camadas com o uso de lentes de contato, empregou-se um aparelho desenvolvido pelo Instituto de Microelectrônica de Barcelona, um sensor melhorado, flexível e não invasivo, que se apoia na superfície corneana durante alguns segundos e mede a impedância. Em primero lugar, realizou-se um trabalho experimental prévio em coelhos com lentes de contato cujos resultados foram positivos, “o que nos fez utilizar o dispositivo para medir a permeabilidade da córnea humana”, aponta Del Río.

Uso seguro em humanos

 

A principal contribuição da tese de doutorado, que se encontra em sua última fase, é comprovar que o dispositivo é seguro para seu uso em humanos e, em segundo lugar, detectar se as medidas que o sensor realmente realiza indicam como é a permeabilidade dos sujeitos que usam lentes de contato. Para isso, realizou-se um estudo piloto no qual se incluiu 10 sujeitos.

“Colocamos, aleatoriamente, as lentes de contato de diferente permeabilidade, alta e baixa, porque, em função disso, as mudanças que acontecerão no epitélio e no endotélio serão diferentes. Queríamos produzir diferentes mudanças para comprovar se o aparelho era capaz de detectá-las de acordo com a lente de contato que foi assinalada a cada paciente. Estes 10 sujeitos usaram as lentes de contato durante uma semana e as medidas de permeabilidade com este aparelho foram realizadas antes de colocar as lentes de contato (medidas basais com as quais se comparam o resto dos resultados), três dias depois de colocar as lentes e despois de uma semana”, detalha.

 

No que diz respeito ao primeiro objetivo do trabalho, avaliar se o método é seguro, “podemos dizer que é já que não houve danos primários nem secundários na córnea dos pacientes ao se aplicar o sensor”. Quanto ao segundo objetivo, comprovar a eficácia do dispositivo, “não podemos afirmar com certeza já que o número de sujeitos incluídos no estudo foi bastante reduzido e a repetibilidade do aparelho também deveria ser melhorada, portanto há a necessidade de mais pesquisas”. Entretanto, as mudanças encontradas na permeabilidade do epitélio e do endotélio “são biologicamente plausíveis o que nos leva a ser confiantes e a pensar que se conseguirmos melhorar a repetibilidade do aparelho e realizar provas experimentais com um número maior de sujeitos poderemos ter bons resultados”, conclui.