Alimentación España , León, Martes, 21 de junio de 2011 a las 14:26

Presença de alérgeno no ar não está ligada à polinização

Estudo feito em León pode ajudar a melhorar os tratamentos de alergias associadas ao plátano de sombra

Antonio Martín/DICYT O plátano de sombra (Platanus x hispanica) é uma espécie arbórea muito comum em parques e jardins de Castela e Leão por sua capacidade de resistência. Implica, para certos alérgicos, preocupações nos períodos de polinização. Ou talvez, a partir de agora, em momentos prévios à polinização. Pesquisa realizada por um grupo de cientistas da Universidade de León demonstrou que a presença de um alérgeno (a proteína que causa a reação alérgica) produzida por esta árvore pode não ter relação com este processo reprodutivo.

 

A pesquisa pode ajudar a responder a uma dúvida de determinados alérgicos. Porque sempre coincide o apogeu das coceiras, espirros e outras reações alérgicas com o período de máxima presença de pólen no ar? Publicado na revista Clinical & Experimental Allergy, o estudo da área de Botânica, que faz parte do Departamento de Biodiversidade e Gestão Ambiental, aponta para uma resposta: “O número de pacientes polisensibilizados que desenvolvem alergia ao plátano indica que os sintomas alérgicos são causados pela co-sensibilização ou reação cruzada que envolve um número de partículas”. Em outras palavras, o pico na fase de polinização da árvore não explica exclusivamente a reação alérgica.

 

Os cientistas estudaram os plátanos de sombra que enfeitam avenidas e jardins de León. Nesta cidade é um costume “podá-los até deixá-los quase como se fossem tocos”, afirma a coordenadora, Delia Fernández. Esta prática tem efeitos na planta. Em função do período no qual o tronco se recupera para que na primavera brotem folhas, pode-se produzir floração ou não. A polinização está associada à capacidade da árvore de florescer.

 

Os pesquisadores observaram que havia similar presença do alérgeno objeto de estudo (chamado Pla a 1) tanto em um ano de floração, quanto em um ano em que esta não ocorreu. As causas deviam ser, por tanto, outras, que não a polinização. Estas proteínas encontram-se nos grãos de pólen, mas também de forma estrutural em outras plantas, não necessariamente da mesma família que o plátano de sombra. Por este motivo estes botânicos acreditam que, estudando picos de polinização e a presença deste alérgeno, será possível encontrar tratamentos mais eficazes.

 

Os alérgenos, as proteínas que causam a reação

 

Mais que o próprio pólen, a real causa do mal-estar geral que produzem as reações alérgicas é uma proteína denominada alérgeno. Na fecundação dos estames masculinos ao estigma feminino em certas espécies vegetais produz-se um processo de hidratação que permite que muitas proteínas do pólen sejam liberadas. Muitas destas proteínas são alergênicas.

 

Dá-se a circunstância de que existem processos semelhantes de hidratação no organismo humano, o que motiva a liberação das proteínas quando o pólen entre em contato com certas partes do organismo. Por exemplo, as mucosas do corpo, como as que se encontram no aparelho respiratório ou nos olhos. Por este motivo, localizam-se nestes pontos as reações alérgicas mais intensas. Além do contato físico, outro fator pelo qual os alérgenos podem afetar aos alérgicos é a umidade do ar e altas temperaturas. Nestas condições as proteínas saem dos grãos de pólen e permanecem no ar. Se chovesse, no entanto, precipitariam, o que limparia a atmosfera.

 

Os picos de polinização de certas espécies costumam coincidir com a porcentagem de alérgenos no ar, mas isso não é sempre assim. Também é possível encontrar sintomas com uma escassa concentração destas proteínas na atmosfera. Por este motivo a Área de Botânica da Universidade de León estuda há alguns anos a presença de alérgenos no ambiente. Seus pesquisadores focaram-se nas causas do maior número de alergias: plátanos de sombra, tanchagem, gramíneas, oleáceas (nesta latitude norte, a mais comum é o freixo) e ciprestes.