Alimentación España , León, Miércoles, 23 de marzo de 2011 a las 15:16

Projeto de P&D busca novas estratégias para a utilização do fósforo na ração para ruminantes

Iniciativa do Instituto de Pecuária de Montanha e da empresa Inatega quer por a disposição do setor produtivo os resultados finais de 2011

Antonio Martín/DICYT Um projeto de P&D da empresa especializada em nutrição animal Inatega e do Instituto de Pecuária de Montanha (centro misto CSIC-Universidade de León) pretende estabelecer bases técnico-científicas de novas estratégias para a utilização de fósforo na alimentação dos ruminantes. A colaboração entre a empresa, com sede em Corbillos de la Sobarriba (município de Valdefresno, León) e a organização pública de pesquisa está dirigida, concretamente, à fabricação de suplementos vitamínico-minerais. O aumento do custo de fosfatos, recentes problemas de fornecimento e implicações ambientais vinculadas ao fósforo obrigam a que se desenvolvam novas estratégias de alimentação vinculadas à utilização deste elemento mineral.

 

Nos últimos anos, foram revisadas as recomendações relativas às necessidades de fósforo dos ruminantes e estabelecidos novos coeficientes de absorção de acordo com o tipo de matéria prima, explica Javier Giráldez, diretor do Instituto de Pecuária de Montanha (IGM), a DiCYT. “Neste sentido, será necessário disponibilizar informação sobre as matérias primas que permitam a formulação de rações de uma forma mais precisa, evitando margens de segurança excessivas”, afirma. Um dos casos que exige trabalho são as forragens, já que “existem grandes diferenças nas variedades e sistemas de produção entre distintos países” que impedem a transmissão de dados de uns a outros. Outro aspecto é a contribuição do fósforo à dieta, “de maneira que se consiga melhorar sua absorção no trato digestivo e, assim, reduzir sua eliminação ao meio”.

 

O projeto, atualmente em curso e cujo custo total ascende a 200.000 euros, está parcialmente co-financiado pela Junta de Castela e Leão. Este projeto de pesquisa e desenvolvimento tem vários objetivos. O primeiro é determinar o conteúdo de fósforo em uma ampla variedade das forragens utilizadas com mais freqüência pelos pecuaristas. “Uma vez que os fatores ambientais (por exemplo, a pluviometria, características do solo ou práticas agrícolas) podem afetar o conteúdo de fósforo, foram coletadas amostras de diferentes zonas de produção de toda geografia nacional”, afirma Giráldez.

 

O segundo objetivo é realizar um estudo dos níveis de fósforo atualmente utilizados em distintos sistemas de alimentação de gado bovino, ovino e caprino, nas distintas zonas geográficas de produção, para determinar a situação atual da contribuição deste nutriente. Em conjunto, o projeto acabará no final de 2011 e disponibilizará a todo setor produtivo (fabricantes e pecuaristas), através de uma página da Internet, a informação gerada no mesmo, especialmente os dados relativos à composição química das forragens analisadas. “Esta informação, sem dúvida, contribuirá para melhorar a formulação de rações, reduzindo seu custo e o impacto ambiental associado à utilização de fósforo nos sistemas pecuários”, resume o responsável pelo IGM.

 

Uso do fósforo

 

De acordo com Javier Giráldez, “o fósforo é um elemento mineral essencial na dieta dos ruminantes”. Nos animais, aproximadamente 80% do fósforo compõe os ossos e dentes, e os outros 20% se distribuem em outros componentes (como ácidos nucléicos, fosfolipídios) que participam em diversas funções biológicas. Assim, por exemplo, intervém na transferência de energia, no transporte e metabolismo dos ácidos graxos, na formação de proteínas... No caso dos animais ruminantes o fósforo é, ademais, necessário para o funcionamento da microbiota do rúmen. A deficiência de fósforo causa anorexia, redução do crescimento em animais jovens ou perda de peso e condição corporal em animais adultos. Influi também negativamente na produção de leite e na fertilidade. “Por tanto, a deficiência de fósforo, além de afetar também a saúde, reduz o rendimento produtivo dos animais”, resume o pesquisador.

 

Apesar de sua importância, o conteúdo de fósforo em matérias primas é variável e na Espanha não há informação fiável sobre o conteúdo deste mineral, especialmente nas forragens. Para evitar deficiências, incluem-se nas rações fontes minerais de fósforo, geralmente fosfatos de origem mineral. A tendência até pouco tempo foi formular dietas com uma elevada margem de segurança, isso é, aportando excesso de fósforo. “Esta estratégia era aceitável devido a sua escassa repercussão no custo da alimentação”, explica Giráldez, mas a situação mudou. O preço do mineral para suplementar rações foi multiplicado por quatro entre 2004-2008, e o IGM estima que isto implicou um impacto de “ao menos 69 milhões de euros anuais para o setor de fabricação de rações e, portanto, para os pecuaristas”.

 

Existe, ademais, uma limitação ambiental relacionada com o uso do fósforo na alimentação do gado. “O esterco é um fertilizante excelente, que contribui para melhorar as propriedades físico-químicas do solo. Sua utilização, ademais, permite reduzir a dependência de fertilizantes sintéticos. No entanto, se utilizado em excesso, dependendo da composição química, pode gerar problemas ambientais”, resume o especialista. Dentre os principais problemas relacionados com o esterco destaca a acumulação no solo e nas águas subterrâneas de fósforo. Por essa razão “é imprescindível revisar as bases atuais que regulamentam sua utilização, de maneira que se reduza seu conteúdo nos dejetos animais e sejam evitados problemas de contaminação de solos e aqüíferos”.