Alimentación España , Segovia, Viernes, 08 de marzo de 2013 a las 11:04

Projeto permite o acompanhamento on-line de milhafres-reais marcados em Segovia

Graças aos emissores de satélites instalados é possível acompanhar a migração até suas áreas de criação na Europa Central

CGP/DICYT A Sociedade Espanhola de Ornitologia SEO/BirdLife, em colaboração com a Fundação Biodiversidade, marcou oito milhafres-reais para saber com detalhe seus movimentos migratórios e invernais dentro do projeto Migra, realizado com o apoio da Fundação Iberdrola. Neste inverno foram marcadas oito aves em Aragão e Castela e Leão, especificamente em Binaced (Huesca), com a ajuda do Fundo de Amigos do Abutre, e em Pinarejos (Segovia). Atualmente, cinco milhafres-reais ainda estão hibernando na área em que foram marcados, enquanto três exemplares já iniciaram sua migração pré-nupcial que nas próximas semanas deveria levá-los de volta a suas áreas de criação na Europa Central. A maioria das aves que hibernam na Espanha procedem da Alemanha, França e Suíça, e em outubro voltam para passar outro inverno no sul da Europa.

 

Estes indivíduos portam em suas costas, como uma mochila, emissores de satélite de 18 a 35g de peso, que coletam a posição de cada indivíduo várias vezes por dia. A informação recebida através da internet permite saber diariamente, e de forma pública, suas localizações e qual é seu percurso praticamente em tempo real. Com esta inovadora tecnologia será possível saber, ao longo de todo o ciclo anual e com grande detalhe, quais são os movimentos de cada um dos exemplares marcados e serão obtidos dados diversos: se são fiéis a suas áreas de hibernação, como utilizam os poleiros invernais, quando iniciam e finalizam suas viagens migratórias, a distância que percorrem por dia, a que distância se deslocam de seus ninhos para se alimentar. Os emissores de satélite também permitem localizar imediatamente os exemplares caso morram.

 

Apesar de se tratar de uma das aves de rapina mais ameaçadas da Espanha e de estar catalogada como “em perigo de extinção”, a categoria mais elevada de ameaça, não se sabe praticamente nada sobre seus movimentos migratórios e seu comportamento ao longo de todo o ano.

 

Suas populações hibernantes e reprodutoras sofreram um dramático declive nas últimas décadas, reduzindo-se pela metade, de modo que atualmente se encontram em uma situação crítica. Diversos estudos alertam à continuação desta tendência em várias áreas espanholas e, inclusive, à extinção em algumas áreas, como nas Canárias.

 

Segundo informações do SEO/BirdLife coletadas pela DiCYT, uma de suas principais ameaças é o uso ilegal de venenos no campo. Assim, são necessárias medidas urgentes de estudo, gestão e conservação do milhafre-real que atualmente deve ser a ave de rapina espanhola com maior declive populacional e uma a que menos recursos se dedicou para seu estudo e conservação.

 

População reduzida

 

O milhafre-real é endêmico na Europa e sua área de distribuição está constituída por 20 países. Alemanha, França, Espanha, Reino Unido, Suécia e Suíça acolhem mais de 90% da população mundial, que está estimada em 21.000-25.000 pares. Apresenta uma estabilidade populacional conjunta, mas com grandes diferenças de acordo com cada país.

 

Na década de 1990 a população reprodutora espanhola de milhafre-real era a segunda mais importante do mundo, junto com a da Alemanha, com cerca de 4.000 pares.

 

Igualmente, a Espanha acolhia um grande número de hibernantes, cerca de 60.000 aves. No entanto, em apenas 10 anos estas populações foram reduzidas pela metade, tornando cada vez mais difícil visualizar do vôo desta ave de rapina em nossos campos. Em 2014 será realizado um novo senso da milhafre-real na Espanha para atualizar a informação.

 

Programa Migra

 

O programa Migra, iniciado em 2011 pelo SEO/BirdLife com a colaboração da Fundação Iberdrola, incorpora as últimas tecnologias em sistemas de geolocalização e acompanhamento remoto para saber com maior detalhe os movimentos das aves dentro e fora de nosso país. Com esta tecnologia saberemos as datas de início e fim de suas migrações, os lugares de parada e pontos de alimentação, o tempo que demoram para realizar estas viagens, se repetem a migração na primavera e outono, as principais áreas de hibernada e dispersão, ou se as rotas são iguais todos os anos. Nesta ocasião somou-se a Fundação Biodiversidade, apoiando o trabalho com esta espécie tão ameaçada.