Tecnología México , México, Viernes, 09 de abril de 2010 a las 16:04

Propõe-se melhorar a pavimentação de asfaltos utilizando plástico reciclado

A adição de polímeros à mistura do asfalto daria à pavimentação uma maior durabilidade, o que implicaria economia na manutenção

Agencia ID/DICYT Desmoronamentos, buracos e fendas são apenas alguns danos que pode sofrer o asfalto com o passar do tempo. Estas imperfeições, além de ocasionar engarrafamento, acidentes e defeitos nos veículos, também impactam as finanças públicas, ao requerer investimentos maiores para os trabalhos de manutenção.

 

Consciente da necessidade de melhorar a qualidade do asfalto, o doutor Francisco Javier Rodríguez González, do Centro de Investigação em Química Aplicada (CIQA), desenvolveu um concentrado polimérico (de plásticos) que dará maior resistência e resiliência (capacidade de retornar ao seu estado original depois de ser modificado) ao asfalto, o qual se encontra em processo de patenteamento.

 

“Em muitas estradas do país, sobretudo em zonas que apresentam muito calor, ondas são levantadas pelo peso de veículos de carga. Isso se deve a que, a determinada temperatura, o asfalto se amolece e pode modificar-se. Uma idéia para melhorá-lo é integrar polímeros sintéticos (polipropileno, polietileno, resinas vulcanizadas ou naturais) a fim de reforçá-lo e evitar que se deforme com facilidade”, afirmou o pesquisador do centro de investigação que pertence ao sistema Conacyt.

 

Ainda que a adição de polímeros à mistura do asfalto possa incrementar o custo da pavimentação, esta teria maior durabilidade e, a longo prazo, representaria uma economia na manutenção.

 

De acordo com Rodríguez González, para a realização do projeto decidiu-se utilizar materiais sintéticos de reciclagem, o que reduz os custos de desenvolvimento. Os polímeros reutilizáveis, detalhou, podem ser obtidos de qualquer embalagem plástica. “A idéia é usar principalmente o material que já foi exposto ao ambiente, porque com a luz solar e o oxigênio, oxida-se, sendo mais fácil espalhá-lo no asfalto”, refere-se.

 

Contudo, a equipe de trabalho do CIQA enfrentou alguns problemas, como o de incorporar diversos tipos de plásticos ao asfalto, devido à diferença em suas características químicas. Desta dificuldade surgiu a idéia de desenhar um processo que permitiria dispersar as partículas de polímero com o fim de incorporá-las à mistura do asfalto e otimizar suas propriedades mecânicas. “Quando se juntam plásticos têm-se a idéia equivocada de que funciona como um liquidificador, mistura-se tudo para ver no que dá, mas a ordem em que se agrega cada plástico influi muito”, disse.

 

Assim, surge a proposta de que os polímeros sejam fundidos separadamente e que se agregue um a um à mistura para otimizar o processo de dispersão no asfalto; e principalmente evitar que se submeta o material a temperaturas muito altas ou a demorados processos que podem descompô-lo. “A idéia é estabelecer uma metodologia para preparar materiais e economizar energia”, indica.

 

Rodríguez González comentou que esta opção traz outro benefício ecológico, porque não seria necessária tanta energia para aquecer os galões de asfalto e misturá-lo.

 

No projeto foram propostas duas metodologias para preparar o concentrado: uma por lotes e outra de forma contínua. O método de preparação de concentrados por lotes foi utilizado para o desenvolvimento de fórmulas laboratoriais, mas poderia ser realizado em escala de porções de até 250 quilogramas.

 

Por outro lado, o método contínuo consiste em produzir grandes quantidades de concentrado polimérico utilizando uma máquina conhecida como extrusora, utilizada industrialmente para fabricar garrafas, filmes e outros tipos de embalagens. Esse dispositivo integra de maneira contínua os diferentes componentes do concentrado de asfalto, que são transformados em grãos para posteriormente embalar-se.

 

Rodríguez González comentou que esta pesquisa surgiu da iniciativa privada. “Originalmente, um empresário de Monterrey queria que lhe ajudássemos a desenvolver este projeto, mas como era uma firma pequena, sugeri submeter uma proposta aos Fundos Mistos Conacyt-Coahuila para reduzir os custos. Depois de um tempo desesperou-se e decidiu não continuar, mas nós mantivemos o projeto”, contou.

 

Agora que o desenvolvimento da pesquisa foi concluído e aguarda-se a obtenção da patente, diferentes empresas aproximaram-se do coordenador da pesquisa com o propósito de conhecer as possíveis aplicações do composto polimérico para asfalto modificado e, sendo possível, gerar sinergia com o CIQA.