Nutrition Spain , Palencia, Tuesday, September 20 of 2011, 12:42

Resíduos do café, fonte de antioxidantes, para cosméticos ou novos alimentos

Empresa Prosol, de Palencia, trabalha atualmente em diversos projetos de PD&I, um deles junto ao Cluster Vitartis

Cristina G. Pedraz/DICYT A borra do café, longe de ser um desperdício, constitui importante fonte de antioxidantes naturais. Por essa razão, a empresa Prosol (Produtos Solúveis) localizada em Venta de Baños, em Palencia, trabalha na obtenção destes antioxidantes a partir do resíduo gerado na elaboração de seu café solúvel, “um produto de alto valor agregado que pode ser utilizado em cosméticos, alimentação animal ou inclusive para enriquecer vinho ou café”, detalha o diretor de qualidade da Prosol, Juan José Cuevas.

 

No projeto, realizado pelo Cluster Vitartis no último ano, participam outras cinco empresas e cinco centros de pesquisa da comunidade. A tarefa atribuída a Prosol consiste em identificar em que partes do processo de elaboração do café solúvel (que utiliza calor, água e café) se perdem os antioxidantes com maior facilidade, para poder recuperá-los e agregá-los a esse mesmo produto ou a outros.

 

De acordo com Cuevas, tanto este projeto de P&D, como os outros quatro com os que está envolvida a empresa, devem passar pelo filtro da “eficiência”, isso é, demonstrar “que aportam flexibilidade e que são realmente inovadores em relação ao que já existe”. Nesse sentido, trabalham tanto na criação e melhoria de produtos como na otimização de serviços e processos. No primeiro caso desenvolveram, por exemplo, um novo café solúvel “expresso” com um nível de creme semelhante ao preparado na cafeteria.

 

Quanto ao processo, criaram um sistema “que permite controlar tudo o que acontece com a produção da empresa, de qualquer ponto do mundo, através de um computador”. Este sistema, afirma o responsável de Qualidade, é especialmente útil quando existe algum problema, considerando que a firma está presente em 22 países, já que “permite intervir se for necessário”.

 

Verificação de emissões

 

De outro lado, o departamento de P&D da empresa trabalha na verificação da pegada de carbono dos produtos e na valorização energética do processo. “Verificamos a pegada de carbono em todos os produtos para determinar as emissões de gases poluentes, uma ferramenta que permite observar onde se geram mais emissões e poder mitigá-las”.

 

Do mesmo modo, no processo de produção do café solúvel são utilizados principalmente água, calor e café, razão pela qual se pretende fechar o ciclo de água. “Pretendemos reutilizar toda a água que utilizamos para ter o menor impacto ambiental”, enfatiza Cuevas.

 

Na mesma linha, realizaram um estudo de valorização energética e reaproveitam os resíduos gerados no processo, como a borra de café, como combustível para uma fábrica de cimento localizada próxima à planta. “A inovação, além de focar-se nos produtos, está baseada também nos processos durante toda a cadeia de valor e trabalhamos muito para fazer as coisas de um modo melhor”, conclui.

 

Café solúvel em embalagem de plástico

 

Em um de seus últimos projetos de P&D a empresa de Palencia pesquisou uma embalagem PET adequada para a preservação das características organoléticas do café solúvel. “Os fabricantes estavam convencidos de que o café solúvel não poderia ser conservado em uma embalagem deste tipo, mas descobrimos que preservava todas suas características e propriedades e nos propusemos a fazê-lo”, indica Cuevas.

 

Além do benefício ambiental, este tipo de envase “melhora a segurança laboral, já que o trabalhador não tem que manipular vidro; a logística, pois ocupa menos espaço e pesa três vezes menos; e a economia do consumidor, considerando que o PET custa também três vezes menos”.

 

Ainda que o projeto continue, a empresa já começou a comercializar estas embalagens. Após completar positivamente um teste piloto em 38 lojas no ano passado, o produto foi definitivamente lançado.