Alimentación España , Salamanca, Jueves, 26 de abril de 2012 a las 14:21

Salamanca e Bragança colaboram no estudo de cogumelos e plantas medicinais de Portugal

Pesquisadores da Universidade de Salamanca colaboram em um projeto de cientistas portugueses que pretendem aproveitar seus recursos naturais

José Pichel Andrés/DICYT Cientistas da Faculdade de Farmácia da Universidade de Salamanca colaboram com pesquisadores do Instituto Politécnico de Bragança, cidade do nordeste de Portugal, com o objetivo de descrever e caracterizar cogumelos com valor gastronômico e plantas silvestres que podem ser consideradas medicinais da região de Trás-os-Montes e Alto Douro. Os cientistas portugueses querem saber quais são as propriedades destes produtos de grande importância econômica.

 

A Universidade de Salamanca e o Instituto Politécnico de Bragança colaboraram nos últimos três anos não apenas no estudo de cogumelos e plantas silvestres, mas também de outro produto muito característico da região, as castanhas. No entanto, atualmente iniciam um projeto focado nos dois primeiros recursos, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) do Ministério de Educação e Ciência português.

 

Celestino Santos Buelga, pesquisador do Departamento de Química Analítica, Nutrição e Bromatologia da Universidade de Salamanca, explica que seu grupo de pesquisa está especializado no estudo dos compostos fenólicos das plantas e que seus contatos com Bragança são intensos porque o Instituto Politécnico envia muitos pesquisadores para fazer doutorado, o que “abriu um contato permanente”, afirma em declarações a DiCYT.

 

Os pesquisadores portugueses estão “muito interessados na caracterização dos recursos naturais de seu meio” e identificaram três que podem fazer com que Portugal seja líder no conjunto da Europa: a castanha, as plantas medicinais e os cogumelos silvestres, afirma Santos Buelga. “São recursos naturais que podem ser convertidos em um motor econômico importante, de modo que os cientistas pretendem caracterizar os perfis nutricionais ou nutracêuticos”, entendendo-se por este último termo (derivado de nutrição e farmacêutico) aquilo que pode ter influência na saúde.

 

Após colaborar anteriormente na análise das castanhas, neste caso o projeto pretende realizar a caracterização nutracêutica de plantas medicinais e de cogumelos silvestres sendo que a caracterização dos compostos fenólicos se realiza em Salamanca. Alguns testes são realizados diretamente pela equipe de Santos Buelga, enquanto que em outros casos são os pesquisadores portugueses que se deslocam em pessoa até a capital do Tormes para pode utilizar as equipes da instituição acadêmica.

 

Uma pesquisa inovadora

 

O pesquisador de Salamanca destaca que seus colegas portugueses “são muito produtivos”, de modo que publicaram muitos artigos em caracterização nutracêutica e nutricional de cogumelos até o ponto de que “não há na Península Ibérica outro grupo mais produtivo”. No entanto, no caso das plantas medicinais os progressos são menores, porque as pesquisas começaram mais tarde.

 

Atualmente “a caracterização realizada em nossos dois ou três anos de trabalho é basicamente descritiva e abrange todos os cogumelos silvestres comestíveis do outono ou primavera”, comenta. Até agora não havia nenhum trabalho parecido e “desconhecia-se a composição dos cogumelos, a parte de seu valor gastronômico”. O trabalho científico em que colaborou a Universidade de Salamanca revelou que os cogumelos portugueses têm um grande valor nutricional, com elevadas concentrações de proteínas e reduzidas concentrações de gorduras, além de serem ricos em muitos tipos de antioxidantes, vitamina E, carotenóides e compostos fenólicos. De modo geral, estas são substâncias que podem ser consideradas benéficas para a saúde.

 

No caso das plantas medicinais, o objetivo também é caracterizá-las para descrever o perfil de substâncias bioativas, isso é, das substâncias que podem ter algum efeito nos seres vivos. Dentre elas “foram estudados fundamentalmente substâncias com capacidade antioxidante”, indica o pesquisador.

 

A longo prazo estas pesquisas tem como objetivo o desenvolvimento de uma região economicamente deprimida de Portugal, mas rica nestes recursos naturais. Conhecê-los melhor e comprovar que são de interesse à alimentação humana ou ao setor farmacêutico seria muito importante. De fato, no caso das castanhas e dos cogumelos já existes muitos produtos derivados.