Tecnología España , Salamanca, Viernes, 30 de marzo de 2012 a las 17:44

Salamanca participará da criação de uma ferramenta mundial de tradução automática de idiomas

O japonês Toru Ishida, pioneiro mundial no desenvolvimento da “computaçao grid”, visita Salamanca para participar do congresso de inteligência artificial

JPA/DICYT A Universidade de Salamanca pretende incorporar-se a um grande projeto mundial que desenvolve a construção de uma ferramenta para a tradução automática de informação na internet em múltiplos idiomas. Este complexo sistema baseado na computação grid está sendo desenvolvido de forma experimental por cerca de 150 entidades, empresas e universidades pertencentes a 18 países que já compartilham serviços de forma experimental para realizar traduções automáticsa a 180 línguas. Até agora não possuem sócios espanhóis, mas em breve se somarão os pesquisadores do Departamento de Informática e Automática da instituição acadêmica de Salamanca.

 

Toru Ishida, pesquisador da Universidade de Kyoto, é um reconhecido especialista internacional, pioneiro no desenvolvimento da computação grid, na qual um trabalho informático é distribuído entre muitos computadores que colaboram para obter um resultado final, e é o principal impulsor desta iniciativa. O reconhecido informático chegou no dia 29 de março a Salamanca para participar da reunião “10th International Conference on Practical Applications of Agents and Multi-Agents Systems” (PAAMS 12), na qual 350 pesquisadores de mais de 40 países expuseram os últimos avanços em ramos concretos da inteligência artificial.

 

“Há mais de 7.000 línguas no mundo e seria bom ter uma linguagem comum para todas as comunicações”, afirma em declarações a DiCYT o especialista, que atribui, por exemplo, o receio que sentem os chineses em relação aos japoneses à ausência de acesso à informação em japonês. Assim, o projeto que lidera pretende encontrar a melhor tradução automática possível ao maior número de idiomas. “Atualmente a comunidade científica tem que utilizar o poder da comunicação para compartilhar suas pesquisas e conhecimento, e isto é possível através do que chamamos serviços em grid”, que Ishida compara com a distribuição elétrica.

 

Identificar a melhor tradução

 

Um dos membros deste consórcio é Google e, de fato, o tradutor oferecido por esta companhia é um serviço mais incorporado a esta rede, mas a idéia é muito mais complexa. Por exemplo, “do inglês ao japonês há seis tradutores desenvolvidos por distintas empresas e, em cada ocasião, a melhor tradução pode ser de um deles”, de modo que o sistema é capaz de identificar a melhor tradução de forma automática”.

 

Outro aspecto importante deste grande projeto de tradução mundial é a incorporação de linguagens técnicas, jargões ou gírias, ou seja, palavras específicas utilizadas por um grupo. “Se um coletivo cria um dicionário próprio e este é agregado ao sistema, poderemos traduzir as gírias automaticamente”, afirma. Assim, “é importante unir todos os serviços existentes no mundo e a computação grid permite distribuir o processamento, neste caso, distribuir a informação e facilitar a comunicação”.

 

Definitivamente se trata de uma ferramenta que permite traduzir qualquer informação de forma distribuída e em qualquer contexto, ainda que atualmente seja um produto universitário de pesquisa e desenvolvimento, que ainda não é comercial e continua incorporando melhorias e novos sócios.

 

“Em breve estaremos trabalhando com eles neste projeto”, afirma Juan Manuel Corchado, decano da Faculdade de Ciências, que atualmente negocia a incorporação de seu grupo de pesquisa ao grande consórcio internacional. “Estamos trabalhando em temas de personalização e de web semântica que podem ser úteis na adaptação deste tipo de sistemas às necessidades dos usuárias”, agrega.

 

A computação grid e a simulação de catástrofes

 

A computação grid é uma tecnologia que permite dividir um trabalho de computação entre computadores muito distantes um do outro, de modo que distintos módulos colaboram para atingir uma solução final. Grandes companhias como HP, IBM ou Siemens trabalham desta forma, com sedes em mais de 100 países, sem precisar de grandes servidores em nenhum deles. Uma das mais recentes aplicações é a simulação de catástrofes naturais, por exemplo, um tsunami, de modo que um dos agentes pode colaborar para prever o efeito em apenas uma rua, de uma cidade específica, por exemplo, e incorporar este dado à simulação geral realizada por múltiplos agentes para conseguir o resultado final. Trata-se de muitos computadores pequenos que trabalham de forma conjunta para resolver problemas grandes.