Salud España , Valladolid, Lunes, 17 de octubre de 2011 a las 14:26

Terapia com nanopartículas para minimizar sintomas da Síndrome do Olho Seco

Tratamento foi desenvolvido por pesquisadores do Grupo de Superfície Ocular do IOBA

Cristina G. Pedraz/DICYT A Síndrome do Olho Seco é uma doença ocular com alta incidência na população que provoca queimação, ardor, irritação e inclusive dor intensa, de modo que pode afetar a qualidade de vida dos pacientes gerando-lhes restrições para conduzir, ler ou usar o computador.

 

Atualmente não existem terapias que permitam a recuperação funcional da superfície ocular inflamada de forma crônica, mas apenas tratamentos como lágrimas artificiais ou agentes imunossupressores para aliviar sua sintomatologia. Para tanto, o Grupo de Superfície Ocular do Instituto de Oftalmobiologia Aplicada (IOBA) de Valladolid procura alternativas terapêuticas. Recentemente uma das pesquisadoras, Laura Contreras, apresentou sua tese doutoral (a primeira do IOBA com menção de doutorado Europeu) sobre a recuperação funcional da superfície ocular no Olho Seco experimental mediante terapia gênica.

 

Como explica a pesquisadora, a aproximação terapêutica baseia-se “no uso de nanopartículas para veicular um plasmídeo de MUC5AC, já que se verificou que esta molécula é muito importante para manter uma boa qualidade na película lacrimal”. “Consideramos que o aumento da produção de MUC5AC resulta em uma melhora da película lacrimal e, portanto, em toda a sintomatologia do Olho Seco”, assegura. O primeiro passo da pesquisa foi desenhar um plasmídeo capaz de codificar a MUC5AC e seu estudo “in vitro”.

 

“Uma vez encontrado o plasmídeo, necessitávamos um veículo que permitisse transportá-lo ao interior da célula e, para tanto, utilizamos nanopartículas baseadas em gelatina cationizada”, especifica. Depois, foram realizados estudos “in vivo” com ratos sadios para, de um lado, “determinar se, efetivamente, aumentava a produção de MUC5AC” e, de outro, “comprovar se havia algum efeito tóxico”.

 

Efeito terapêutico

 

Após verificar ambos aspectos, pesquisaram, também em ratos, o efeito terapêutico. “Utilizamos um modelo animal de doença inflamatório ocular e avaliamos os parâmetros alterados no Olho Seco: a produção de lágrima, o estado da barreira corneal ou o estado inflamatório dos tecidos. O tratamento com nanopartículas foi capaz de aumentar a produção de lágrima, melhorar a integridade da barreira epitélio corneal e diminuir a inflamação”, conclui a pesquisadora.

 

Trabalho em colaboração com entidades de referência mundial

 

A tese doutoral foi orientada pela doutora do IOBA Yolanda Diebold. O Departamento de Farmácia e Tecnologia Farmacêutica da Universidade de Santiago de Compostela também colaborou no trabalho desenvolvido, também, nos laboratório de Allergan na Califórnia e na universidade alemã de Halle-Wittemberg, sob a supervisão do professor Friedrich Paulsen, onde Laura Contreras desenvolveu parte de sua pesquisa. Além da patente, foram publicados quatro artigos em revistas internacionais e ainda há três em processo de publicação.