Ciencias Sociales España , Salamanca, Jueves, 01 de diciembre de 2011 a las 17:42

“A tecnologia provém da pesquisa básica e esta se faz pelo prazer de criar novas idéias”

Miguel Ángel Quintanilla Fisac, diretor do Instituto de Estudos da Ciência e da Tecnologia da Universidade de Salamanca, ofereceu um seminário de sensibilização à criatividade cientifica

JPA/DICYT A Fundação Geral da Universidade de Salamanca organizou hoje um seminário de sensibilização à criatividade empresarial e científica dentro do projeto Creatinn, que pretende motivar a inovação no Programa de Cooperação Territorial do Espaço Sudeste Europeu, Sudoe. Além de apresentar casos de sucesso em criatividade para a inovação empresarial, a jornada teve como eixo uma conferência de Miguel Ángel Quintanilla, diretor do Instituto de Estudos da Ciência e da Tecnologia (eCyT), na qual defendeu o valor da criatividade para realizar pesquisa básica, um passo prévio e imprescindível para alcançar desenvolvimentos tecnológicos.

 

“Atualmente em um MP3 colocamos muitas horas de música agradável, mas isso não foi possível até que se descobrissem propriedades da matéria nos campos mais avançados da Física, como os semicondutores ou os circuitos integrados. Trata-se de uma conseqüência da criatividade científica, produzida nos anos 40, mas ninguém inventou o transistor pensando em suas aplicações, e sim na possibilidade de utilizar os materiais que tinham sido descobertos graças à Física Quântica, que por sua vez foram descobertos devido à curiosidade e a capacidade criativa dos cientistas”, afirmou em declarações a DiCYT.

 

Quintanilla assegurou que não é possível prever as descobertas futuras da Ciência. “A maior parte das coisas que possuem valor econômico neste momentos e que estão relacionadas com desenvolvimentos tecnológicos provém da pesquisa básica, e esta é feita pelo mero prazer de criar idéias novas, não por suas aplicações”, afirmou o catedrático de Filosofia da Ciência. “Se queremos aportar riqueza, devemos conseguir fazer com que a Ciência faça Ciência e não se preocupe com esta riqueza, que virá logo depois”, assegurou.

 

Desse modo, “deve-se ter boas universidades, com cientistas criativos e originais, e o empresário deve ser capaz de tirar proveito”. Em outras palavras, “é preciso pedir às universidades que façam boa ciência e aos empresários que tenham capacidade de absorver o conhecimento criado e transformá-lo em inovações. Esta capacidade requer sensibilidade para elevar o nível de formação de seus trabalhadores e contratar pesquisadores que sejam capazes de aplicar conhecimento científico de fronteira em aplicações tecnológicas”, enfatiza Quintanilla.

 

Neste sentido, colocar em contato a Universidade e a empresa é um desafio que já está sendo abordado em jornadas como a organizada no dia 28 de novembro pela Fundação Geral da Universidade de Salamanca. “Serve qualquer modelo, é necessário criar iniciativas que ponham em contato a sociedade com a Universidade e os cientistas com os empresários”, afirma.

 

A jornada incluiu a apresentação de quatro casos de sucesso em criatividade para a inovação empresarial: Icon Multimedia, Plásticos Dúrex, Grupo Indal e Ibérica de Tecnologia Avícola. Ademais, Miguel Ángel Salinero, técnico da Fundação Geral da Universidade de Salamanca, explicou no inicio as chaves do projeto Creatinn, que põe em contato grupos de pesquisa e empresas.

 

O projeto Creatinn, no qual participa a Fundação Geral como representante de Castela e Leão, junto com instituições de outras oito regiões da Espanha, França e Portugal, tem como objetivo básico contribuir com a geração de riqueza mediante o lançamento de um instrumento de apoio sistemático à competitividade das empresas em setores estratégicos das regiões Sudoe participantes, sobre a base da criatividade e inovação. Para tanto, é necessário que estejam implicadas universidades, organismos de pesquisa e centros tecnológicos, administrações públicas e a sociedade, de modo a constituir-se um sistema de inovação transregional no Sudoe.