Alimentación España , Valladolid, Jueves, 26 de abril de 2012 a las 12:48

“A teoria da Deriva Continental é a base de todos os conhecimentos sobre geologia”

Professor de Cristalografia e Mineralogia da Universidade de Valladolid, Alejando del Valle, dá uma conferência sobre esta Teoria que completa 100 anos

CGP/DICYT Alejandro del Valle, químico e professor de Cristalografia e Mineralogia da Universidade de Valladolid, ofereceu no dia 24 de abril, no Auditório do Museu da Ciência, a segunda conferência do ciclo E no meio... a Terra, que versou nesta ocasião sobre a Teoria da Deriva Continental. Esta teoria, formulada por Alfred Wegener em 1912 determinou o rumo das posteriores pesquisas sobre a forma e a estrutura interna da Terra, bem como dos fenômenos que nela acontecem, como terremotos ou erupções vulcânicas.

 

De acordo com o especialista, a conferência faz parte do Centenário. “A idéia é celebrar este Centenário e divulgar a Teoria, seus antecedentes, como evoluiu e resultou em uma série de temas muito importantes para a humanidade atualmente, já que permitiu explicar fenômenos como os terremotos ou os vulcões”, afirma. Do mesmo modo, o objetivo é ressaltar “que a situação atual não foi sempre a mesma, já que os continentes estavam situados de outra maneira há muito tempo e a Terra se move”.

 

A base destes postulados foi formulada por Wegener e alguns de seus antecessores. “Estes perceberam que alguns fósseis apareciam em vários continentes separados como a África, a América ou a Austrália, ou que seres vivos tinham habitado regiões sem aparente comunicação. Também perceberam que havia cordilheiras que estavam em continentes diferentes, mas que apresentavam os mesmos materiais, uma série de coincidências que indicavam que os continentes estiveram unidos alguma vez”, explica.

 

Neste sentido, menciona um tema que “chama a atenção” ao consultar um mapa-múndi, consistente em que a América do Sul e a África “podem ser acopladas”, outro aspecto “que originou a teoria de que os continentes se moveram”. Por outro lado, agrega, existem outras “coincidências” de tipo paleoclimático, como as jazidas de carvão, que atualmente se encontram em algumas regiões frias e “correspondem a árvores e vegetais que em outro momento eram tropicais”.

 

Todos estes aspectos revelaram a Wegener, e a outros autores que o sucederam, o modo pelo qual os continentes se moveram, e depois começaram a conhecer suas causas. “O manto terrestre é um material semifluido que permite o movimento das placas continentais, o surgimento dos magmas, das correntes de convecção dos magmas que movem os continentes, como se abrem as dorsais ou se produz o fenômeno da subducção de uma placa sob outra, o que representa, ou como são formadas as montanhas ou os vulcões”.

 

Movimento de placas

 

Alejandro del Valle afirma que a Teoria da Deriva Continental, que segundo os posteriores descobrimentos passou a ser chamada de Teoria da Expansão do Fundo Oceânico e atualmente se denomina Teoria da Tectônica de Placas, “talvez seja uma das primeiras teorias que não possui um autor concreto, estando formada por muitas partes e desenvolvida em vários países”. No entanto, é o fundamento “de todos os conhecimentos que, geralmente, se tem da geologia do planeta”.

 

Neste sentido, afirma que terremotos como o que aconteceu nos princípios do século XX na Califórnia, cujas causas eram desconhecidas, agora são bem conhecidas e inclusive sabe-se qual é a possibilidade de que se produza outro de grande magnitude em um curto espaço de tempo. “Atualmente estuda-se continuamente os sistemas de falhas provocadas precisamente pelo movimento de placas e sabe-se que a península da Califórnia está se movendo, concretamente, que está subindo até o norte, de modo que em alguns anos Los Ángeles e Sao Francisco estarão uma diante da outra, porque se aproximam 4 centímetros por ano”, velocidade “que não é mais rápida do que o crescimento das unhas dos dedos”, mas que dentro de muitos anos “é notável e implica uma série de pressões nos materiais da Terra, que acabam produzindo terremotos”.

 

Por outro lado, enfatiza, a situação dos continentes também influi no clima. “Se existem pequenos movimentos nos continentes que modificam o sentido das correntes marinhas, a longo prazo podem haver mudanças climáticas passíveis de ser explicadas sob esta perspectiva”, conclui.