Avança o primeiro laboratório científico estável do Parque Nacional de Picos de Europa
AMR/DICYT O estudo da fauna autóctone da Cordilheira Cantábrica, especialmente o entorno do Parque Nacional de Picos de Europa, pode contar dentro de um ano e meio com uma nova infra-estrutura para impulsionar-lo. A Universidade de León prevê criar um laboratório científico estável na localidade leonesa de Oseja de Sajambre que sirva de prolongação de sua Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais, segundo informou a DiCYT o professor Julio Lago. Segundo Lago, esta opção está “avançada”. O recinto estaria localizado no futuro centro de recepção de turistas, que tem previsto abrir suas portas em um ano, aproximadamente.
Segundo explicou Lago, o novo recinto científico previsto conta com o “aval” do patronato que administra o parque nacional. Sua construção permitirá a criação do primeiro lugar de trabalho dirigido à pesquisa que se estabelece em alguma das três vertentes desta zona protegida, o que levou Lago a qualificar a iniciativa como “pioneira”. O parque natural de Picos de Europa é compartilhado por Astúrias, Castela e Leão e Cantábria. O equipamento do lugar, um espaço de 30 metros quadrados dividido em duas dependências que conterá o material docente, mapas ou amostras (biológicas e geológicas) obtidas no entorno, ficará a cargo da Universidade de León. Uma vez construído o recinto turístico no qual está, a instituição acadêmica tratará de equipar-lo, segundo expôs Lago, “em um período de um ou dois meses”.
O uso deste laboratório será “temporal e pontual” e ficará sob responsabilidade dos pesquisadores que normalmente deslocam-se à Picos de Europa para estudar a fauna, a flora ou os diferentes recursos deste entorno. A principal linha de estudo será precisamente a fauna emblemática da zona, como o “wood grouse” (urogallo) ou o urso pardo cantábrico. A Universidade de León, que já conta com os planos da futura instalação, pôs-se em contato com pesquisadores de outros organismos e centros de pesquisa para abrir as portas deste recinto a outros grupos. Em concreto, dirigi-se a cientistas que estudam a fauna e flora dos Pirineus e do Centro Superior de Investigações Científicas, relata Lago, que pertence ao Departamento de Direção e Economia da Empresa.
Aula de Picos de Europa
O trabalho no futuro laboratório de práticas de Oseja será uma das questões novas que aborda o ciclo de cursos das Aulas de Picos de Europa, cuja nova edição foi apresentada hoje. As outras novidades que aporta o novo ciclo é “a formação em turismo ativo” dirigido aos visitantes desta zona natural e “a publicação de uma nova publicação científica que reúne as apresentações dos professores que participem dos cursos”, expôs Lago. Os cursos programados terão lugar nos meses de abril, maio, setembro e outubro em um prazo de três ou quatro dias e todos terão como elemento transversal o conhecimento e respeito ao meio ambiente. “Pretende-se enriquecer a formação em fauna, flora, economia do espaço de alta montanha e a interpretação dos espaços naturais”, resumiu o responsável pela atividade. Nas edições anteriores aproximaram-se a estes cursos fundamentalmente estudantes de Biológicas, Ambientais, Geografia, Turismo, “mas também pessoas sem formações universitárias e interessadas pelas temáticas específicas”.
O programa, que divide as atividades entre Posada de Valdeón y Oseja de Sajambre, contempla os seguintes cursos: Introdução à marcação e seguimento de aves (anelamento científico), em Posada de Valdeón, de 16 a 18 de abril; Oficina de fungos florestais de primavera, em Oseja de Sajambre, de 11 a 16 de maio; Oficina sobre turismo ativo em espaços naturais de montanha, em Posada de Valdeón, de 14 a 17 de setembro; Guia intérprete de espaços naturais, em Oseja de Sajambre, de 17 a 1 de setembro; II Oficina de estudo de fauna cantábrica, em Oseja de Sajambre, de 30 de setembro a 3 de outubro; e Micologia florestal aplicada em espaços protegidos, em Posada de Valdeón, de 19 a 24 de outubro.