Cria-se sistema que detecta automaticamente o estado de conservação dos sinais de trânsito

Cristina G. Pedraz/DICYT A spin-off da Fundação Cidaut AMAC (Advanced Mobile Asset Collection), desenvolveu um sistema que detecta automaticamente o estado de conservação da sinalização vertical das estradas. O sistema, baseado em sensores, integrou-se em um turismo e é capaz de medir a visibilidade destes sinais enquanto circula-se à velocidade normal do trânsito. Como explica a DiCYT José Miguel Perandones, um dos pesquisadores que desenvolveu o produto, a finalidade é determinar se estes sinais “chegaram ao fim de sua vida útil com relação à visibilidade, ou se ainda têm utilidade e não devem ser substituídos”.

Para tanto, o veículo equipado com os sensores circula de noite, quando as condições de visibilidade “são mais críticas e é preciso saber se as propriedades do material com o que se fabricou o sinal continuam sendo adequadas”.

A tecnologia desenvolvida está baseada principalmente em técnicas de visão artificial. “Podemos dizer que, através de sistemas de visão artificial, desenvolvemos algo equivalente a um olho humano. Nosso sistema é capaz de observar os sinais e os elementos reflexivos de noite do mesmo modo que faria o olho humano médio. Desta forma, obtemos medidas quantificativas físicas sobre a visibilidade de cada cor do sinal que nos permite avaliar seu estado de conservação”, detalha Perandones.

Por outro lado, o sistema é capaz de gerar um inventário dos sinais ao mesmo tempo que analisa sua visibilidade. “Identificamos a posição exata dos sinais através de coordenadas GPS e medimos sua posição absoluta e relativa à via e suas dimensões, o que pode ajudar um gestor de estradas a estimar o investimento que deve realizar na sinalização vertical a curto, médio e longo prazo, de forma bastante eficiente”, agrega.

Os dados coletados pelo sistema são analisados e georreferenciados de forma que possam ser integrados a sistemas GIS ou qualquer outro tipo de inventário existente, de modo que o gestor de estradas “não precisa de um programa diferente de sua base de dados interna para ter a informação sobre a visibilidade dos sinais”.

Sistemas tradicionais

Atualmente são utilizados diversos sistemas para analisar o estado de conservação da sinalização vertical, que vão de substituir as placas quando estão vencidas, “o que é seguro, mas não aproveita 100% a vida útil das placas”; até medidores que devem ser colocados em contato com a superfície da placa para avaliar sua visibilidade, “o que resulta em uma quantidade importante de tempo quando se medem muitas placas e, sobretudo, certos riscos de segurança para o operário e para o trânsito”. Em outros países, inclusive, admite-se como método de inspeção que certos usuários treinados conduzam a noite a avaliem se a placa é visível o não, “o que aporta uma carga importante de subjetividade e não permite contar com magnitudes quantificativas”.

O sistema implementado permite coletar informação de forma “muito eficiente”, sobre um número elevado de sinais em um prazo de tempo reduzido. Do mesmo modo, evita ter a operários analisando as placas uma por uma e ter que cortar estradas “com todas as implicações de dinheiro, tempo e segurança que isso representa”, agrega o pesquisador.

A equipe desenvolvida está disponível atualmente para analisar sinais verticais de estradas espanholas e também de outros países europeus e estrangeiros. A spin-off da Cidaut não vende o equipamento, mas oferece o serviço já que “trata-se de uma tecnologias bastante complexa e não compensa comprar o dispositivo para realizar uma inspeção periódica”.

Innovacarretera 2013

O sistema foi apresentado durante a Innovacarretera 2013, a segunda edição da Feira de Demonstração Tecnológica do Setor das Infraestruturas Viárias organizada pela Plataforma Tecnológica Espanhola de Estradas (PTC, em espanhol) nas instalações ao ar livre da Fundação Cidaut em Mojados (Valladolid). A Feira tem como finalidade promover a imagem da Espanha como referência internacional em tecnologias associadas à estrada.

Durante a feira mostrou-se como o setor viários espanhol pode aportar soluções tecnológicas que contribuem com os objetivos sociais de sustentabilidade, eficiência energética, economia de custos e seguridade viária. A segunda edição da feira também promoveu a Compra Pública Inovadora (CPI). Para tanto, orientou-se à demonstração tecnológica de soluções inovadoras do setor viários suscetíveis de ser objeto desta inovadora ferramenta de gestão da demanda de produtos e serviços das Administrações Públicas.