Salud España , León, Martes, 12 de mayo de 2015 a las 15:32
INESPO II

Determinam que o gene p73 está envolvido na formação de vasculatura tumoral

Investigadores do Grupo de Diferenciação Celular e Modelos Celulares do IBIOMED de León (Espanha) publicaram dois trabalhos sobre esta linha nas revistas ‘Cell Death & Differentiation’ e ‘Nature Cell Biology’

Cristina G. Pedraz/DICYT Investigadores do Grupo de Diferenciação Celular e Modelos Celulares do Instituto de Biomedicina da Universidade de León (IBIOMED), em colaboração com os grupos da Doutora Lena Claesson-Wells, da Universidade de Uppsala (Suécia), e do Doutor Kanaga Sabapathy, do National Cancer Center (Singapura), demonstraram que o gene p73 é necessário para a formação de vasos sanguíneos, tanto novos (vasculogénese) como a partir dos já existentes (angiogénese).


Nos dois trabalhos publicados nas revistas Cell Death & Differentiation e Nature Cell Biology ―uma das revistas mais importantes do mundo na área da biologia celular―, revela-se que a falta de p73 afeta a capacidade de formação e organização da vasculatura (o conjunto dos vasos sanguíneos), tanto nos indivíduos sãos como no caso de terem tumores.


“Esta capacidade das células tumorais para induzirem a vascularização tumoral é essencial para o crescimento do tumor e seu poder de invasão e metástase. As várias formas da proteína p73 (isoformas) trabalham como antagonistas na regulação desta função, de modo que a regulação da expressão deste gene é um fator importante na progressão do tumor, o que torna p73 um alvo terapêutico interessante para o tratamento do cancro”, indicam Carmen Marín e Margarita Marqués, coautoras de ambos os estudos e codiretoras do Grupo de Diferenciação Celular e Modelos Celulares do IBIOMED.


Quatro grupos de investigação espalhados por todo o mundo, incluindo este de León (Espanha), demonstraram simultaneamente que este gene tem um papel bem importante na progressão tumoral ao estar envolvido na formação da vasculatura. Os outros são os grupos liderados por Gerry Melino, da Universidade de Leicester (Reino Unido), a Dra. Margareta T. Wilhelma, do Karolinska Institutet (Suécia) e o Dr. Kanaga Sabapathy, do National Cancer Center de Singapura.


Um gene controverso


O grupo do IBIOMED divide as suas atividades científicas e investigadoras em dois ramos interligados. Parte de seus esforços concentra-se em ciência básica, no estudo da função dos genes supressores tumorais p73 e p53. Além disso, os modelos gerados durante estes estudos podem ser aproveitados para examinar outros genes, e podem ser utilizados também na procura de compostos de interesse farmacológico.


Em investigação básica, o grupo trabalha para identificar a função de p73 e p53 na reprogramação celular, no processo da neurogénese e nos processos de angiogénese e vasculogénese. Nestes casos, a investigação volta-se para o estudo funcional dos membros da família genética do gene supressor tumoral p53, tanto nos processos fisiológicos durante o desenvolvimento, quanto na patologia de várias doenças tais como o cancro ou doenças neurodegenerativas.


“O gene p73 tem uma elevada homologia com o gene supressor tumoral p53. No entanto, enquanto o papel de p53 no estabelecimento e progressão de cancros humanos tem sido amplamente estudado, o papel de p73 tem sido muito controverso”, explica a Dra. Carmen Marín, investigadora principal do grupo.


Neste sentido, sabe-se que p53 atua como uma barreira para o estabelecimento e a progressão do tumor. “O gene p53 está mutado ou é inativo na maioria dos tumores humanos, por isso é conhecido como o ‘guarda’ do genoma humano porque, quando ativo, é sensível à deteção de danos ao genoma e induz a sua reparação ou impede tais danos ou mutações passarem para a próxima geração de células”, explica. Por conseguinte, a função de p53 é fundamental na resposta aos tratamentos de quimioterapia e ao desenvolvimento de resistência.


Entretanto, a razão pela qual a função de p73 tem sido mais difícil de identificar é porque este gene dá lugar a mais de um tipo de proteínas ou isoformas, com funções opostas em alguns casos. Portanto, “a regulação da expressão diferencial de p73 é muito importante e decisiva na sua função”, referem as investigadoras.


Próximos passos


Entre os seguintes objetivos, o grupo de investigação procurará analisar a regulação de p73 na resposta à hipoxia (falta de oxigénio) em sistemas como a manutenção dos nichos neurogénicos do cérebro, muito relevante em doenças neurodegenerativas. Também se encaixa em seus planos utilizar esses modelos para identificar compostos capazes de regular a expressão diferencial de p73.

 

O Grupo de Diferenciação Celular e Modelos Celulares do IBIOMED está formado pelas Doutoras Carmen Marín e Margarita Marqués, além de duas contratadas pré-doutorais (Marta Martín López e Sandra Fuertes Álvarez) e uma estudante de mestrado (Laura Maeso Alonso), todas biotecnólogas. Este trabalho foi iniciado pela ―agora― Doutora Rosalía Fernández-Alonso como parte da sua tese de doutoramento e continuado e finalizado pela licenciada Marta Martín-López, quem é coautora em ambos os artículos. O Grupo está integrado também pelos doutores do Hospital de León, Alfonso Fernández-Corona e Elena Lorenzo, quem são igualmente coautores do trabalho, além da doutora da ULE Inmaculada Diez-Prieto.

 

 

Referências bibliográficas: 

Dulloo, I., Phang, B. H., Othman, R., Tan, S. Y., Vijayaraghavan, A., Goh, L. K., Martín López, M., Marqués, M. M., Wei Li, C., Wang, D. Y., Marín, M. C., Xian, W.,Mckeon, F. y Sabapathy, K. (2015). “Hypoxia-inducible TAp73 supports tumorigenesis by regulating the angiogenic transcriptome”. Nature cell biology. doi:10.1038/ncb3130.


Fernandez-Alonso, R., Martin-Lopez, M., Gonzalez-Cano, L., Garcia, S., Castrillo, F., Diez-Prieto, I., Fernandez-Corona, A., Lorenzo-Marcos, M.E., Li, X., Claesson-Welsh, L., Marques, M. M. y Marin, M. C. (2015). “p73 is required for endothelial cell differentiation, migration and the formation of vascular networks regulating VEGF and TGFβ signaling”. Cell Death & Differentiation. doi:10.1038/cdd.2014.214.