Salud Brasil Campinas, S茫o Paulo, Martes, 07 de mayo de 2013 a las 17:56

Estudo afirma que arteriosclerose era comum na Antiguidade

Pesquisadores da Universidade da Calif贸rnia afirmam que o percentual 茅 semelhante ao de popula莽玫es modernas

Ricardo Manini/ComCiência/Labjor/DICYT Uma equipe da Universidade da Califórnia publicou um estudo que mostra que a arteriosclerose era bastante comum no mundo antigo. Para a equipe, problemas coronários que acometem indivíduos não estão relacionados apenas a um estilo de vida não saudável e baseado em uma dieta rica em gorduras. Mesmo caçadores ativos, que não tinham acesso a comidas gordurosas, desenvolviam esses problemas.
 

“Existe uma crença de que, se voltarmos no tempo, tudo ficará bem”, afirmou o cardiologista Greg Thomas, um dos coordenadores do estudo, à revista Nature. “Mas indivíduos da Antiguidade tinham também doenças coronárias arteriais”, complementou.

 

A pesquisa foi feita por meio do estudo de 137 múmias, todas pertencentes a quatro civilizações antigas: os egípcios, os incas, índios nativos do que é hoje o sudoeste dos Estados Unidos e o povo aleúte, do norte do continente americano. As múmias egípcias estavam embalsamadas, mas as outras três estavam conservadas em razão de condições climáticas muito secas ou muito frias.

 

O estudo indica que 47 das 137 múmias (34%) tinham arteriosclerose e que indivíduos dos quatro povos apresentavam essa característica. Isso embora cada povo tivesse um estilo de vida próprio. Os indígenas do sudoeste dos EUA, por exemplo, eram agricultores, mas os aleútes faziam da caça sua principal atividade.

 

Os pesquisadores afirmam que o percentual de indivíduos encontrados com arteriosclerose é muito semelhante ao de populações modernas. A equipe já havia encontrado esse índice em egípcios da Antiguidade. Especialistas criticaram, contudo, o trabalho anterior porque apenas múmias de indivíduos da elite econômica da época tinham sido analisadas. Segundo esses estudiosos, os indivíduos tinham provavelmente uma dieta muito parecida com boa parte da sociedade atual.

 

“Agora nós trabalhamos com homens e mulheres do povo e encontramos os mesmos traços de arteriosclerose”, afirmou Thomas. Segundo ele, em vez do colesterol, infecções crônicas, entre outros fatores, podem ter causado a arteriosclerose.

 

O estudo provocou certa polêmica na comunidade científica. O pesquisador Michael Rosenfeld, da Universidade de Washington, expressou que os sinais observados nos estudos podem ser devido à osteoporose ou doenças ligadas ao rim e não propriamente à arteriosclerose.

 

Por sua vez, Thomas acredita que doenças cardiovasculares devem ser vistas em um quadro maior. “Nós podemos diminuir o número de pessoas com arteriosclerose, mas impedir que ocorra não é realista”, comentou.