Salud España , Salamanca, Lunes, 14 de mayo de 2012 a las 14:18

Falhas na transmissão da informação genética às proteínas são peças chave no câncer

Centro de Investigação do Câncer (CIC) de Salamanca recebe o seminário científico de uma especialista do Centro de Regulação Genômica de Barcelona

JPA/DICYT O Centro de Investigação do Câncer (CIC) de Salamanca recebeu hoje o seminário científico da especialista Fátima Gebauer, pesquisadora do Centro de Regulação Genômica (CRG) de Barcelona, que estuda como a informação contida nos genes é transmitida às proteínas. As falhas nesse processo estão relacionadas com diversas doenças, dentre elas, o câncer. Concretamente, seu grupo de pesquisa estuda uma proteína que aparece sobre-expressada freqüentemente nos tumores.

 

O objetivo desta cientista é entender como a informação contida no genoma se traduz em “mensagens que as células possam entender”, afirma em declarações a DiCYT. “A informação passa de uma molécula a outra”, indica, já que primeiro está contida no DNA, e depois passa a uma molécula de ARN mensageiro, que se traduz em uma proteína, sendo as proteínas “trabalhadores finais da célula”. Neste contexto, o trabalho de Fátima Gebauer foca-se em entender como a informação passa do ARN à proteína, o último passo desta cadeia de transmissão da informação.

 

Especificamente, estuda os mecanismos de regulação das proteínas que se unem ao ARN, que determinam se a informação será traduzida ou não. “Estes mecanismos são muito importantes porque muitas destas proteínas estão envolvidas no câncer”, afirma a especialista. Na realidade, existem muitas doenças associadas a estas falhas na transmissão de informação, ainda que no caso dos tumores possam ter especial relevância.

 

Por exemplo, seu grupo de pesquisa está analisando uma proteína que aparece sobre-expressada em muitos tipos de câncer, mas cujo papel ainda é desconhecido. “É uma proteína que tem propriedades oncogênicas e o que queremos fazer no futuro é averiguar com quais moléculas interage e os mecanismos que utiliza”, afirma. Se os pesquisadores conseguirem obter estes detalhes, a longo prazo seria possível desenhar moléculas para interferir neste processo e contribuir para que um câncer não evolua e sofra metástase.

 

Como se trata de uma pesquisa básica, Fátima Gebauer não trabalha com pacientes, mas como a mosca do vinagre, Drosophila melanogaster. “Nosso objetivo é descobrir mecanismos gerais de regulação que possam ser aplicáveis a nossas células humanas, mas Drosophila é um sistema que oferece muitas possibilidades para a pesquisa básica, porque permite saber qual é a função dos genes”, comenta. Ademais, trabalhar com moscas não tem implicações éticas e “a nível molecular as moscas se parecem muito aos humanos, de modo que temos a esperança de que os resultados possam ser aplicáveis”, agrega.

 

A pesquisadora do Centro de Regulação Genômica de Barcelona mantém uma estreita relação com os pesquisadores de Salamanca e espera que esta visita sirva para sentar as  bases de alguma colaboração científica. Atualmente não existe nenhum projeto comum, mas poderiam surgir, afirma, já que na Universidade de Salamanca existem trabalhos semelhantes a sua linha de pesquisa.