Salud España , Segovia, Jueves, 17 de marzo de 2011 a las 13:50

Fatores de risco ligados ao mieloma múltiplo são estudados na população de Segovia

Trabalho de pesquisa do Serviço de Hematologia coleta dados epidemiológicos e biológicos

Antonio Martín/DICYT As gamopatias monoclonais são transtornos produzidos pela produção anormal de anticorpos (ou imunoglobulinas), instrumentos que utiliza o sistema imunológico para identificar e neutralizar elementos estranhos como bactérias ou vírus. Ainda que dentro delas existam algumas doenças claramente tumorais como o mieloma múltiplo, a macroglobulinemia de Waldenström ou a amiloidose, de 55 a 75% das gamopatias monoclonais são quadros em que não existe qualquer sintoma maligno. No entanto, tampouco são benignas, já que foi constatado que 1% dos casos se tornam malignos.

 

Um grupo de pesquisadores do Serviço de Hematologia do Hospital Geral de Segovia acredita que os fatores biológicos que proporcionam a progressão deste mal ao mieloma múltiplo não estão totalmente claros, diante do que iniciaram um estudo de corte populacional de gamopatias monoclonais de significado indeterminado. Quase a ponto de concluir a segunda subfase, a de coleta de dados epidemiológicos, os médicos querem agora validar os fatores que incidem nesta evolução maligna e detectar a existência de novos fatores, caso existam.

 

O projeto GMSI, nome do trabalho de investigação, tem atualmente quase dois anos e meio de evolução. Dentro dele foram estudadas quase 7.000 pessoas, o que permitiu detectar 160 casos de gamopatia monoclonal. No final do mês de março será concluída a subfase na qual foram colhidos dados de usuários da saúde publica de centros de saúde da cidade de Segovia com mais de 50 anos. Esta subfase iniciou-se em maio de 2010 e consistia no envio de cartas do projeto aos residentes que não haviam comparecido nos centros de saúde na primeira subfase, as quais, portanto, corriam o risco de ficar fora do estudo epidemiológico. Submetidos os pacientes a uma pequena extração de sangue para diagnosticar o transtorno, os primeiros resultados serão apresentados em maio, em um congresso internacional realizado em Paris, através de uma comunicação.

 

Prever o risco

 

A existência de fatores que ajudariam a prever o risco de evolução das gamopatias monoclonais de significado indeterminado ao mieloma múltiplo ou outras a gamopatias malignas é um campo de estudo vastamente explorados, diante do que se descreveram a múltiplos fatores prognósticos. Ademais, foram desenhadas classificações de risco combinando vários destes parâmetros e definiram-se grupos de pacientes com diferente risco de evolução ao mieloma múltiplo. No entanto, não existe acordo entre os especialistas a respeito das provas necessárias nas visitas de acompanhamento, da freqüência das mesmas, nem mesmo sobre a necessidade destas visitas. Tampouco existem provas sobre se o acompanhamento deve ser realizado no âmbito da Atenção Primária ao paciente ou da Atenção Especializada, ainda que as visitas sejam realizadas em muitas zonas da Espanha nos hospitais das áreas sanitárias correspondentes.

 

Os pesquisadores partem de três hipóteses: que as gamopatias monoclonais de significado indeterminado têm uma alta prevalência na província de Segovia pelas características demográficas da mesma (o envelhecimento progressivo), que a progressão ao mieloma múltiplo depende de uma série de fatores biológicos que não estão totalmente claros atualmente e que o acompanhamento de alguns pacientes com GMSI pode ser realizado na Atenção Primária.

A possibilidade de que existam fatores desconhecidos favoreceu a que o setor de Hematologia do Hospital Geral de Segovia colaborasse com outros serviços do próprio complexo assistencial (Radiologia), com seu homólogo do Hospital Universitário de Salamanca e com o serviço de Citometria da Universidade de Salamanca. A pesquisa diversificou-se em “uma série de projetos satélites que pretendem aprofundar o terceiro objetivo do projeto inicial: estudar os fatores preditivos clínicos ou biológicos de evolução ao mieloma múltiplo”, explica o pesquisador principal, José Mariano Hernández. Assim, foram iniciados estudos paralelos sobre estudo de células plasmáticas patológicas no sangue periférico, novas provas de imagem e marcadores bioquímicos de remodelação óssea.

 

Para estudar estes fatores foi necessário conservar as amostras de soro obtidas do sangue e do RNA e DNA extraídos dos participantes nos hospitais de Segovia e Salamanca. Ali permanecerão armazenadas por um período máximo de 20 anos, para o caso de detectarem-se novos fatores nesse tempo.

 

Baixa prevalência nos resultados preliminares

 

Em quase sete mil cidadãos participantes no estudo sobre gamopatias monoclonais de significado indeterminado, foram detectados 160 casos positivos, o que significa uma prevalência próxima a 2%. Estes dados preliminares “não são totalmente reais”, já que falta analisar várias extrações que permitam que a amostra seja mais significativa, adverte José Mariano Hernández, coordenador da pesquisa. Um estudo semelhante da Clínica Mayo no condado de Olmsted (Minnesota, Estados Unidos), encontrou a doença em 3,2% das pessoas com mais de 50 anos, 5,3% com mais de 70 anos e 6,6% com mais de 80 anos.