Salud España , Segovia, Martes, 24 de abril de 2012 a las 12:56

Hospital Geral de Segovia pesquisa a doença renal crônica

Ácido úrico pode ser um marcador de mortalidade, segundo os cientistas

José Pichel Andrés/DICYT Uma equipe de pesquisa do Serviço de Nefrologia do Hospital Geral de Segovia estuda há anos a doença renal crônica (DRC), principalmente na população idosa, e já obteve importantes resultados. Esta doença caracteriza-se pela perda progressiva de funções renais, de modo que os rins diminuem sua capacidade de eliminar resíduos do sangue e evacuá-los através da urina.

 

Nos últimos anos, em razão da publicação das Guias KDOQI (Kidney Disease Outcome Quality Iniciative), estabeleceu-se uma classificação e uma definição da DRC baseada em  estados de acordo com o nível de filtragem glomerular e considera-se que estas deveriam ser aplicadas da mesma maneira em toda população. Baseando-se nestas Guias KDOQI a prevalência da DRC é tão elevada, sobretudo na população idosa, que chegou a ser considerada uma epidemia nos últimos anos, de modo que se indica o diagnóstico precoce para evitar que atinja a nefropatia terminal, quando os rins já não exercem as funções mínimas necessárias para a vida.

 

No entanto, a principal ferramenta em que se baseia esta classificação da DRC é o nível de filtragem glomerular (volume de plasma sangüíneo filtrado nos glomérulos do rim) e alguns profissionais consideram que este não é um bom indicador, sobretudo porque os mesmos critérios são considerados para pessoas jovens e idosas, de modo que poderiam haver muitos casos diagnosticados sem motivo. Nisso acreditam o pesquisador Manuel Heras e sua equipe, e por isso acompanharam um grupo de 80 pacientes ao longo de cinco anos na tentativa de encontrar ferramentas de diagnóstico mais adequadas.

 

“Nossa idéia é realizar uma nova classificação dos pacientes (ou evitar usar a classificação atual KDOQI nos idosos), e não considerar como doentes pessoas idosas que possam ter uma filtragem glomerular reduzida de forma fisiológica, sem apresentar outras manifestações de doença renal”, explica Manuel Heras em declarações a DiCYT.

 

De fato, outros indicadores, como a quantidade de creatinina, substância eliminada através dos rins, têm melhor correlação com outros parâmetros da doença renal (hipocalcemia, hiperpotasemia). Em todos casos, cada vez parece mais claro que a avaliação deve ser individual, e não através de formulas matemáticas genéricas de estimação de filtragem glomerular, de acordo com os especialistas.

 

Parâmetro importante

 

Por outro lado, após cinco anos de estudos realizados com pacientes com uma média de idade de 83 anos, os cientistas relacionaram outro parâmetro com a mortalidade: o ácido úrico (AU), até o ponto de que consideram que pode ser um bom marcador prognóstico nesta doença. Dos 80 pacientes, selecionados nos consultórios de Geriatria e Nefrologia, 39 sobreviveram após o quinquênio e 41 faleceram. “Os dados indicam que os que possuíam maiores níveis de ácido úrico apresentaram maior mortalidade”, comenta.

 

No entanto, esta correlação suscita uma dúvida: os pesquisadores não sabem se o ácido úrico é tóxico para o rim e provoca um menor nível de filtragem glomerular ou se, ao contrário, seu aumento no sangue é uma conseqüência da isquemia renal. Em todos os casos, parece que o AU pode ser um marcador de mortalidade significativo. Para progredir nesta linha de pesquisa concebem-se estudos prospectivos, tanto na população geral, quanto nos doentes com insuficiência renal, através de medidas capazes de diminuir os níveis de ácido úrico.

 

Um aspecto importante é que este elemento também parece ser um fator de risco cardiovascular e, de fato, nos pacientes com insuficiência cardíaca o AU era significativamente maior. Ademais, aqueles que tinham um nível maior de ácido úrico no período basal apresentaram uma filtragem glomerular menor e uma mortalidade elevada a 5 anos.

 

Estas pesquisas foram publicadas recentemente em distintos artigos da revista científica Nefrologia.