Inovador programa de qualidade melhorará o diagnóstico em transplantes e diversas doenças

Cristina G. Pedraz/DICYT A Universidade de Valladolid, a Sociedade Espanhola de Imunologia e a Sociedade Ibérica de Citometria desenvolverão um inovador programa de qualidade que permitirá melhorar o diagnóstico dos pacientes em caso de transplantes de órgãos, leucemias, linfomas, alergias, HIV, lúpus ou diabete, dentre outras doenças. Através deste programa os laboratórios espanhóis que desejem poderão conhecer o grau de fiabilidade dos testes diagnósticos que realizam, o que possibilitará reduzir a margem de erro em seus resultados. Por parte da Universidade de Valladolid, a iniciativa foi coordenada pelo Laboratório de Imunologia do IOBA (Instituto de Oftalmobiologia Aplicada).

Segundo explicou em declarações coletadas pela DiCYT o responsável por este laboratório, Alfredo Corell, a finalidade “é que em todo o território nacional seja possível diagnosticar com a maior qualidade possível”, considerando também a qualidade “barata”.

O programa começou há três anos, quando a Sociedade Espanhola de Imunologia concedeu a realização deste projeto, pioneiro mundialmente, ao laboratório do IOBA com o objetivo de garantir o melhor diagnóstico. Com a incorporação hoje da Sociedade Ibérica de Citometria, que engloba entidades da Espanha e de Portugal, será melhorado também o diagnóstico em citometria, uma disciplina diagnóstica que permite a análise de múltiplos parâmetros de amostras a nível unicelular com grande sensibilidade.

Para determinar a fiabilidade dos distintos testes diagnósticos, o laboratório do IOBA compara os dados obtidos por cerca de 67 laboratórios participantes no programa e estima as margens de erro. Como exemplo, desde que o programa começou há três anos, melhorou-se a margem de erro em testes diagnósticos de doenças auto-imunes “em 8% em 2011, e em 3,8% em 2012”, explica Corell.

Trata-se de um programa pioneiro mundialmente, já que este sistema de intercomparação de resultados não é utilizado em outros estados. Na Europa, o programa de referência é o inglês, “que já está incorporado a este sistema espanhol”, afirma Corell. No nosso país somente existem sistemas de qualidade semelhantes nas áreas de Hematologia e Bioquimica.

Sistema imunológico e transplantes

Por outro lado, o presidente da Sociedade Ibérica de Citometria, Jordi Petriz, detalhou que desde 1994 esta entidade realiza estudos de intercomparação de resultados entre laboratórios de citometria, “teste de grande importância nos transplantes de órgãos e no diagnóstico de doenças, especialmente de leucemias”. A incorporação a este programa é, para ele, “a melhor maneira de evitar duplicidade e ajudar a melhorar o diagnóstico dos pacientes”.

Finalmente, José Ramón Reguero, presidente da Sociedade Espanhola de Imunologia, afirma que o mal funcionamento do sistema imunológico é a causa de muitas doenças. Para o seu diagnóstico, aponta, “são necessários citômetros de fluxo e que sejam normalizados com todos os laboratórios espanhóis”. Regueiro destaca a estreita relação entre o sistema imunológico e a rejeição em caso de transplante de órgãos, e a importância deste programa de intercomparação para melhorar os resultados dos testes de auto-imunidade.