Salud España , Salamanca, Martes, 22 de enero de 2008 a las 12:00

Jovens Pesquisadores da Universidade de Salamanca pretendem desenvolver um “útero artificial”

Os estudantes apresentaram hoje a sua iniciativa nas “Jornadas de Pesquisa em Pediatria”

José Pichel Andrés/DICYT O Hospital Clínico Universitário de Salamanca está dando os primeiros passos para assumir um projeto de jovens pesquisadores de diferentes áreas da Universidade de Salamanca que pretende desenvolver o que denominam de “útero artificial”, uma incubadora simulando as características do útero materno para um melhor desenvolvimento dos bebês prematuros. Os estudantes apresentaram hoje a sua iniciativa nas Jornadas de Pesquisa em Pediatria e estão em contato com responsáveis da Unidade de Neonatologia para experimentar alguns aspectos concretos do projeto.

 

A idéia consiste em criar uma incubadora que pretende ser o mais parecido possível com um útero materno, introduzindo o feto em uma bolsa de neoprene “que faria o papel de útero porque é elástica e estaria cheia de liquido amniótico, que se pode conseguir de forma artificial estudando as concentrações dos seus componentes, e que manteria a temperatura adequada graças a em circuito de aquecimento”, segundo explicou a estudante de Medicina Almudena Navarro em declarações feitas a DICYT.

 

A bolsa contaria ainda com um sistema de imitação dos movimentos e posições da mãe, simulando estar caminhando, sentada, ou deitada. Contaria também com um “sistema de acariciamento”, já que “os estímulos táteis são muito importantes para o desenvolvimento psíquico e motor do bebê”, refere. Estes estímulos poderiam ser feitos pelos próprios pais através do neoprene, mas poderiam também ser reproduzidos a partir de um dispositivo mecânico desenhado pelo grupo de jovens pesquisadores. Finalmente, para satisfazer as necessidades do bebê, o útero artificial estaria conectado, através do cordão umbilical, a uma máquina de hemodiálise modificada, que serviria também como via respiratória e nutricional.


Os sons da mãe

 

Atualmente, o projeto está “paralisado”, aguardando o interesse dos profissionais em desenvolvê-lo. Entretanto, o grupo iniciou contato com o Hospital Clínico para tentar desenvolver um aspecto bem concreto da pesquisa, que consiste em reproduzir o som que o bebê escuta no útero materno, na incubadora. “Gravaríamos com um microfone os sons da mãe nas 24 horas do dia e os reproduziríamos com caixas de som subaquáticas dentro da nossa incubadora”, refere Almudena Navarro. “Incluiríamos sons internos da mãe, como os cardíacos, digestivos e do aparelho respiratório, porque o bebê também os escuta, e fazem parte do seu desenvolvimento”, comenta.

 

Por enquanto, estão em contato com Félix Lorente, diretor do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia y Pediatria da Universidade de Salamanca e presidente da Sociedade de Pediatria de Astúrias, Cantábria e Castilla y León. “Nos animou a apresentar a idéia à Unidade de Neonatologia do Clínico, porque vemos que esta parte do experimento é mais factível em humanos, já que a futura bolsa de neoprene teria de ser testada em animais”, comenta. De qualquer maneira, ainda dependem da aprovação do projeto na Unidade de Neonatologia, o que seria o primeiro passo pra desenvolver outros componentes do útero artificial.

 

Os jovens que formam o grupo, Almudena Navarro, Francisca Martín, Jesús Gómez, Juan Bermejo e Abel Molina, pertencem a campos tão diversos como a Medicina, a Engenharia, a Física e a Informática. “Pensamos neste projeto porque, através dele, poderíamos nos unir, e tem sido muito enriquecedor ver como trabalham os outros”, afirmam. De qualquer maneira estão confiantes de que, de alguma forma, a idéia seja levada adiante e a inovadora incubadora se converta em realidade.

 

Financiamento para pesquisa em Atenção Primária 
 
Na inauguração das jornadas, que acontecerão até a próxima quinta-feira 24 de janeiro, participou o diretor geral de Salud Pública, Planificación e I+D+i da Junta, Javier Castrodeza, que destacou a importância da pesquisa em Medicina de Família. “Pela primeira vez temos uma verba específica para pesquisa em Atenção Primária de um milhão de euros, de modo que rapidamente avaliaremos os projetos de pesquisa apresentados, é uma experiência inovadora e esperamos que seja vantajosa para o coletivo de profissionais da saúde” referiu. Ainda assim, destacou que a pesquisa em Pediatria pode se ocupar de áreas muito relevantes como as doenças metabólicas, a Genética ou o câncer hereditário. Neste sentido, Castrodeza falou também da futura criação de uma unidade regional de Conselho Genético Reprodutivo. “Estamos trabalhando nela e em breve avançaremos na configuração do seu organograma e buscaremos um local”.