Alimentación España , Burgos, Martes, 22 de marzo de 2011 a las 16:42

Mel apresenta atividade antioxidante, uma vantagem nutricional frente a outros edulcorantes

Grupo da Universidade de Burgos encontra maiores benefícios em méis escuros, de urze ou de azinheira

Antonio Martín/DICYT O mel apresenta uma vantagem competitiva em relação a outros edulcorantes naturais usados na mesa: a atividade antioxidante. Um grupo de pesquisadores em Nutrição da Universidade de Burgos, especializado neste produto apícola, analisa diferentes tipos de mel para conhecer qual apresenta maiores benefícios. “Isto não significa que outros edulcorantes que não têm atividade antioxidante, como o açúcar refinado, sejam prejudiciais à saúde, mas simplesmente que tem uma vantagem nutritiva”, enfatiza Teresa Sancho, coordenadora do grupo.

 

Sancho explicou a DiCYT que o objetivo da pesquisa é “melhorar a comercialização do mel e contribuir para uma apicultura tradicional, que relata benefícios à agricultura pela função polinizadora da abelha”, diante do que não pretende catalogar este produto da colméia como “alimento funcional”. “Os especialistas em Nutrição não são partidários deste tipo de denominações, já que o chamado alimento funcional não deve substituir a dieta equilibrada”, indica a especialista. A ingestão de mel, em lugar de outros edulcorantes, no entanto, apresenta uma vantagem: a atividade antioxidante. “Em si, não é bom tomar apenas antioxidantes, mas na medida justa, assim como não é bom exceder quantidades recomendadas de cálcio por dia, por exemplo”, indica.

 

Por intermédio de uma pesquisa realizada (tese doutoral de um integrante do grupo que foca estes aspectos), os cientistas da UBU comprovaram que os méis escuros apresentam maior atividade antioxidante que os claros. Trata-se dos méis de urze ou de floresta (principalmente de azinheira), que são produzidos na província de Burgos, especialmente no norte.

 

Caracterização

 

Uma segunda linha de pesquisa do grupo Mel, como se denomina, foca-se na diferenciação de méis monoflorais dos méis não monoflorais. Este aspecto é importante para o consumidor. Os pesquisadores conseguiram caracterizar os méis monoflorais de urze e os que não são. O mel de urze é considerado de alta qualidade entre as diferentes procedências, é muito demandado e também mais caro que outros. Atualmente, os pesquisadores trabalham com méis parecidos ao urze na sua caracterização e diferenciação entre monoflorais e não monoflorais (isso é, que além da espécie principal que dá nome ao mel, tenha presença significativa de outras).

 

Concretamente, estão trabalhando com lavanda e uma leguminosa do gênero Genista, que em alguns lugares chama-se “hiniesta” ou “retama de tintoreros”.

 

Os cientistas também trabalham na data de consumo preferencial do mel, isso é, “quando perde as características sensoriais”. Esta data não equivale à validade, já que a última “depende de outros fatores”. Os nutricionistas estudaram diferentes parâmetros de controle de qualidade do mel determinados pela União Européia em um período de seis anos. Este estudo foi realizado conservando-se o mel “nas mesmas condições de casa ou do supermercado”, sem acelerar o processo de envelhecimento do produto para simular as condições reais. O trabalho se dividiu em três fases, estudando as características do mel primeiro a cada dois meses em um ano inteiro, logo a cada quatro meses em dois anos e, por fim, a cada cinco em três anos. O trabalho determinou que a data de consumo preferencial está em 20 meses.

 

Ainda que sejam especializados no campo do mel e outros alimentos da colméia (como a própolis), os especialistas também estudaram a contribuição vitamínica de produtos derivados da carne cozida (como a mortadela). Eles pretendem agora levar estes métodos analíticos aos alimentos derivados da atividade da abelha.

 

Produção e desaparecimento

 

De acordo com Teresa Sancho, “a Espanha é o país com maior numero de colméias da União Européia, e Castela e Leão é a comunidade autônoma com maior exploração agrícola”. Castela e Leão produz 4.000 toneladas métricas ao ano de mel. Entre suas províncias, Burgos está em quarto lugar dentre as más produtoras, “mas se destaca por produzir um tipo de mel muito valorizado pelo consumidor, de urze, de azinheira na serra da Demanda, ou de lavanda”.

 

Sancho lembra que a abelha cumpre um papel fundamental no “equilíbrio ecológico” de diferentes ambientes e habitats. No entanto, a comunidade científica enfrenta uma enigmática desaparição de abelhas em todo planeta, uma circunstância qualificada de síndrome. “É um tema prioritário de pesquisa em todo o mundo e também na Espanha”, ressalta. Entre os fatores que podem ocasionar a súbita desaparição das populações deste inseto está “o uso de determinados pesticidas que podem desorientar as abelhas em sua volta à colméia, a incidência de um ácaro denominado varroa, uma possível infecção bacteriana ou viral, e o fato de os cultivos atuais fornecerem menos nutrientes às abelhas, levando-as, literalmente, a morrer de fome”.