Tecnología España , Valladolid, Viernes, 06 de julio de 2012 a las 12:38

Melhora-se a formulação de compostos farmacêuticos através do uso de fluídos “supercríticos”

Pesquisadora do Grupo de Processos de Alta Pressão da Universidade de Valladolid desenvolve o trabalho

Cristina G. Pedraz/DICYT A adequada formulação de um composto farmacêutico permite, por exemplo, preservar sua atividade, ter um maior controle de suas propriedades e, inclusive, novas aplicações. Neste sentido, a utilização de fluídos “supercríticos” (substâncias que se encontram em condições de pressão e temperatura superiores ao ponto crítico, isso é, quando as densidades do líquido e do vapor são iguais e a substância se comporta como um híbrido entre líquido e gás), possibilita obter novas formulações evitando, por exemplo, submeter o composto ativo a tensões mecânicas.

 

Nesta linha de pesquisa trabalha há vários anos o Grupo de Processos de Alta Pressão da Universidade de Valladolid e, especificamente, uma de suas doutorandas, Marta Fraile Arranz. “Tentamos melhorar a formulação, fazer com que o princípio ativo se dissolva bem e que chegue melhor às áreas em que tem que atuar, o que se denomina biodisponbilidade”, afirma a DiCYT.

 

Para tanto, fizeram emulsões utilizando como princípio ativo modelo um anti-inflamatório de uso comum, o ibuprofeno. A emulsão permite a dispersão de um líquido no seio de outro líquido inmiscível através da utilização de um agente surfactante, isso é, encapsular o composto ativo.

 

Os pesquisadores desenvolveram emulsões em meio aquoso utilizando como surfactante comercial pluronic. Após a emulsão, procedem à eliminação do dissolvente orgânico com CO2 “supercrítico” utilizando o equipamento de extração do Grupo, ao qual foram introduzidas diversas novidades.

 

Estudos com quercetina

 

A pesquisadora afirma que o próximo passo será substituir o ibuprofeno como droga modelo pela quercetina, um flavonol presente em altas concentrações em frutas e verduras como a cebola, a maçã ou o brócolis, que possui diversas propriedades terapêuticas.

 

Dentre suas aplicações encontra-se a prevenção e o tratamento de doenças cerebrovasculares, a obesidade ou o câncer.

 

Marta Fraile estudou Engenharia Química na Universidade de Valladolid e logo fez um Mestrado em Pesquisa em Engenharia Termodinâmica de Fluídos na Escola de Engenharias Industriais. Durante o Mestrado começou seu trabalho de pesquisa em formulação e encapsulação de princípios ativos, a linha que segue em sua tese doutoral. Neste trabalho, que espera defender no próximo ano, colabora também com uma entidade portuguesa.

 

Patenteiam o equipamento de extração “supercrítica”

 

Uma das principais contribuições do estudo realizado por Marta Fraile está na atualização e melhoria do equipamento de extração “supercrítica”. “Agregamos e comprovamos algumas modificações no equipamento que temos na Faculdade de Ciências e as patenteamos graças às bolsas Prometeo da Fundação Geral da Universidade de Valladolid”, afirma a pesquisadora, que avalia positivamente sua participação na última edição destas bolsas do Projeto T-CUE.