Tecnología España , León, Martes, 11 de septiembre de 2012 a las 12:04

Microorganismos evitam corrosão em estruturas metálicas

Instituto de Biotecnologia de León, INBIOTEC, participa do projeto europeu BIOCORIN, que desenvolverá um produto biotecnológico

José Pichel Andrés/DICYT O Instituto de Biotecnologia da Universidade de León, INBIOTEC, participada de um projeto europeu que tem como objetivo desenvolver um produto biotecnológico que evite a corrosão de estruturas metálicas de todo tipo, de pontes a encanamentos subterrâneos. Nove sócios, dentre os quais se encontram empresas e centros de pesquisa de seis países da Europa (Espanha, Alemanha, Grécia, Itália, Eslovenia e Países Baixos), fazem parte desta iniciativa denominada BIOCORIN. Novos revestimentos para inibir a corrosão em superfícies metálicas, que é liderada pela companhia espanhola Acciona Infraestructuras e propõe a utilização de microorganismos protetores para combater outros que geram deterioração.

 

Para realizar a manutenção das estruturas metálicas, hoje em dia são utilizadas pinturas que contém biocidas que contaminam desde sua elaboração ao seu uso, e cuja duração não é muito rentável. Assim, o propósito deste trabalho financiado pelo VII Programa Marco da União Européia, é “usar alternativas econômica e ambientalmente mais sustentáveis do que as tecnologias atuais”, explica a DiCYT o pesquisador do INBIOTEC Ricardo Vicente Ullán.

 

Em grande parte, a deterioração pode ser provocada por bactérias, leveduras e fungos, de modo que a idéia é encontrar outros microorganismos antagonistas que podem combatê-los, substituindo os compostos químicos utilizados atualmente. Os microorganismos que induzem à corrosão (MIC para os especialistas) “aderem-se à superfície metálica e secretam compostos que aceleram o processo de corrosão”, explica. Geralmente, formam uma cobertura e à sua ação, principalmente em ambientes marinhos, somam-se alguns invertebrados até que corrompem qualquer estrutura que tenha elementos metálicos.

 

O papel do INBIOTEC neste projeto foca-se, precisamente, em identificar os microorganismos, tanto os que agridem as infra-estruturas, como o que poderiam ser escolhidos para combatê-los. Os cientistas já têm algumas pistas: “Estamos em fase de estudo, mas já existe alguma bibliografia ao respeito”, comenta o pesquisador.

 

O centro tecnológico de León recebeu amostras metálicas corroídas em condições climáticas muito diferentes para analisar os microorganismos que participaram deste processo de corrosão. O objetivo é estudar superfícies deterioradas nos climas mediterrâneo, atlântico, continental e oceânico, a partir de materiais de localidades muito distintas, “de Madri à Galicia, e de Italia ao Mar do Norte”.

 

Análises de amostras

 

A partir da análise de todas as amostras recebidas, “estudaremos as populações microbianas existentes e que efeitos têm sobre as superfícies metálicas, dos que causam danos mais leves aos mais extremos”, explica Ricardo Vicente Ullán. Os cientistas não descartam nenhuma hipótese: os microorganismos que corrompem o metal em uma determinada localização poderiam não estar presentes em outro contexto ou não exercer os mesmos efeitos, e inclusive microorganismos antagonistas poderiam compartilhar o mesmo nicho ecológico. Assim, o objetivo é isolar tanto os prejudiciais, quanto os que potencialmente têm propriedades anti-corrosivas, e produzir estes últimos para o fim desejado. Uma vez concluída esta fase do trabalho, o projeto pretende elaborar uma solução em gel que possa ser aplicada sobre as superfícies metálicas em forma de revestimento e que integre os microorganismos protetores. Estes secretam substâncias antibióticas e antifúngicas que combatem os agentes corrosivos.

 

Quando o novo produto esteja disponível, o projeto ainda não terá sido finalizado, será necessário comprovar sua efetividade nos diferentes climas europeus e em estruturas de engenharia civil como viadutos, condutos de águas residuais e sanitárias, oleodutos, instalações portuárias, aeroportos ou vias de trem. Será uma fase de demonstração que, caso transcorra como esperam os cientistas, seria a porta para a exploração comercial do produto.

 

Para completar todo este ciclo de pesquisa, os integrantes do consórcio dispõem de três anos e meio de trabalho pela frente, já que o projeto BIOCORIN está previsto para ser finalizado em agosto de 2015. Dos quatro milhões de euros com os quais está dotado este projeto da área Eco-Innovation do VII Programa Marco, quase meio milhão corresponde a INBIOTEC, o que dá uma idéia da importância desta iniciativa que pretende conseguir um produto que, a princípio, poderia ser mais caro que as pinturas convencionais, mas que a longo prazo pode economizar milhões de euros.

 

Ficha da pesquisa

 

Projeto: BIOCORIN. Novos revestimentos para inibir a corrosão em superfícies metálicas. Sócios: ACCIONA INFRAESTRUCTURAS S.A (Espanha, coordenadora), TUBAF (Alemanha), BIOPROSPERITY (Grecia), STRESS (Italia), GRUPPO C.S.A. (Italia), IFB d.o. (Eslovenia), GIRARDI (Italia), VLCI (Países Baixos) e INBIOTEC (Espanha). Orçamento: Quatro milhões de euros. Dos quais 489.000 são para INBIOTEC. Financiamento: VII Programa Marco da União Européia. Duração: De março de 2012 a agosto de 2015. Mais informação: www.biocorin.eu e www.inbiotec.com.