Pesquisa-se como melhorar o equilíbrio através de plataformas de vibrações para pessoas com deficiência física
Cristina G. Pedraz/DICYT O Centro de Investigação de Deficiência Física (Cidif) da Associação de Paraplégicos e Grandes Deficientes Físicos (Aspaym) de Castela e Leão, localizado em Valladolid, estuda como melhorar o equilíbrio de pessoas com deficiência física através do uso de plataformas de vibrações. A pesquisa, iniciada em 2010 através de um projeto do Conselho de Saúde, pretende paliar um dos problemas associados à deficiência física: a perda de equilíbrio, que provoca o aumento do número de quedas destas pessoas.
Conforme explicou a DiCYT Juan Azael Herrero, diretor do Cidif, em primeiro lugar elaborou-se uma base de dados sobre equilíbrio de pessoas sadias, com o apoio de aproximadamente 50 voluntários da Universidade Européia Miguel de Cervantes, de Valladolid, Instituição que colabora ativamente com o Centro. “Queríamos ter dados de referência para compará-los com os das pessoas com deficiência”, afirma o especialista, que agrega que depois se realizou uma análise sobre como modificar e melhorar este equilíbrio.
Desde que começou, uma das linhas do Cidif é o trabalho com plataforma de vibrações, razão pela qual decidiram realizar um estudo piloto para determinar como devem ser aplicadas estas vibrações para que o equilíbrio dos pacientes melhore. Com base nos resultados obtidos, desenvolveram um estudo piloto com pessoas que tinham sofrido um acidente vascular cerebral e que, como conseqüência, possuíam hemiparesia, um transtorno motor que afeta a metade do corpo.
Durante oito semanas os pesquisadores aplicaram uma série de vibrações aos pacientes incluídos no estudo clínico e avaliaram seu equilíbrio. Concretamente, participaram 22 pacientes que se dividiram em dois grupos, um experimental e outro de controle. Enquanto o grupo experimental recebeu 17 sessões sobre a plataforma, o grupo de controle foi colocado na mesma posição, mas não recebeu vibrações. Os resultados deste trabalho, que foram publicados recentemente na revista da Associação Espanhola de Fisioterapeutas, revelam que as vibrações do corpo completo melhoram o equilíbrio destes pacientes, e que poderiam induzir benefícios maiores com relação ao exercício isométrico em determinados casos.
Avaliação do sistema músculo-esquelético
Desde maio de 2009, quando começou, o Cidif continuou com sua atividade principal, “avaliar as pessoas incluídas no programa de reabilitação.” Estes estudos do sistema músculo-esquelético permitem orientar e personalizar as terapias que o paciente receberá e, posteriormente, analisar objetivamente a eficácia da reabilitação realizada. “Esta foi a razão principal pela qual o centro foi constituído”, enfatiza Juan Azael Herrero, que lembra que nos últimos anos adquiriram novos equipamentos, o que possibilitou ampliar o tipo de avaliações realizadas.
Dentre estes recursos materiais encontra-se um sistema de captura e análise de movimento em 3D, um aparelho composto por sete câmeras que capta os movimentos realizados pelo paciente (como a marcha ou a propulsão em cadeira de rodas). As imagens são coletadas por um computador, o que permite analisá-las posteriormente e assessorar o paciente, segundo o caso, sobre o uso de órtese, prótese ou a efetividade da reabilitação. O centro possui, ademais, um aparelho de densitometria para avaliar a densidade óssea, essencial no diagnóstico da osteoporose; e um ecógrafo, para determinar o grau de atrofia muscular, as mudanças experimentadas nos tecidos em resposta aos tratamentos, ou a ativação da corrente sangüínea com diferentes meios, como plataformas de vibrações.
Do mesmo modo, o centro dispõe de uma planilha de pressões para cadeira de rodas que revela as áreas de pressão ao sentar-se e adapta a almofada, além de plataformas de força utilizadas, principalmente, para avaliar o equilíbrio. Finalmente, possui sistemas de avaliação da força e potência muscular, como um dinamômetro isocinético, e um sistema de eletromiografia através do qual se realizam análises de fadiga muscular, nível de ativação da musculatura em diferentes atividades e se determina se as adaptações à reabilitação ou ao desuso se devem à fatores neuronais.