Alimentación España , León, Jueves, 19 de mayo de 2011 a las 14:27

Projeto pretende escanear e recriar em 3D materiais veterinários de museu

Fazem parte desta iniciativa internacional representantes de museus da Áustria, Espanha, Itália e Reino Unido

Antonio Martín/DICYT Os museus de Ciências Naturais e Veterinários acumulam muita informação sobre espécies animais silvestres e domésticas que interessam tanto à comunidade científica, quanto à sociedade em geral. Estes recintos não são imunes a acontecimentos históricos como revoltas, ou a catástrofes naturais como terremotos ou incêndios. Para preservar este legado, um projeto europeu pretende digitalizar os fundos de cinco grandes museus de conteúdos biológicos europeus. A iniciativa foi aberta a um espaço espanhol, o Museu Veterinário Complutense, conforme explicou em León seu diretor Joaquín Sánchez de Lollano. O divulgador escolheu a Faculdade de Veterinária da Universidade de León para encerrar uma série de conferências sobre a história desta disciplina científica.

 

“Trata-se de um projeto multimilionário”, explica a DiCYT Sánchez de Lollano, doutor em Veterinária e Licenciado em História pela Universidade Complutense de Madrid. Participam na iniciativa o Museu da Ciência de Viena, o Museu de História Natural de Londres e dois espaços italianos, um deles o Museu de História Natural de Florência. Todos estes museus de “grande envergadura” propuseram ao Museu Veterinário Complutense sua participação no projeto. Pretendem que o espaço espanhol complemente um aspecto que os outros museus não possuem em seus corredores: o conhecimento da biologia de animais domesticados.

 

O Museu Veterinário Complutense, junto ao Museu Veterinário Militar e algumas coleções de diferentes faculdades de Veterinária, são os primeiros depositários do conteúdo de divulgação desta disciplina científica. Concretamente, recorda Sánchez de Lollano, o centro de Madrid conta com peças de grande valor, “como uma coleção de 40 ceras anatômicas, ou de dentaduras de cavalo para determinar a idade dos exemplares feita em cera ou cartão”. Estes exemplos, e outros conteúdos, não são observáveis em museus de Ciências Naturais.

 

O projeto, coordenado pela Europeana e pela Agência Digital Européia, pretende escanear e elaborar vídeos em três dimensões de todas as peças a fim de que sejam consultadas pela Internet. Deste modo, ainda que os originais se percam, a informação que contém poderia passar às futuras gerações. “O escaneamento em três dimensões de cada peça é muito trabalhoso, de modo que o conjunto dos trabalhos será demorado”, explica o especialista. Se tudo correr bem e for obtido o financiamento necessário a realização do projeto, os registros começarão a ser realizados no final deste ano, atividade que durará mais dois ou três anos. Assim, a informação estará disponível tanto à comunidade cientifica internacional como aos cidadãos.

 

História dos museus veterinários

 

Sánchez de Lollano afirma que a história dos museus veterinários viveu etapas de “avanços e retrocessos” ao longo de seus 250 anos de evolução. Os primeiros recintos deste tipo, expôs em León, foram criados em 1761 nas escolas veterinárias de Lyon e Alfort (França). Nestes lugares criou-se osteotecas (coleções de ossos), de modelos anatômicos, ferraduras e inclusive existiam técnicas semelhantes às de plastinação atual. Os museus veterinários desenvolveram-se a partir de então. No entanto, as vicissitudes históricas do século XIX fizeram com que as coleções minguassem ou até mesmo desaparecessem. “Desde a década de 90 do século passado o trabalho das associações mundial e espanhola de História da Veterinária propiciaram um novo auge”, resume o especialista.

 

Atualmente a Espanha conta com três grandes museus veterinários, o Militar, o Complutense e um de plastinação em Granada. Ademais, as diferentes faculdades possuem coleções valiosas, como é o caso da de Murcia. Se o projeto de recuperação de materiais de museu europeu avançar, os responsáveis querem recopilar a informação depositada nestes espaços universitários. No mundo destacam-se para Sánchez de Lollano os museus da França e dos Estados Unidos e, em geral, existe uma “grande dispersão e variedade” nos demais países.

 

“Os museus veterinários proporcionam uma visão global para outras disciplinas, possibilitando que se alcance a saúde humana a partir da saúde animal”, explica Sánchez de Lollano. A Veterinária proporcionou à Medicina algumas técnicas e conhecimentos que logo foram usados nos seres humanos, como as técnicas de reprodução assistida ou algumas cirúrgicas.